A história do Brasil foi escrita, na maior parte das vezes, por mãos masculinas. Isso fez com que muitas mulheres que desempenharam papéis fundamentais no desenvolvimento do país fossem esquecidas. No Nordeste, esse apagamento é ainda mais profundo. Grandes mulheres nordestinas marcaram a história e enfrentaram preconceitos, resistiram ao machismo e lutaram por seus ideais.
Neste artigo, o Eufêmea resgatou a trajetória de cinco mulheres nordestinas que marcaram a história do Brasil, mas que não recebem grande destaque.
1. Bárbara de Alencar (CE) – A primeira presa política do Brasil

Ela nasceu em Exu, Pernambuco, em 1760, mas fez história no Ceará. Ela participou ativamente da Revolução Pernambucana de 1817 e da Confederação do Equador em 1824, movimentos que lutavam contra o domínio português.
Por desafiar o sistema, Bárbara de Alencar foi presa e torturada, tornando-se a primeira presa política da história do Brasil. Mesmo após a repressão, nunca desistiu de suas convicções. Seu nome, no entanto, raramente é citado nos livros escolares, ao contrário de outros líderes revolucionários da época.
2. Maria Quitéria (BA) – Primeira mulher a integrar o Exército Brasileiro

A baiana nasceu em Feira de Santana, em 1792. Durante a Independência do Brasil, ela vestiu-se de homem para se alistar no Exército e lutar contra os portugueses.
Quando descobriram sua identidade, Dom Pedro I a condecorou por sua coragem, em vez de expulsá-la, tornando-a a primeira mulher a integrar as Forças Armadas do Brasil. Ainda assim, a história dela recebe pouca atenção, enquanto figuras masculinas da independência ganham amplo destaque.
3. Esperança Garcia (PI) – Primeira mulher advogada do Brasil

A advogada nasceu no Piauí, no século XVIII, e foi uma mulher negra escravizada que fez história. Em 1770, ela escreveu uma carta ao governador da Capitania do Piauí denunciando os maus-tratos que sofria e reivindicando melhores condições de vida.
Este documento representa a primeira petição por direitos humanos escrita por uma mulher negra no Brasil. Apesar de sua importância histórica, seu nome só começou a ganhar reconhecimento nos últimos anos, sendo ofuscado por outras figuras da luta contra a escravidão.
4. Joana Zeferina da Paz (AL) – A Guerreira Negra Contra a Escravidão
Popularmente conhecida como Dona Vitória, destacou-se por registrar, aos 80 anos, ações criminosas em sua comunidade, contribuindo para a prisão de dezenas de traficantes e policiais corruptos. Sua história tornou-se símbolo de coragem e cidadania.

Joana morava num apartamento no Rio de Janeiro, na Praça Vereador Rocha Leão, que dava para a Ladeira dos Tabajaras. Pela janela, começou a ver a movimentação de traficantes em uma boca de fumo. Ela entrou com uma ação contra o Estado devido à desvalorização de seu imóvel. A moradora teve a ideia de filmar para desmentir a alegação de um coronel da PM, que afirmou, em ação judicial, que ela mentia sobre a existência do tráfico, supostamente combatido pelo batalhão.
Veja também: Em filme, Fernanda Montenegro fará papel de alagoana negra que ajudou a prender traficantes; escolha gera críticas
5. Rachel de Queiroz (CE)- Primeira mulher na Academia Brasileira de Letras

Por último, mas não menos importante, Raquel nasceu em Fortaleza, no Cearé, e ainda muito jovem, com apenas vinte anos, se destacou através da publicação do romance “O Quinze”. Ela foi a primeira mulher a possuir uma cadeira na Academia Brasileira de Letras foi Rachel de Queiroz, em 1977. Dessa forma, a escritora, jornalista, tradutora e dramaturga, foi pioneira na literatura brasileira. Também a primeira a receber o prêmio Camões, o mais importante da Língua Portuguesa, em 1993.
Apagamento da mulheres nordestinas
A história comete uma injustiça ao apagar as mulheres nordestinas. Bárbara de Alencar, Maria Quitéria, Esperança Garcia, Joana Zeferina da Paz e Rachel de Queiroz tiveram papéis essenciais para o Brasil, mas a história ainda menciona pouco seus feitos.
Dessa forma, resgatar essas histórias é fundamental para dar visibilidade a mulheres que desafiaram seu tempo e lutaram por mudanças. Compartilhe este artigo e ajude a dar voz a essas personagens incríveis!
Por fim, agora que você já conhece cinco mulheres nordestinas que marcaram a história do Brasil, nos siga no Instagram.