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Como a massagem de som pode ajudar no tratamento de mulheres que lutam contra o câncer

Foto: Flávio Carvalho

Quem luta contra o câncer sabe das dores que passa, mas existem tratamentos que buscam minimizar essas dores e ajudam na recuperação. Uma dessas alternativas é a massagem de som que é uma técnica que utiliza sons e vibrações de taças de som terapêuticas para promover esse relaxamento. O Eufêmea entrevistou Stella Leoni, auditora da receita e praticante da massagem de som em Maceió. Ela falou sobre como a massagem pode ajudar as mulheres que foram acometidas pela doença.

Mas para que se fale como a massagem de som pode auxiliar nessa jornada de tratamento é preciso entender o que representa a massagem.

O que é a Massagem de Som?

O método Peter Hess® de Massagem de Som é uma técnica que utiliza sons e vibrações de taças de som terapêuticas para promover esse relaxamento. Stella disse que na aplicação do método – que existe há 35 anos – são utilizadas as taças de som Peter Hess especificamente terapêuticas. “Essas taças são feitas manualmente por uma liga especial de 12 metais nobres. Estes metais estão nos próprios corpos/organismos, na forma de minerais”, explicou.

Foto: Flávio Carvalho
Como a massagem pode ajudar?

Para ajudar essas mulheres que lutam contra o câncer – seja ele de mama ou de outro tipo – Stella explicou que o som e a vibração são processados/decodificados pelo cérebro (que os converte em Impulsos Elétricos) e que, imediatamente, informam às partes do corpo/organismo, regendo seus funcionamentos, conforme as Frequências Sonoras respectivas às diferentes partes do corpo/organismo.

“Ou seja, do Som e da Vibração são extraídos impulsos elétricos que comandam o cérebro e auxiliam para o funcionamento do corpo e do organismo. Cientificamente estudados e controladamente produzidos, os Sons e as Vibrações da Massagem de Som são especificamente destinados a imprimir regulação à saúde das específicas partes do corpo/organismo, formando impulsos elétricos que estimulam atividades bio-físico-químicas naturais e saudáveis no organismo e, ao final, imprimindo regulação orgânica, cerebral, mental, emocional, intelectual, etc.; enfim, contribuindo à regulação da saúde e qualidade de vida”, justificou.

Segundo ela, além da atuação físico-clínica, a Terapêutica destes Sons e Vibrações forma um ‘espaço seguro’ dentro da pessoa e à sua volta, ecoando e reverberando; o eco e a reverberação vão envolvendo totalmente a pessoa que entra em profundo estado de relaxamento, enquanto as ondas sonoras vão ‘massageando’/percorrendo a pele e orientando pensamentos e emoções da pessoa.

“A depender do nível de desequilíbrio, desgaste, adoecimento, que uma pessoa apresente, as ondas sonoras vão sendo auto propagadas e absorvidas ao longo de, pelo menos, no mínimo, 3 dias seguintes à MS”, comentou.

Leoni também acrescentou que “a auto propagação das ondas sonoras dentro do organismo é inversamente proporcional à absorção; e a absorção que impede a auto propagação depende das necessidades dos órgãos, músculos, ossos, etc. que ‘chupam’ os efeitos terapêuticos”.

Ela também explicou ao Eufêmea que a massagem não deve ser aplicada em menos de 5 dias da anterior e, para efetivamente ‘educar’/estimular o organismo em seu funcionamento/recomposição mais perfeito, a massagem deve ser renovada em intervalos constantes (a cada 7 dias, 15 dias ou 1mês), para que o cérebro reinforme os impulsos elétricos ao organismo que, então, absorverá/’perderá’ cada vez menos (pois os músculos, órgãos, tendões, etc) estarão cada vez mais ‘perfeitos’ e, então perfeitos, através das suas próprias massas/moléculas se tornam autopropulsores das ondas sonoras e de seus efeitos terapêuticos circulando no organismo.

Há algum impedimento para não receber a massagem?

Mulheres com tromboses, epilepsia, convulsões, gestantes com menos de 12 semanas, pessoas que estão lidando com alguma infecção, portadores de marca-passo ou de equipamento elétrico de controle de Parkinson, portadores de Hipotonia e portadores de Esquizofrenia e doenças mentais não podem receber a massagem de som.

“Fora esses casos que citei, não existem efeitos colaterais ou maléficos da massagem”, disse.

Sobre se existe quantidade de sessões, Stella comentou que não existe uma prescrição de quantidade prévia de sessões, já que cada pessoa tem específico funcionamento. Mas, é recomendado no mínimo, cinco sessões para começar a ter condição de o organismo saudavelmente auto propagar as ondas sonoras.

“Como o câncer é situação de grande fragilidade, mais sessões de que 5 serão mais benéficas à pessoa que mais impulsos elétricos formará em seu cérebro para melhor comando de seu organismo e ativação de seus processos de recuperação e fortalecimento, com o auxílio da Energia Sonora”, afirmou.

“Procedimento natural e sem química”

Por fim, Stella explicou por qual motivo a massagem é uma opção não só para quem está lutando contra o câncer, mas também para quem deseja um momento de relaxamento e de contato consigo mesmo.

“A MS é um procedimento técnico natural, sem química, altamente sensível e amoroso, que me dá momentos nos quais eu posso visitar todos os meus espaços interiores e mais intensamente posso ‘ver Deus’ dentro de mim, com uma medida tão enorme de amor que eu me ‘curo’; são momentos nos quais eu tomo o remédio natural que Deus nos deu de presente quando criou o mundo e que a inteligência do ser humano estuda e consegue respeitar e manter natural, para me fortalecer quando a ‘química’, também desenvolvida pela inteligência e misericórdia humanas, mesmo que agressiva, seja imprescindível a manter a minha vida por mais algum tempo, com qualidade”, finalizou.

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Cotidiano Interna Notícias

Casos de AVC em mulheres crescem a cada ano; médica alerta para fatores de risco e cuidados

A ocorrência de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em mulheres cresce a cada ano, com necessidade de hospitalização, óbito, sequelas, como informa a médica Maria Júlia Monteiro Valença  Vasconcelos, neurologista com especialização em neurovascular. Mas você sabe o que é o AVC e suas consequências? O Eufemea conversou com a profissional, que alerta para os cuidados necessários à prevenção do problema, também conhecido como derrame.  

“AVC significa acidente vascular cerebral e é causado pela súbita interrupção de circulação de sangue no cérebro. Isto ocorre por ruptura de um vaso (AVC hemorrágico) ou obstrução do vaso por um trombo (AVC isquêmico). Isto pode  causar sequelas de funções neurológicas como dificuldade para falar, ver, mobilizar um dos braços ou um das pernas, perder sensibilidade em um dos braços ou uma das pernas”, alerta Maria Júlia, que trabalha no Hospital Arthur Ramos nos setores de emergência, UTI neurológica e apartamentos e é graduada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal). 

