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Ex-aluna de escola de balé alagoana luta para custear intercâmbio na Suíça: “a dança colore minha vida”

Foto: Assessoria

As portas do Ballet Eliana Cavalcanti foram fechadas precocemente no bairro do Pinheiro, em Maceió, mas o ensinamento da escola segue dando frutos na capital e, em breve, pelo mundo. É o que espera a bailarina e ex-aluna Amanda Lourenço, selecionada para um intercâmbio de três meses na Suíça para desenvolver-se profissionalmente na dança.

Atualmente, ela corre contra o tempo para arrecadar os recursos necessários para custear passagens e alimentação na cidade de St Gallen, perto da fronteira com a Alemanha e Liechtenstein.

Entre custos com passagem e alimentação, a bailarina precisa arrecadar no mínimo R$ 10 mil até o começo do próximo ano para poder viajar. O intercâmbio começa em abril de 2023 no Exchange Dance Program, programa da Marcelo’s Move Dance School para dançarinos a caminho da profissionalização. Ela abriu uma campanha solidária em seu Instagram (@amanlouren) e está organizando rifas e vaquinhas virtuais, entre outras ideias que vem desenvolvendo para conseguir doações.

Um desafio a mais para Amanda, que precisou parar de dançar ante as incertezas da mudança de endereço da escola no Pinheiro e, depois, com a pandemia. Ela ficou três anos sem ensaiar em nível avançado e precisa estar em sua melhor forma durante as aulas e práticas do intercâmbio na Europa.

“Com a aprovação, parei a faculdade e estou tentando voltar à minha antiga rotina, voltar aos trilhos. No momento, estou meio deslocada pelo fato de que a escola na qual estudei ter sido desocupada e minha mestra, Eliana Cavalcanti, decidiu reduzir suas atividades. Como ela abriu um pequeno estúdio onde ensina ballet para nível intermediário e iniciante, pedi que me deixasse fazer as aulas para voltar à forma”, conta a bailarina.

“A dança colore minha vida”

Amanda tem 21 anos de idade e dança desde os 5, quando ainda morava em São Paulo e a escola recomendou que sua mãe matriculasse a menina em alguma atividade para ajudar com a timidez e ansiedade. Por isso, ela é enfática ao afirmar que “a arte salva, a dança colore a minha vida”.

Aos 7 anos, ganhou uma bolsa para a Fundação das Artes de São Caetano do Sul (FASCS) e começou a formação para uma carreira artística, com direito a participação em competições e festivais pelo país. Pouco tempo depois, aos 12, precisou mudar com a família para Maceió, onde ingressou na primeira escola de balé do estado, o Ballet Eliana Cavalcanti e sua histórica sede no bairro do Pinheiro.

Ela permaneceu na escola até o final de 2019. Como havia algumas incertezas e especulações sobre a permanência do Ballet Eliana Cavalcanti no Pinheiro, Amanda resolveu dar um tempo nas aulas para ajudar a família na loja de açaí durante a alta temporada, esperando que a situação chegasse a um resultado neste ínterim. Porém a pandemia de Covid-19 alterou todos os seus planos. Amanda se viu preocupada com as despesas da família e a arte saiu do topo de sua lista de prioridades. “Passei três anos totalmente desconectada do ballet após essa decisão”.

Ela começou a faculdade de Psicologia e tentou procurar formas de seguir ajudando a família, mas carregava a angústia de não conseguir se identificar com nada. Em 2022, participou da oficina e entrou para o Maracatu Baque Alagoano, redescobrindo a alegria da arte. “Os ensaios enérgicos e felizes me trouxeram a certeza de que não importa o que eu tente, minha vida só faz sentido onde exista música e corpos dançantes”, afirma Amanda.

Essa empolgação a levou a embarcar em um Workshop de Dança Contemporânea que viu nas redes sociais. No formulário de inscrição, descobriu que haveria uma seleção para um intercâmbio na Suíça, mas ela nem contava com a possibilidade já que estava fora da rotina de ensaios há anos – sim, o evento foi o primeiro contato de Amanda com a dança desde que saiu pela última vez da escola de balé em 2019.

“No último dia do curso, perguntaram à turma quem tinha interesse em participar da audição e quase hesitei por falta de confiança, mas alguma coisa me disse que não custaria tentar. Então, duas semanas depois, recebi uma mensagem da diretora artística informando que eu havia sido selecionada para o Exchange Dance Program”, revela a jovem bailarina, com brilho nos olhos.

Para contribuir com a campanha “Amanda na Suíça 2023”, basta fazer um Pix para (82)99408-6537, de Amanda Lourenço de Lima.

*com Assessoria