Foto: Neide Brandão
No Brasil, milhões de pessoas convivem com diabetes — muitas sem saber que a doença pode afetar diretamente o coração. Segundo especialistas, a glicemia alta por longos períodos danifica vasos sanguíneos, acelera processos inflamatórios e aumenta muito o risco de doenças cardiovasculares. A endocrinologista do Hospital do Coração Alagoano, Magda Freire, explica que essa relação exige atenção redobrada desde o diagnóstico.
Por que o diabetes aumenta tanto o risco cardíaco
De acordo com a médica, pessoas com diabetes têm de duas a quatro vezes mais chances de sofrer infarto e outras complicações. Isso ocorre porque a glicose elevada provoca inflamação, lesão dos vasos, acelera a formação de placas (aterosclerose) e contribui para hipertensão, colesterol alto e até disfunção renal — um conjunto de fatores que coloca o coração sob estresse constante.
Avaliação desde o diagnóstico
A orientação é que o cuidado cardiovascular comece imediatamente após a confirmação do diabetes. Avaliar histórico familiar de doenças cardíacas, investigar sintomas, checar pressão arterial, calcular risco cardiovascular e controlar fatores associados são passos essenciais.
“Cada paciente tem um perfil diferente. O cuidado precisa ser individualizado”, reforça Magda Freire.
Doenças cardíacas mais comuns em quem tem diabetes
Entre as complicações cardiovasculares mais frequentes estão:
- hipertensão arterial;
- doença arterial coronariana;
- insuficiência cardíaca;
- arritmias, sobretudo em quem tem neuropatia autonômica.
A médica alerta para um mito comum: manter a glicemia controlada não elimina totalmente o risco de infarto. Histórico familiar, colesterol elevado, tabagismo e hipertensão continuam sendo fatores relevantes.
Atenção aos “infartos silenciosos”
Por causa da neuropatia diabética, muitos pacientes têm infartos sem dor no peito. Nesses casos, sinais como cansaço, falta de ar, tontura ou inchaço nas pernas devem acender o alerta.
Exames e acompanhamento especializado
O conjunto de exames varia conforme sintomas e histórico, e muitas vezes envolve avaliação simultânea de endocrinologista e cardiologista. A parceria entre as especialidades aumenta as chances de diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Como reduzir o risco de complicações
As medidas mais eficazes incluem:
- controle rigoroso da glicemia, com medicações cardioprotetoras quando indicadas;
- controle da pressão arterial e do colesterol;
- atividade física regular;
- alimentação equilibrada;
- cessação do tabagismo;
- tratamento da obesidade, quando presente.
“Não existe saúde do coração sem hábitos saudáveis”, lembra a endocrinologista.
O papel do Hospital do Coração Alagoano
Referência no estado, o Hospital do Coração Alagoano oferece assistência multiprofissional envolvendo cardiologistas, endocrinologistas, nefrologistas e equipes de apoio, atuando de forma integrada na prevenção e no tratamento de complicações em pessoas com diabetes.
Para a médica, viver bem é totalmente possível:
“Você é mais que seu diabetes. Mantenha hábitos saudáveis e procure profissionais que acompanhem você nessa trajetória.”
*Com Assessoria
