Colabore com o Eufemea
Advertisement
adultização em Alagoas

O que é adultização? Entenda o que diz a lei em Alagoas

A adultização em Alagoas está no centro do debate sobre a proteção da infância. O termo descreve a exposição precoce de crianças e adolescentes a comportamentos, responsabilidades e conteúdos típicos da vida adulta, especialmente de caráter sexualizado, antes que estejam física, emocional ou psicologicamente preparados.

Nas últimas semanas, casos como o vídeo do youtuber Felca sobre Hytalo Santos e Kamylinha reacenderam o tema. Como consequência, autoridades, mídia e sociedade passaram a discutir de forma mais intensa a questão. Por isso, em resposta à pressão popular, Alagoas já aprovou leis específicas para combater a adultização em eventos, escolas e mídias.

O que é adultização e por que é preocupante

De modo geral, a adultização pode ocorrer de várias formas. Assim, ela se manifesta quando:

  • Sexualização precoce: há exposição a conteúdos, roupas, posturas ou danças com conotação sexual.
  • Adultização comportamental: há atribuição de responsabilidades ou papéis típicos de adultos.
  • Adultização estética e social: há incentivo a aparência e atitudes acima da faixa etária.

Além disso, os impactos são preocupantes, pois incluem:

  • Ansiedade e insegurança.
  • Distorção da autoimagem.
  • Vulnerabilidade a abusos e exploração.
  • Interrupção do desenvolvimento saudável.

O caso Felca, Hytalo Santos e Kamylinha

Em 6 de agosto de 2025, o youtuber Felca publicou um vídeo com denúncias contundentes sobre adultização e exploração de menores nas redes sociais. Como resultado, o conteúdo viralizou — ultrapassando 20 milhões de visualizações — e colocou Hytalo Santos e Kamylinha no centro da polêmica.

  • Hytalo Santos: influenciador investigado pelo Ministério Público da Paraíba desde 2024 por suposta exposição e sexualização de adolescentes. Após a repercussão do vídeo, ele teve seu perfil no Instagram desativado.
  • Kamylinha: jovem de 17 anos, figura constante nos vídeos de Hytalo. Recentemente, ela sofreu a perda de um bebê, fato que gerou grande comoção e também críticas à exposição pública de sua vida.

Portanto, esse episódio impulsionou debates nacionais e acelerou discussões legislativas, inclusive em Alagoas.

Leia também:É muito difícil quebrar o silêncio”, diz psicóloga sobre casos de violência sexual contra crianças e adolescentes

Leis sobre Adultização em Alagoas

Alagoas é um dos poucos estados brasileiros que possuem uma lei estadual específica sobre o tema. Além disso, a legislação é considerada uma das mais diretas no combate à prática.

Lei Estadual – Combate à Adultização

Autor: Delegado Leonam (União Brasil)

Aprovada em agosto de 2025, a lei proíbe a adultização de crianças e adolescentes em quaisquer eventos, mídias e atividades culturais, esportivas ou recreativas.

Entre os principais pontos, destacam-se:

  • Obrigatoriedade de campanhas educativas em eventos, cinemas, teatros, rádios e TVs.
  • Além disso, a divulgação de canais de denúncia, como Disque 100, Disque 180 e 197, passa a ser exigida.
  • Outro ponto importante é a proibição do uso da lei para fins partidários ou ideológicos.
  • Por fim, há previsão de multas entre R$ 500 e R$ 5.000 para quem descumprir a norma.

Projeto Complementar – Cabo Bebeto (PL)

Nesse sentido, o projeto apresentado pelo deputado Cabo Bebeto propõe:

  • Bloqueio de repasse de verbas públicas para eventos que sexualizem menores.
  • Ainda, a aplicação de multas para organizadores que não cumprirem a regra.
  • Além disso, o texto reforça a proibição da participação de crianças e adolescentes em conteúdos ou ambientes de caráter sexualizado.

Projeto de Lei – Cibele Moura (MDB)

De forma complementar, a deputada Cibele Moura apresentou, na Assembleia Legislativa de Alagoas, um projeto de lei que proíbe o uso de recursos públicos estaduais para financiar produtos, serviços, eventos, programas e ações que exponham crianças a conteúdos que promovam a erotização precoce ou a sexualização.

Se aprovado, o texto impedirá, por exemplo, que escolas e instituições custeadas pelo Estado incluam atividades com esse tipo de conteúdo.

“Por muita gente, isso é visto como manifestação cultural, mas não é. Erotização e adultização das crianças precisam ser combatidas com seriedade”, afirmou Cibele.

Parcerias e Ações de Proteção no Ambiente Digital

Recentemente, o Governo de Alagoas firmou, no início deste mês, um Acordo de Cooperação Técnica com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Logo depois, avançou para costurar sua primeira parceria internacional no combate à desinformação.

Em reunião realizada na Embaixada do Brasil em Londres, o secretário de Estado da Comunicação, Wendel Palhares, apresentou um plano de trabalho para que o Estado e instituições inglesas desenvolvam ações bilaterais voltadas à evolução de políticas de proteção da infância no ambiente digital, bem como demais ações de integridade da informação.

Legislação municipal em Maceió

Desde 2023, atividades escolares com danças, figurinos ou posturas que incentivem a sexualização precoce são vetadas nas escolas da capital. Dessa forma, o município atua de forma preventiva para preservar o ambiente escolar.

Como identificar e denunciar a adultização

Reconhecer sinais é fundamental para agir rapidamente. Portanto, fique atento a:

  • Crianças com figurinos ou maquiagens que imitam estética adulta.
  • Participação em vídeos ou eventos com conotação sexual.
  • Uso de linguagem ou comportamento fora da faixa etária incentivados por adultos.

Canais de denúncia em Alagoas:

  • Disque 100 – Direitos Humanos.
  • Disque 180 – Violência contra mulheres e meninas.
  • 197 – Polícia Civil.
  • Conselho Tutelar do município.

Assim, ao perceber qualquer situação suspeita, denuncie imediatamente.

Por que a lei em Alagoas é importante

A legislação estadual cria instrumentos concretos de prevenção e responsabilização. Além disso, ela:

  • Reforça a proteção prevista no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
  • Foca em educação preventiva e fiscalização de eventos.
  • Dá respaldo legal para atuação de conselhos tutelares e Ministério Público.

Portanto, ela não apenas estabelece regras, mas também contribui para criar uma cultura de proteção.

Termos relacionados e variações semântica

  • Erotização infantil
  • Sexualização precoce
  • Exposição indevida de menores
  • Proteção da infância
  • Violação do ECA

A adultização é um fenômeno que ultrapassa a internet e afeta profundamente a formação de crianças e adolescentes. Casos como o de Felca, Hytalo e Kamylinha mostram que a exposição precoce pode trazer consequências graves e duradouras.

Com leis específicas, Alagoas avança na proteção da infância. No entanto, a eficácia depende da vigilância da sociedade, da atuação das autoridades e da conscientização das famílias. Assim, somente com ação conjunta será possível garantir que meninos e meninas tenham uma infância plena e segura.

plugins premium WordPress