De acordo com a médica, o AVC afeta ambos os sexos e todas as idades, porém “as mulheres têm fatores de risco específicos, como uso de anticoncepcionais, gestação, terapia de reposição hormonal, enxaqueca com aura”. 

Neste 29 de outubro é dia mundial de combate ao AVC. A data vem para  reforçar que a doença continua sendo uma das que mais mata e a que mais incapacita, como destaca a médica Maria Júlia, ao chamar atenção para os fatores de risco.  

“Hipertensão arterial, sedentarismo, diabetes, dislipidemia, idade avançada, história prévia da doença, etilismo, depressão, problemas cardíacos como fibrilação atrial”. 

Maria Júlia Monteiro, neurologista

A especialista orienta que “na suspeita da doença, o paciente deve ser levado a um hospital com condições de fazer diagnóstico e tratamento. Deve ser submetido a exames da cabeça como tomografia ou ressonância”. 

Já para a prevenção, como observa Maria Júlia, “recomenda-se hábitos de vida saudáveis, acompanhamento regular de eventuais problemas de saúde com uso correto de medicações prescritas pelo médico”. 

Covid-19 X AVC 

Durante a pandemia do novo coronavírus, que levou ao  isolamento social, a médica revela que houve redução dos atendimentos e diz que isso provavelmente ocorreu porque as pessoas não foram aos hospitais.  

“Houve campanhas orientando a população para que na suspeita da doença não ficasse em casa. AVC e Covid podem ocorrer em concomitância e Covid pode ser causa de AVC”. 

Quanto ao tratamento, a médica explica que trombolise é um dos tipos na fase aguda do AVC isquêmico.  

“Medicamento na veia que pode dissolver trombos. Este tratamento deve ser feito naquele com indicação em até 4 horas e meia do início dos sintomas. Existe outro tratamento que é trombectomia mecânica que através de uma aspiração dentro do vaso o trombo pode ser retirado.  Existem ainda diversos cuidados clínicos necessários a quem teve AVC, como controle da pressão, glicemia, prevenção de aspiração, etc. Não esquecer da reabilitação, que é direito de todo paciente que apresentou um AVC. Com fisioterapia, fono, na intenção de melhora de eventuais sequelas”. 

Além de todos os alertas, uma programação foi elaborada para informar à população sobre os cuidados. “Existe a programação nacional elaborada pela Rede Brasil AVC  e a programação estadual elaborada pelo Ação AVC, uma entidade sem fins lucrativos que busca melhorar a informação às pessoas que tiveram ou não esta doença. Em nosso hospital fazemos ações internas e também algumas externas voltadas especialmente para a informação”, informa Maria Júlia. 

A programação pode ser encontrada nos seguintes links:

II semana AÇÂO AVC pode ser acessado no link HTTPS://linktr.ee/acaoavc  e a programação da rede Brasil pelo link conexão AVC.com.br.   

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Comportamento Interna Notícias

Quilombola defende formação de base, autocuidado e empoderamento da mulher, na Bahia

O que leva uma mulher negra, quilombola, índia, de religião de matriz africana, LGBT, com poucos recursos financeiros, a concorrer a um cargo eletivo numa disputa marcada pelas grandes campanhas políticas? O Eufemea inicia hoje uma série de reportagens com candidatas a vereadoras das chamadas minorias sociais do Nordeste para mostrar o que levou à decisão de brigar por um espaço no Poder Legislativo municipal e as propostas que apresentam.  

Juliana da Silva Vaz, 30 anos, é do Quilombo Araçá Cariacá, do município de Bom Jesus da Lapa, na Bahia, onde concorre pela primeira vez ao cargo de vereadora pelo Partido dos Trabalhadores (PT). É coordenadora nacional de Articulação das Comunidades Quilombolas do Brasil, como voluntária, e consultora do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), graduanda em Serviço Social pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Já no ‘currículo da vida’, ela se define como “a Juliana do quilombo, filha de agricultura, criada no quilombo, com princípios coletivos, que nasceu pra luta”. 

Ela estreia a série de matérias e contou o que a levou a disputar uma vaga na Câmara de Bom Jesus da Lapa, na Bahia e o que propõe se eleita for. 

Para as mulheres do quilombo, Juliana afirma que sabe de cada necessidade, pois é onde convive, e anuncia como ações de mandato a “formação de base e política, autocuidado e bem-estar, diálogo sobre empoderamento, a fim de que elas revejam o quanto são especiais e rompam com a submissão”.  Também defende o “acesso à educação, justiça, segurança, lazer, à saúde e valorização às práticas religiosas”. 

“Na verdade, eu já faço isso mesmo sem estar na gestão pública, com o que aprendi na graduação em Serviço Social, venho escrevendo projetos de editais todos com aprovações das ONGs que liberam recurso para a realização dessas ações”, pontua Juliana, que a exemplo das demais quilombolas e mulheres de religião de matriz africana, conta com o apoio da Rede de Mulheres de Comunidades Tradicionais. 

Já aos demais grupos de mulheres em torno do município baiano, Juliana afirma que a partir de constante diálogo com elas e suas representantes, construirão juntas as pautas que elas precisam e que serão a base dos projetos que apresentará no Legislativo.

“Com elas na plenária, com a aprovação delas, levarei para o gestor e executaremos os desejos e sonhos coletivos dessas mulheres”. 

HISTÓRIA DE VIDA 

Juliana conta que deixou o que a juventude lhe proporciona para fazer luta coletiva. “Mobilização das bases, diálogos constantes com os órgãos públicos, defesa do Decreto 4887 que garante a permanência dos quilombolas em seus territórios, em confronto com a bancada ruralista encabeçada pelo DEM no Congresso Nacional”, afirma a quilombola. 

“Eu tenho uma missão com meu povo e agora nesse processo de luta pela participação no Legislativo, quero junto com o Poder Executivo devolver os investimentos que o meu povo faz nos cofres públicos através das cargas tributárias sob a forma de políticas públicas”. 

A candidata diz ainda que veio para servir e informa que desde muito cedo participa das reuniões da associação junto com a família.

“Fui criada naquele meio, tomando decisões, montando estratégias de sobrevivência coletiva contra os fazendeiros que diziam ser donos dos nossos territórios, cercavam as lagoas, muravam os rios pra impedirem o nosso acesso às águas e meu povo sempre em mutirão, de forma coletiva resolvia”, diz. 

E afirma: “Essa é minha referência de vida, sou cria de homens e mulheres que mesmo sem nunca ter lido um artigo, muitos nem alfabetizados são, mas fizeram mandatos incríveis na associação, sem nunca negociar os nossos sonhos em detrimento pessoal”.  

