Foto: Debora Diniz
O Brasil foi o epicentro de uma emergência global de saúde pública. A epidemia de Zika, declarada em 2015 e oficialmente encerrada poucos meses depois, mobilizou o país e expôs ao mundo as profundas desigualdades vividas pelas mulheres do Nordeste.
Para os calendários das políticas de saúde, tratou-se de uma crise breve; para as mulheres, as crianças e as comunidades atingidas, é um tempo que ainda permanece — no corpo, na casa e na vida cotidiana.
É sobre esse tempo prolongado, de sobrevivência e reconstrução, que fala a exposição [ainda]: um retrato íntimo e sensível da vida das mulheres em Alagoas após a epidemia de Zika. A mostra reúne histórias, fotografias e objetos de memória, revelando trajetórias de cuidado, maternidade e resistência.
A exposição convida o público a percorrer espaços de memória e afeto — o quarto, a casa, o sertão, a periferia — valorizando o cotidiano e o ritual, e permitindo que cada objeto revele uma história inteira.
O título [ainda] também é um conceito: os colchetes guardam o que se preserva e insiste, o que resiste ao esquecimento e permanece à margem da história oficial. São lembranças e gestos que persistem em objetos simples — uma banheira de recém-nascida, uma toquinha de hospital, as botinhas de uma criança — fragmentos de vidas que continuam a contar.
A exposição é resultado de um trabalho coletivo entre pesquisadoras, artistas e mulheres participantes, em diálogo com o Comitê Mulheres e Memórias, e propõe uma reflexão sobre o cuidado, a resistência e o tempo que não se encerra nos calendários.
A iniciativa integra o projeto internacional After the End Research Project, apoiado pela Wellcome Trust.
Abertura: 3 de dezembro, às 18h
Visitação: 3 a 5 de dezembro de 2025, das 11h às 21h
Local: Carambola Lab — Rua Sá e Albuquerque, 378, Jaraguá, Maceió – AL
Para informações:
Nara Menezes — WhatsApp: (61) 98171-8135
Alessandra Hora — WhatsApp: (82) 98728-0831
*Com Assessoria