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Entenda como o uso de telas atrasa a fala infantil e saiba identificar os sinais

Conversas em família estão sendo trocadas por vídeos e aplicativos. O resultado aparece cada vez mais cedo: crianças que demoram a falar, têm dificuldade de olhar nos olhos e evitam o convívio com outras. Segundo a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, a procura por tratamento de atraso de fala aumentou 40% nos últimos quatro anos.

A fonoaudióloga Angelika dos Santos Scheifer explica que a fala nasce da interação, não da exposição a estímulos digitais. “Falar é uma habilidade social. Quando a criança perde o contato olho no olho, o ouvir e o brincar juntos, ela perde também o espaço natural de aprendizagem da linguagem”, afirma.

A especialista alerta que telas em excesso nos primeiros anos reduzem a troca verbal e o interesse pela comunicação. “Não é o tempo de exposição que ensina a falar, é a convivência”, resume.

A neuropsicopedagoga Silvia Kelly Bosi, fundadora da rede Potência – Desenvolvimento Infantil, complementa: “Nem todo atraso de fala indica autismo, mas é um sinal de que algo não está evoluindo como deveria. O ideal é observar o comportamento global da criança, não apenas o quanto ela fala.”

Sinais de alerta que merecem atenção

  • A criança não reage quando chamada pelo nome.
  • Evita olhar nos olhos ou brincar com outras.
  • Não tenta repetir sons, gestos ou palavras.
  • Prefere telas a interações reais.
  • Não forma frases simples até os 3 anos.

Se esses sinais aparecem, o primeiro passo é buscar avaliação com um fonoaudiólogo. Quanto mais cedo a intervenção, melhores os resultados. Em muitos casos, apenas a mudança de rotina — com menos telas e mais conversas — já traz avanços perceptíveis.

As duas especialistas reforçam: a fala nasce da presença. Brincar, cantar, contar histórias e conversar durante tarefas simples, como o banho ou o almoço, estimulam o cérebro de forma que nenhum aplicativo substitui.

“Precisamos devolver às crianças o tempo de brincar e de conviver. O desenvolvimento da fala começa com algo básico: estar junto”, conclui Silvia.

*Com Assessoria

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