“Dessa forma, tenho como princípio norteador dos meus caminhos a construção da unidade, associativismo, coletividade, a consulta, orientações dos mais velhos. O olhar coletivo me define, a luta coletiva, a ânsia por justiça, a angústia em resolver algo para o outro”, destaca Juliana. 

LUTA E ORGANIZAÇÃO 

Segundo ela, para disputar um mandato foi  indicada pela organização quilombola de Bom Jesus da Lapa, junto com outros  nomes. Mas precisou passar por uma avaliação. Porém, ela diz que resistiu ‘por conta de questões subjetivas’. “E depois porque é um processo muito complexo a disputa eleitoral. Sou uma pessoa que uma fala me deixa triste, um olhar me deixa triste e na minha visão eu não iria suportar”, ela conta.  

A quilombola ressalta que diante dos pedidos e orientações a seguir o sentimento que tomou conta dela foi de gratidão. “Tudo que tenho, tanto em bens materiais como de princípios de valores, foi graças à luta e organização política do meu povo, ocupação dos órgãos públicos, audiências, pautas de reivindicação, mobilização e assim conquistamos, junto com os governos, as políticas públicas de sobrevivência de vida, me dando o poder de ter uma casa, energia elétrica, água, escola, educação, saúde e noção de coletividade e tantos ensinamentos”. 

“Esse SIM tem a ver sobretudo com os caminhos que os colonizadores traçaram ao meu povo e que refletem até hoje. Eu vou reparar os estragos que a escravidão deixou no povo preto desse município”.   

DIREITOS HUMANOS 

Mas ela destaca que se sair vitoriosa nas urnas, fará um mandato para todos, com foco nos direitos humanos. “Não é pelo fato de ser de um quilombo que irei centralizar minha atuação no Legislativo nas necessidades do meu povo não. É claro que terei um olhar específico àqueles que me colocaram diretamente lá e de onde eu vim. Meu foco será nos direitos humanos. Serei funcionária de cada ser humano do município de Bom Jesus da lapa”. 

“Junto com o Poder Executivo, irei organizar os investimentos que o povo faz aos cofres públicos através dos impostos e com a força de trabalho e devolver à população sob a forma de políticas públicas. Uma devolução consciente, humana e justa, onde cada cidadão entenda que o acesso é seu, com a visão de que cada funcionário público é seu funcionário”. 

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Cotidiano Interna Notícias

Consumo de vinho aumentou entre as mulheres na pandemia; especialista explica

Foto: Bárbara Isis

As mulheres beberam mais durante a pandemia. E a bebida escolhida por eles foi o vinho. O presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Marcio Ferrari, mostrou que dados de setembro de 2020 apresentam um acréscimo relevante: neste último trimestre do ano, o consumo está chegando perto dos 3 litros (2,8 litros de vinho por pessoa) em comparação ao mesmo período de 2019. Um acréscimo de 39% no vinho de mesa e 50% no vinho fino. E um aumento de 72% em relação ao primeiro trimestre de 2020 e um recorde na história da indústria nacional.

Na fase mais crítica da pandemia, o isolamento social serviu para evitar a maior propagação do vírus, mas também favoreceu crescimento nas vendas de vinho no país.

Sem sair de casa, as mulheres optaram em consumir este tipo de bebida. Mas afinal, por qual motivo as mulheres beberam mais na pandemia?

Ao Eufêmea, a jornalista e especialista em vinhos, Maria Barreiros, criadora do instablog e confraria Vinho com Maria, de Maceió, a pandemia uniu ainda mais pessoas em torno desta bebida.

“O isolamento não foi empecilho para o encontro das pessoas em torno do vinho, pelo contrário, o mundo virtual foi aliado e uniu essa bebida única às pessoas. Vejo um consumo mais consciente, e principalmente a busca pelo preço, sem perder a qualidade, fruto da procura pelo conhecimento enogastronômico. Eu participei de várias aulas, cursos, e também ministrei degustações guiadas virtuais,” explicou a sommeliere, que tem alunos, em Maceió, Recife, Fortaleza e até África do Sul.

A especialista explica que o fato das mulheres estarem bebendo mais vem acontecendo porque todos estão ficando mais em casa, e assim
podendo consumir em maior quantidade, com mais conforto e segurança.

“Visto que a compra de vinho vem sendo realizada no supermercado ou e-commerce, com preços mais atrativos do que os praticados em restaurantes”, comentou Maria.

Enquanto o consumo de vinhos aumentou, o de espumante caiu. Mas segundo a especialista, a tendência é que esse cenário mude. “Espera-se que com a proximidade das festas de final de ano e com o verão, esse dado se reverta e o consumo do vinho borbulhante também cresça”.

Única nordestina convidada para a Wine Press Trip, finalizando com a Avaliação Nacional de Vinhos Safra 2020, em novembro
Foto: Bárbara Isis

Maria Barreiros, jornalista, relações públicas, construiu sua carreira como assessora de comunicação no serviço público alagoano, desde 2006. Porém há pouco mais de dois anos, iniciou uma nova etapa em sua vida profissional, se especializando em vinhos pela WSET (Certificado Internacional da Wine Spirit Education – Wine Set.).

Hoje atua como instrutora/sommeliere e produtora de conteúdo digital e foi convidada, como única jornalista especializada em vinhos do Nordeste a participar do grupo de formadores de opinião da Wine Press Trip, formada por comunicadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Rio Grande do Sul. A viagem ternina com a Avaliação Nacional de Vinhos Safra 2020, promovida pela Associação Brasileira de Enologia.

O encontro será na maior região vitivinícola do Brasil, no Rio Grande do Sul. Entre os dias 4 e 8 de novembro. Uma ação focada no enoturismo, mesmo sem o término da Pandemia.

De acordo com a representante da Conceito com Brasil, organizadora do evento. Esse encontro entre jornalistas, influenciadores e produtores de conteúdo acontece há 17 anos.

“Será uma imersão no mundo do vinho brasileiro e da gastronomia, com visitas nas vinícolas Miolo, Cave do Sul, Geisse, Aurora, Dal Pizzol, Cristófoli e Larentis, e da Union Distillery do Brasil, além de participar da maior degustação de vinhos de uma safra do mundo, a Avaliação Nacional de Vinhos, Safra 2020,” salientou Lucinara Masiero.

Eles também conhecerão um pouco da estrutura hoteleira com hospedagem no Hotel Casacurta, em Garibaldi, e Dall’Onder, em Bento Gonçalves. Em Garibaldi, também conhecerão a Magia do Vidro na Madelustre, provarão das trufas artesanais da Devorata e passearão de Tim Tim pelo centro histórico da Capital Brasileira do Espumante.


