Colabore com o Eufemea
Advertisement

Pele, cabelo e identidade: Bienal de Alagoas celebra cultura afro e reforça orgulho da estética negra

Foto: Assessoria

O elo que vem sendo construído entre o Brasil e a África na 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas está ficando cada vez mais forte. Até o dia 9 de novembro, mais valores, cultura e conhecimentos das tradições afro-brasileiras serão compartilhados neste que é o maior evento literário e cultural do estado.

Um exemplo claro desse intercâmbio de saberes vem acontecendo no estande da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas (Secult). O espaço Beleza Afro transcreve na pele toda a riqueza cultural do continente africano por meio de duas atividades especiais abertas a todas as idades.

Pintura Corporal Africana

As cores e pinturas africanas são as principais expressões da beleza e da ancestralidade que transpassam fronteiras. A bibliotecária e artista de pintura corporal Diana Monteiro vem compartilhando um pouco dessa arte no estande da Secult.

Ela explica que, para conhecer melhor essa forma de arte e em respeito aos povos tradicionais africanos, pesquisou sobre o povo Efik, localizado no sudeste da Nigéria, que realiza pinturas específicas, as quais servem de referência para a atração no espaço. A ideia é incentivar as pessoas a conhecerem e respeitarem essas manifestações, contribuindo para quebrar preconceitos.

“Cada pessoa específica usa um tipo de pintura, seja para eventos sociais, para a guerra, para festas ou até para identificar situações pessoais. A gente se inspira nessas pinturas, mas sem reproduzir exatamente, até por uma questão de respeito. É importante não replicar algo que faz parte diretamente da cultura deles. Acho que a própria Bienal veio com essa proposta. Por isso, tive todo o cuidado na hora de escolher as pinturas”, explicou.

Tranças Afro

Já a trancista Cléa Amâncio contou que espaços como a Bienal são essenciais para difundir artes carentes de reconhecimento, e que as tranças já fizeram parte desse esquecimento. Ela reforçou que as tranças afro têm significados que ultrapassam a beleza estética e que, para ela, é uma satisfação transmitir esse conhecimento.

“Vejo meu trabalho como uma forma de ajudar as pessoas a se enxergarem no espelho e se identificarem, a se aceitarem e encontrarem beleza e realeza na estética negra, deixando de lado outros padrões e se reconectando com sua ancestralidade. O meu propósito é trazer essa informação cultural, não apenas o empoderamento estético, mas também o empoderamento consciente, o despertar da consciência preta e o resgate da identidade”, reafirmou a trancista.

Amâncio celebrou ainda o acolhimento do evento a pessoas de todas as raças e etnias e afirmou que vem encontrando um público verdadeiramente aberto a prestigiar e vivenciar essa beleza e essa cultura de perto.

“É uma oportunidade incrível, principalmente para as crianças e pessoas que nunca tiveram contato com o trançado e se surpreendem com o resultado. É lindo ver o reflexo no espelho, perceber como o penteado valoriza o rosto e transforma a aparência”, finalizou.

A pintura corporal funciona todos os dias das 10h às 22h (de Brasília), enquanto as tranças afro também acontecem diariamente, mas das 10h às 16h. Vale ressaltar que ambas são abertas para todas as idades, assim como as demais atividades do estande.

*Com Assessoria

plugins premium WordPress