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Inspiradoras Interna Notícias

Alagoana cria marca autoral inspirada na conexão entre a humanidade e a natureza: “Liberdade em vestir”

Foi o contato com a natureza que fez com que a mestre em engenharia de produção Arquimércia Cedrim de Diego, 41 anos, pensasse em criar uma marca alagoana que trouxesse a conexão da humanidade com tudo que rege o universo – terra, as águas, o ar, o fogo, o céu e as estrelas, os minerais -. O Eufêmea entrevistou a diretora criativa da marca que contou como a Arqui Brand foi criada e qual o propósito dela.

O desejo de transformação foi fundamental para que Arquimércia desenvolvesse uma marca diferente para Alagoas. A necessidade, segundo ela, era de algo que trouxesse mudança e evolução.

Diretora criativa. Foto: Cortesia

E o ponto chave para esse desejo de mudança foi a conexão que existe entre a humanidade e a natureza. “Afinal, somos parte de um todo e acreditamos que é preciso voltar a viver em equilíbrio com a natureza. Somos responsáveis por tudo o que acontece e devemos cooperar”, explicou.

A proposta vai além de ser uma marca autoral. É muito mais profundo e convida a quem veste a viver um novo modo de vida. “Onde em conjunto, trabalharemos o eu, a partir do autoconhecimento e bem estar; o nós, a partir da colaboração, verdade e humildade e o todo, através do estreito relacionamento e respeito com a natureza”, justificou a diretora.

Como consequência disso, a alagoana enfatizou que as peças são ferramentas para esse processo. 

“Queremos tocar no íntimo das pessoas para despertar a melhor relação e desenvolvimento com si próprio. Que assim como a natureza, possamos nos transformar, transcender e ser terapeutas, quando de repente, nos vestimos com uma peça que eleva nossa autoestima”, explicou.

Ao Eufêmea, a diretora disse que o propósito da marca é fazer com que outras mulheres sintam de forma genuína as energias do universo. A coleção nomeada de Energia Telúrica será lançada nesta quarta-feira (28), em Maceió.

Moda com relevância

Arquimércia afirmou que inicialmente pesquisa as cores dessa energia, forma e movimento para dar vida às peças. “Em seguida são feitos os croquis, passado para o modelista, depois a peça piloto para aprovação e por fim, as costureiras que materializam as peças”.

Ela também explicou que o maior diferencial dela é fazer que as pessoas entendam que o trabalho dela é moda com relevância. “Não é sobre uma roupa pronta! É sobre uma peça que te leva ao encontro consigo mesma, pois a liberdade em vestir é nosso lema, a moda faz parte, mas não somos massa. Temos voz”, finalizou.

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Cotidiano Interna Notícias

Mulheres na facção PCC assumem cada vez mais protagonismo nas ações criminosas

Elas são chamadas de “irmãs” e fazem parte da maior facção criminosa do Brasil e América do Sul, o Primeiro Comando da Capital (PCC), que nasceu em São Paulo e se espalhou por todo País. A participação das mulheres nos quadros da organização cresce,  chama atenção pelo modo de agir e é considerada determinante nas ações do grupo, embora o comando ainda seja dos homens. 

O Eufemea conversou com a professora Elaine Pimentel, da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Alagoas (FDA/UFAL), doutora em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que traz uma análise sobre a participação da mulher no PCC. Segundo ela, o domínio ainda é masculino, mas há um protagonismo cada vez maior das mulheres. 

“A gente percebe que tem um aumento do número de mulheres comandando ações criminosas ou atuando com um protagonismo maior. Acho que a própria condição feminina no mundo, se destacando em vários espaços, favorece a isso”, afirma Elaine. 

Ela ressalta que “embora haja um protagonismo maior ultimamente, ele não é maior do que o masculino. Ainda existe uma divisão sexual do trabalho dentro das ações criminosas em que os homens comandam muito mais preponderantemente”. 

A professora-doutora Elaine Pimentel diz que “ainda existe uma divisão sexual do trabalho dentro das ações criminosas em que os homens comandam muito mais preponderantemente”

De acordo com a professora-doutora, não há um diagnóstico sobre perfil de mulheres nas facções criminosas. “Eu não conheço nenhum estudo que tenha feito diagnóstico e nos presídios é muito difícil identificar isso. Poucas pesquisas falam sobre isso”, destaca.  

Porém, Elaine conta que orientou uma pesquisa de TCC de graduação que mostra “que as mulheres atuam mais fortemente no PCC, mas o comando ainda é dos homens. Não podemos dizer que houve uma mudança total de paradigma”, diz a especialista, ao reforçar que “em Alagoas a facção dominante é o PCC.  E aqui a gente tem dentro das unidades prisionais”. 

Divisão sexual do trabalho

Elaine Pimentel lembra ainda que o “envolvimento de mulheres na criminalidade acontece em todas as sociedades, em proporções diferentes”. E ocorre principalmente nas sociedades que são marcadas por criminalidade violenta, relacionada ao tráfico.  

“Normalmente as mulheres têm um papel no crime, é isso que chamo de divisão sexual do trabalho na ação criminosa, e normalmente é retaguarda, organização, preparação ou algum tipo de ação que precise de uma atuação que não levante suspeita. No tráfico isso é muito importante para eles, porque as mulheres são menos abordadas pela polícia. É nesse sentido”, ela afirma. 

A profissional diz que várias discussões em encontros jurídicos foram levantadas sobre a afirmativa de que as mulheres no tráfico atuam de forma mais violenta, mas ela pondera que “as mulheres não tendem a usar arma de fogo. Há uma tendência maior de uso de arma branca, as facas, punhais ou outros mecanismos, como água quente”. 

É por isso, ressalta Elaine Pimentel, “que mulheres que praticam homicídio normalmente praticam com esse tipo de instrumento que tem essa conotação de maior crueldade, do que um projétil de arma de fogo que é um disparo até a distância, ou não, pode ser próximo, mas enfim, um disparo, que não implica um contato corporal tão imediato. Então, esses são relatos que acho que a gente ainda precisa estudar melhor para entender essa afirmação de que as mulheres são mais cruéis. Eu não iria por esse caminho, não. Eu iria pelo caminho das armas que estão à disposição das mulheres com mais frequência, que seriam as armas brancas, instrumentos cortantes, perfurantes, contundentes”. 

Relações familiares e criminalidade 

“A crescente incorporação das mulheres nas facções criminosas em presídios brasileiros” é o tema do trabalho de conclusão de curso de Kryslane Larissa Honório Mendes, na Faculdade de Direito de Alagoas (FDA). O trabalho foi orientado pela professora Elaine Pimentel e traz um diagnóstico da presença feminina no crime. 

Larissa Honório pesquisou sobre a participação das mulheres do sistema prisional nas organizações criminosas: “Destaco a forma como as relações familiares foram determinantes para a entrada delas na vida do crime”

“Desde o início da minha graduação passei a frequentar o sistema prisional como participante do projeto Reconstruindo Elos, que promovia encontros nas unidades prisionais trazendo temas da área de cidadania, saúde, artes, etc”, conta Larissa Honório. 

Segundo ela, que hoje atua como advogada, “semanalmente nós estávamos reunidos com as mulheres da Penitenciária Santa Luzia e me chamava atenção a facilidade com que elas nos falavam de suas vidas, suas histórias e a relação com o crime. Eu ficava impressionada com as peculiaridades da criminalidade feminina e decidi, ainda no início da faculdade, que meu TCC seria dentro dessa área. Com o passar dos anos fui acompanhando a ascensão das facções criminosas, então decidi unir uma coisa à outra”.       

No contato com as presas, relata Larissa, “destaco a forma como as relações familiares foram determinantes para a entrada delas na vida do crime. Elas costumavam ressaltar a ‘necessidade’ de ajudar seus companheiros, filhos e irmãos nas empreitadas criminosas, fazia parte do seu ‘papel de mulher’ (falavam com orgulho disso). Era como se para elas fosse ‘uma prova de amor’ principalmente quando se tratava de familiares encarcerados”, conta Larissa. 

“Todavia, atualmente vejo que elas têm ocupado papéis cada vez mais importantes dentro da criminalidade (inclusive dentro das facções criminosas) elas cada vez mais passam a ser protagonistas”. 

Depois que concluiu a faculdade, em 2018, Larissa diz que não escreveu mais, “embora ainda me considere uma pesquisadora desse tema. Atualmente sou advogada e trabalho na área criminal, então continuo a frequentar o sistema prisional e a observar as faces da criminalidade feminina. Para mim é desafiador, eu acho um tema instigante, prazeroso e muito rico, por isso quero continuar essa pesquisa e com certeza farei outros trabalhos sobre este tema”, ela conclui. 

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Baixa procura por mamografias vai refletir em aumento de casos avançados, diz médica

A quarentena imposta pelo novo coronavírus fez com que muitas mulheres deixassem de ir ao médico. Com isso, o número de mamografias também reduziu. Entretanto, se o câncer de mama for detectado precocemente, as chances de cura são de 95%. O Eufêmea entrevistou a médica mastologista Shyrlene Santana que acredita que por causa da pandemia, os casos de câncer de mama serão diagnosticados já em estágio avançado, já que a procura por médicos e exames diminuiu.

De acordo com a pesquisa Câncer de mama: o cuidado com a saúde durante a quarentena, feita pelo Ibope Inteligência para a empresa Pfizer entre os dias 11 e 20 de setembro mostrou que 62% das entrevistadas não foram a seus médicos durante o isolamento social, por medo de contrair a covid.

Com isso, deixaram de fazer exames de rotina que poderiam ajudar na prevenção da doença. No grupo considerado de risco, que abrange as maiores de 60 anos, 73% afirmaram estar esperando o fim da pandemia para marcar uma consulta ou realizar exames de rotina.

A médica explicou que pelas estatísticas, o câncer de mama é o que mais mata as mulheres. “Na maioria das vezes ele é diagnosticado na fase tardia e quando a mulher percebe, ele já está numa dimensão maior”.

Segundo a mastologista, o único exame que comprovadamente consegue detectar as lesões no estágio inicial é a mamografia que deve ser feita a partir dos 40 anos.

Entretanto, em alguns casos – a depender do histórico familiar e do paciente – há uma antecipação desse exame.

“É recomendado que o exame seja feito a partir dos 40 anos porque a mulher vai ter uma densidade mamária grande. Se for feito antes, a mamografia não vai detectar muita coisa, mas a depender do paciente, aí sim precisamos fazer todo rastreamento”, justificou.

De acordo com a médica o principal fator de risco é o envelhecimento, seguido da obesidade e do sedentarismo. Especificamente nos cânceres de mama, com a obesidade o risco aumenta no período pós-menopausa. “Manter um peso saudável deve ser um compromisso para a vida inteira, principalmente após a menopausa”, recomenda a mastologista.

Questionada sobre os casos em mulheres mais novas, Shyrlene disse que há estudos que apontam que esse aumento de casos de câncer de mama nessas pessoas está ligado ao estilo de vida, a modernidade, a industrialização, entre outros fatores.

“É preciso que as mulheres tenham hábitos saudáveis, com atividade física e que os exames anuais sejam feitos também”, reforçou.

A mastologista chamou atenção para as mulheres que não fizeram os exames ainda e que não buscaram um médico. Conforme Shyrlene, a procura pela mamografia já era baixa e com a pandemia, o cenário ficou ainda pior.

“Isso vai refletir no aumento de casos avançados e na mortalidade. O Outubro Rosa é uma campanha que precisa ser reforçada o ano inteiro. O diagnóstico precoce é fundamental para a cura do câncer de mama”, afirmou.
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Cotidiano Interna Notícias

Em Teresina, Lucineide Barros defende educação voltada às novas relações de gênero e combate ao sexismo

Filha de agricultor e de dona de casa, a professora Lucineide Barros (PSOL) disputa pela primeira vez um cargo eletivo. Ela é candidata à prefeitura de Teresina (PI) e tem como vice Cyntia Falcão, também do PSOL. Suas propostas para a cidade, segundo informa, foram elaboradas coletivamente e têm como foco as populações vulneráveis e a mulher.  

“Todas as ações do município serão orientadas pelo princípio de valorização e reconhecimento dos direitos das mulheres e de sua importância nas relações sociais, com educação escolar e não-escolar para as novas relações de gêneros, enfrentando a ordem estrutural patriarcal, machista, sexista, considerando condições de classe e raça/etnia”. 

O Eufemeana conversou com Lucineide na série com as candidatas às prefeituras das capitais do Nordeste e traz suas propostas para a cidade. 

Para ampliar a participação da mulher na política, ela conta que o trabalho seguirá o modelo que já vem sendo posto em prática. “Como já fazemos até aqui, por meio da educação popular e da luta cotidiana, voltada à ampliação dos espaços de participação das mulheres, associados à capacitação política e técnica e inclusão nos espaços de poder das pautas historicamente conduzidas pelo movimento de mulheres”. 

Lucineide se define como uma mulher negra, mãe, educadora popular, professora do ensino superior na rede pública estadual, pesquisadora e extensionista das relações entre movimentos sociais e estado no contexto da educação. Ex-dirigente de entidades do movimento popular comunitário; atualmente militante do movimento docente do ensino superior, atuando também no Núcleo Piauí da Auditoria Cidadã da Dívida (ACD) e na Frente Popular de Mulheres contra o Feminicídio. 

POLÍTICA PARA A MULHER 

Ela lista ainda entre suas prioridades para a mulher, “o atendimento às mulheres em situação de vulnerabilidade e de violência doméstica no acesso a programa de capacitação profissional, geração de renda e acesso a moradia; destinar linha de crédito justo e acessível e acessória técnica a mulheres da zona rural e indígenas, das vilas, com deficiência, e egressas do sistema prisional.

Defende a promoção de “política de formação e qualificação profissional das mulheres, reeducandas e egressas do sistema prisional e das ações visando a superação da dependência química; assegurar equidade de gênero e de cor/raça e diversidades, nos cargos de direção do Executivo, na administração pública direta ou indireta”. 

E assegura que se eleita for implantará “programas de educomunicação visando a defesa e autodefesa da mulher e combate à violência contra a mulher em geral, realização de políticas de formação continuada de servidores(as), com equipes multidisciplinares, promovendo educação não sexista, visando o combate a violência contra as mulheres; efetividade no sistema de notificação dos casos de violência e tratamento da situação no planejamento e realização das políticas; assegurar nos currículos escolares estudos sobre mulher e sociedade; fortalecer equipes multiprofissionais de acolhimento e orientação nos serviços de atendimento de urgência a mulheres vítimas de violência doméstica e alcançar as metas contidas nos planos nacional e municipal de Políticas para as Mulheres”. 

AMPLIAÇÃO DE DIREITOS 

A candidata ressalta que a proposta de gestão para Teresina foi elaborada “a partir das indicações produzidas nas lutas e reivindicações da esquerda que tem como orientação geral a construção do socialismo, trazendo o lema e o propósito: Teresina para o Bem Viver”. 

“Assume-se o compromisso com a preservação e ampliação dos direitos, políticas públicas adequadas à produção de um meio ambiente saudável, participação popular nas decisões, inversão das prioridades na aplicação dos recursos do orçamento público, girando a atenção para as populações e territórios vulnerabilizados, com destaque para as periferias urbanas e para a zona rural, atendimento às mulheres, negras(os), LGBTQIA+, crianças, juventudes, idosas(os), indígenas, pessoas com deficiência e servidores(as) públicos(as)”. 

Além disso, ela conta que o programa contempla também “ações voltadas à desprivatização das ações do poder público, especialmente na saúde, na educação e na assistência social, visando a universalização do atendimento com qualidade social”.

A recuperação dos espaços públicos e de convivência é outra prioridade, além de “mecanismos para o uso e ocupação do solo, combatendo à especulação imobiliária, os vazios urbanos, a segregação habitacional e os despejos forçados; promovendo trânsito, transporte e mobilidade sustentável e integrada às demais políticas. Instituição de uma política econômica de desenvolvimento baseada no princípio da suficiência, que enfrente a concentração de renda, via políticas municipais”, pontua Lucineide. 

Como concorrer com os grandes grupos políticos e ter chance de vitória? 

Por meio de trabalho militante, criativo e respeitoso, ancorado nos princípios da liberdade de escolha, fazendo do processo eleitoral também um momento de formação política para escolhas éticas de representantes e de fortalecimento dos instrumentos de organização da sociedade. Não realizamos alianças espúrias e apostamos no diálogo franco com a população. 

Como pretende levar o povo a participar da gestão e evitar o chamado mandato de gabinete? 

Nossa construção é coletiva desde a campanha. Temos uma candidatura proporcional coletiva integrada por mulheres negras, a Candidatura das Marias, cujo compromisso é o de realização de um mandato coletivo, compartilhado e enraizado nas comunidades e na vida do município. Essa mesma orientação se estende para o conjunto das candidaturas e atravessa o plano de governo. 

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Estilo de vida Interna Notícias

Hospital da Mulher: música e amor como coadjuvantes no tratamento de crianças com Covid-19

Apreensão, ansiedade e dor deram espaço a sorrisos, palmas e até dancinha, ensaiada no leito hospitalar onde crianças com Covid-19 ou suspeitas de terem contraído o vírus recebem tratamento contra a doença. A musicoterapia foi a forma encontrada pela equipe da UTI Pediátrica do Hospital da Mulher Dr.ª Nise da Silveira (HM), em Maceió, para ajudar na recuperação das crianças e auxiliar também os familiares no momento de angústia e incerteza. Deu tão certo, que a equipe já prepara novas ações.  

A enfermeira Ana Carolina Menezes, da equipe multiprofissional do hospital, conversou com o Eufemea, a quem contou como surgiu a ideia e falou sobre os resultados.   

“No mês de agosto, em uma ação da psicologia, foi realizada uma atividade com musicoterapia que foi bem aceita. Com isso, já vendo a existência de artigos explicando a ação terapêutica que ajuda no reestabelecimento da saúde, vi uma possibilidade de unir a terapia com acessibilidade para as crianças, juntando o útil ao agradável, como as atividades da equipe multidisciplinar com a interação criança/família”, conta Ana Carolina. 

A UTI Pediátrica do Hospital da Mulher deu espaço à música, que ajuda no processo de tratamento das crianças. Fotos: Divulgação

Segundo a profissional, a música ajuda na recuperação do paciente por oferecer “melhor interação com o tratamento, acessibilidade, melhor adaptação ao ambiente, interação com a equipe multidisciplinar, movimentação”. 

E ela explica que “como a criança fica num ambiente que a maior parte do tratamento ela está deitada ou realizando movimentos de baixo impacto, com a música, vem atividade de respiração e canto, e endorfina, que traz o relaxamento ao corpo, sensação de bem-estar”. 

O resultado, conta Ana Carolina, é muito positivo. As crianças não apenas gostam, como interagem. “Com certeza, eles dançam, mesmo que sentadas no leito, cantam as músicas que conhecem, batem palmas e os familiares se emocionam em ver a interação, e ainda em saber que aquele momento é para causar bem-estar a eles, em ver o sorriso da criança num momento de apreensão/ansiedade, por um resultado positivo ou uma melhora até a alta hospitalar”. 

Equipe multidisciplinar na ação com as crianças: “Percebemos que diminui a ansiedade delas em um ambiente fechado e apreensivo”

Ana Carolina diz ainda a percepção de melhora no quadro clínico se dá principalmente no controle da ansiedade das crianças. 

“Percebemos que diminui a ansiedade delas em um ambiente fechado e apreensivo. Faz com que tenham maior confiança no local e tratamento que está sendo realizado com eles”. 

Ana Carolina Menezes, enfermeira

Os familiares, diz a profissional, também participam, sendo este é um momento “indispensável para eles”. 

Atualmente, segundo Ana Carolina, a pediatria do hospital está com 10 crianças, sendo cinco suspeitos e cinco confirmados com Covid-19.

“Hoje estamos com crianças de 1 ano e 4 meses a 10 anos, mas nossa faixa é de recém-nascido a 13 anos”, ressalta.

A ação ocorreu na semana do Dia das Crianças, mas outras iniciativas estão sendo preparadas. “Na verdade, foi uma semana de atividades, além da musicoterapia, realizamos roda de conversa  com as acompanhantes sobre como diminuir a ansiedade nesse momento de internação da criança com Covid, pintura em face, visita dos palhaços da equipe do sorriso de plantão e contação de histórias, mas a musicoterapia abrange muito mais que o tratamento deles. A equipe ficou muito animada em participar também”. 

Musicalizando Vidas 

A equipe é multidisciplinar, composta por enfermagem, serviço social, psicologia, farmácia e médica. “A equipe do Musicalizando Vidas ficou encarregada do repertório, porém nos dias em que eles não participaram, ficou a cargo da criançada escolher e com base nas preferências deles, que escolhemos o repertório, mas englobando do mundo do bita, a galinha pintadinha e Xuxa, que não poderia deixar de tocar devido a infância das mães e familiares, além da preferência da equipe”. 

Os familiares também participam: “Este é um momento indispensável para eles”

As ações prosseguem. Tudo para auxiliar no tratamento e nos resultados. “Continuamos entregando os presentes que arrecadamos com os colaboradores de todo o hospital, lembrancinhas personalizadas com lanches, esses entregues na admissão do paciente na UTI. E como lembrança do período na unidade, um bonequinho de marshmallow e um bloquinho de pintar com lápis de cor. Todas as lembranças foram frutos de doações da própria unidade hospitalar. Sem a ajuda da equipe, não conseguiríamos fazer a metade do programado”, diz Ana Carla.

De acordo ainda com a enfermeira, a musicoterapia será realizada uma vez ao mês “e no próximo mês, junto a ação do novembro roxo, voltado à prematuridade e banho de ofurô para os que tiverem condições de realizar. Terapias voltadas para os bebês”.  

Os profissionais não medem esforços para transmitir amor às crianças; atualmente, 10 estão internadas, sendo cinco suspeitos e cinco confirmados com Covid-19

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Cotidiano Interna Notícias

Combate ao machismo, racismo e desenvolvimento da favela são prioridades de Olívia Santana, em Salvador

Foto: Amanda Oliveira

Mãe, negra, pedagoga, militante das causas sociais e candidata à Prefeitura de Salvador pela coligação “Experiência, Amor e Raça” (PCdoB/PP). É assim que se define a candidata Olívia Santana. Ela é mais uma entrevistada da série de reportagens do Eufêmea  com as candidatas às prefeituras do Nordeste.  

Ao Eufêmea, Olívia disse a trajetória política dela começou com ela sendo vereadora por 10 anos, ocupando cargos da gestão municipal e estadual. 

Em 2018, Olívia foi a primeira mulher negra eleita deputada estadual na Bahia, com mais de 57 mil votos por todo o estado. 

“Atualmente estou presidenta da Comissão dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) e sou candidata a prefeita de minha cidade. Como filha do povo, sei que posso fazer mais pelos soteropolitanos, através de uma gestão participativa com igualdade para todas e todos”, reforçou Olívia.

Propostas da candidata

Olívia carrega uma série de propostas consigo. Caso seja eleita, Olívia pretende corrigir distorções, combater sempre o racismo, o machismo e outros preconceitos e discriminações que embaraçam a vida das pessoas negras, das mulheres, da comunidade LGBTQI+, das pessoas com deficiência na capital baiana.

“Vamos propor um desenvolvimento integrado da cidade, que inclui a dinamização de todos os segmentos da indústria e de serviços com potencial de geração de trabalho, emprego e renda. Incentivaremos o desenvolvimento local nos bairros, através do estímulo à economia popular e solidária”, enfatizou.

Além disso, ela quer levar o desenvolvimento para as favelas e fortalecer os bairros populares como espaços geográficos ao mesmo tempo mais autônomos e mais integrados a toda cidade.

“Vamos implantar o Favela Importa, que vai revitalizar as áreas de vulnerabilidade social, ampliar o acesso à internet em bairros da periferia, revisar as linhas de transporte urbano, construir mais de 16 creches. Nosso investimento será para elevar o padrão de desenvolvimento de Salvador de uma maneira mais ampla e coletiva”.

Na área de educação, Olívia quer  promover a melhoria da qualidade do ensino com infraestrutura, inclusive de internet e tecnologias, valorizando os profissionais da educação. “Esse novo modelo envolve desde a educação na primeira infância até a Educação de Jovens e Adultos (EJA), a fim de superar os indicadores de analfabetismo, inclusive dos pais e mães dos estudantes da rede municipal”, explicou.

Ela também quer ampliar a cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) para 75% da população de Salvador, contemplando 100% da população dos territórios com os piores indicadores de saúde. “Além disso, regular o acesso das usuárias e usuários aos serviços de atenção especializada, como exames, e fortalecer a vigilância epidemiológica”.

“A pauta das mulheres está em todos os eixos do programa”

Segundo Olívia, a pauta das mulheres está em todos os eixos do programa, através de propostas para fomentar a diversidade e garantir os direitos das soteropolitanas. 

Veja a resposta dela abaixo:

No seu plano de governo, o que você pensa em fazer pelas mulheres? Quais são os projetos?

A pauta das mulheres está em todos os eixos do meu programa, através de propostas para fomentar a diversidade e garantir os direitos das soteropolitanas. Elas são a maioria da população da capital baiana, 54,7% do total de habitantes. É importante priorizar políticas públicas voltadas às mulheres para promover mudanças sociais. Minha candidatura foi lançada com a “Primavera das Mulheres”, evento pautado na apresentação de programas e projetos destinados a esse segmento da sociedade.

Durante minha trajetória política adquiri experiência no atendimento às demandas da população feminina. À frente da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres (SPM) conseguimos implantar, em parceria com outros órgãos, a Ronda Maria da Penha, um importante programa de combate à violência contra a mulher. Como presidenta da Comissão de Mulheres da ALBA, conquistamos, por conta do aumento dos casos de agressão na pandemia, a Delegacia da Mulher Digital. A partir da luta junto com a Defensoria Pública da Bahia, os coletivos de mulheres e toda a Rede de Proteção à Mulher do Estado.

Por isso, vou continuar apoiando essa rede com a instalação de centros de referência e atenção às mulheres vítimas de violência em diversas regiões da nossa cidade, além de implantar, por meio de gestão compartilhada, a Casa da Mulher Brasileira, um espaço de acolhimento integral para mulheres que sofreram agressões ou estão em situação de vulnerabilidade.

Na educação, a ampliação e construção de novas creches vão garantir que as mães tenham onde deixar seus filhos para trabalhar. Para a saúde, tenho como proposta a construção da Maternidade Municipal. Já nas áreas de emprego e renda, pretendo incluir medidas para a superação das desigualdades de gênero, classe, raça, etnia e geração nas ações de qualificação profissional e tecnológica.

Vou implementar também políticas voltadas às mulheres negras, como o Fundo Municipal para o Desenvolvimento Humano e Inclusão Educacional de Mulheres Afrodescendentes (Fiema), criado por mim quando estive na gestão da Secretaria Municipal da Educação e que foi abandonado pela atual gestão.

Não basta apenas ser negra

E Olívia também pensa em ampliar a participação das mulheres na política. De acordo com ela, nessa eleições, nós estamos diante de um novo cenário na política nacional. “Conquistamos avanços, como 30% de cotas para candidaturas de mulheres e 30% do Fundo Eleitoral de campanha para pessoas negras, tudo isso fruto da luta dos movimentos sociais”.

A candidata disse que tem orgulho da trajetória nesses fóruns que contribuíram para ampliar oportunidades e garante que é dessa forma que luta no combate às desigualdades. 

“Estar no lugar que ocupo é inspirar outras meninas, outras mulheres que querem mudar a realidade em que estão inseridas. Hoje vejo mulheres candidatas que dizem que se inspiram em mim e sei o quanto isso importa na construção de representatividade. Mas não basta apenas eleger mulheres ou pessoas negras, é preciso conjugar a eleição dentro de uma agenda do campo democrático”.

Conforme a candidata, é preciso trabalhar pela emancipação, para que mais mulheres ocupem espaços de poder em todos os ambientes, em todos os partidos. “Mas nosso desafio não para aí. Queremos mulheres com pautas avançadas e comprometidas com a transformação estrutural da sociedade em favor da igualdade. O discurso da sororidade é importante, mas a prática é fundamental”.

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Visão das Grotas: jovens se engajam na batalha contra a Covid e dão voz à comunidade

Ewelyn Lourenço tem 19 anos, é estudante de História pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e é uma das nove jovens que integram o Visão das Grotas, projeto emergencial do ONU-Habitat de Monitoramento da Covid-19 em Maceió. Ela mora com os pais na Grota Santa Helena, na Chã da Jaqueira, na periferia da capital, tem dois irmãos (Emilly e Emerson) e sonha com uma vida de igualdade para sua comunidade. Foi com esse pensamento que decidiu participar da iniciativa, ajudar a traçar as condições de vida local e engajar os moradores na luta por melhorias. 

“Meu sonho é todos terem oportunidades de trabalho, estudo de qualidade, lazer e moradia digna, porque é o que falta na em muitos casos aqui. Achei interessante a ideia de ter jovens protagonizando e dando voz as suas comunidades. Representa uma forma das periferias de Maceió mostrarem seus cenários, sua cultura e mudar aos poucos a forma marginalizada que a sociedade tem sobre esses locais”, disse Ewelyn ao Eufemea. 

Ela conta que “através das entrevistas, dos relatos dos moradores” é possível dar espaço de participação à comunidade. “Nós mostramos a voz da comunidade, e de certa forma conscientizarmos os moradores sobre a Covid. Inclusive, com apoio do projeto houve doações de máscara, álcool em gel e um kit com lanche para o dia das crianças em cada equipe (o projeto é dividido em três equipes)”. 

Ewelyn Lourenço, da Grota Santa Helena, na Chã da Jaqueira, é uma das nove jovens que integram a ação: “Representa uma forma das periferias mostrarem seus cenários”

REDES SOCIAIS 

A participação, no caso da equipe dela, se dá por meio de oficina popular online. Nela, diz Ewelyn, “’são passadas dicas de como gravar, entrevistar… falamos sobre o tema que é passado a cada fase (já estamos na quarta e última fase). Com essas orientações, podemos entrar em contato com a comunidade, através das entrevistas e gravações, tendo pessoas que abraçam o projeto, gostaram de serem entrevistadas”. 

Nas redes sociais, os jovens mostram como está sendo produzido o trabalho deles. “O projeto foi pensado como um jogo, com fases e a cada fase tem seu desafio, para o nosso perfil @visaodasgrotas ter engajamento, na fase 3 o desafio foi uma live, com tema livre para cada equipe, minha equipe chamada Representa (formada apenas por mulheres), tratou sobre a Representatividade Feminina no Audiovisual. 

O QUE É O PROJETO 

Paula Zacarias é analista de Programas da ONU-Habitat | Brasil. Ela também conversou com o Eufemea, a quem contou como funciona o Visão das Grotas.  

Nas comunidades, os moradores são orientados sobre os cuidados para a prevenção da Covid-19

“O Visão das Grotas integra o Projeto Emergencial do ONU-Habitat de Monitoramento da Covid-19 em Maceió. Esse projeto possui dois componentes. O primeiro com o objetivo de diagnosticar e monitorar as condições sanitárias e socioeconômicas das “grotas” de Maceió – fundos de vales ambientalmente vulneráveis e historicamente ocupados pela população de baixa renda -, por meio da produção de dados obtidos com a aplicação de questionários junto aos moradores e às moradoras desses assentamentos”, informa Paula, que é arquiteta e urbanista (Ufal), especialista em reabilitação ambiental sustentável arquitetônica e urbanística (UnB) e em Direito Urbanístico e Ambiental (PUC Minas). 

O segundo componente, ela explica que é “voltado para comunicação e engajamento comunitário, busca criar e intercambiar ideias e conteúdos de comunicação por e para jovens moradores e moradoras de “grotas” e comunidades periféricas de Maceió, do Rio de Janeiro e dos países africanos de língua oficial portuguesa (Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Princípe)”. 

De acordo ainda com Paula,  o projeto emergencial é coordenado pela equipe local do ONU-Habitat em Alagoas e “para o segundo componente foi contratada uma equipe de apoio, formada por uma mobilizadora social, um comunicador social, três tutores(as) e um grupo de nove jovens das “grotas” de Maceió”.

“Essa equipe de apoio está envolvida na realização de oficinas de comunicação popular, conduzidas em uma plataforma de reuniões online, com a finalidade de orientar a produção das peças gráficas e audiovisuais pelos(as) jovens”.  

E também recebem iniciativas como o Dia das Crianças, que foi marcado por várias atividades

“Para o engajamento do grupo de jovens, foi criada uma estratégia de gamificação – o jogo “Visão das grotas: jovens contra a Covid-19” – dividida em quatro fases, com temas e objetivos distintos, que serão concluídas no final de outubro. O processo de criação e os bastidores das oficinas de comunicação popular estão sendo registrados em um perfil do Instagram criado para esse componente do projeto, o @visaodasgrotas”, explica Paula Zacarias. 

ONU-HABITAT 

A ação, de acordo com Paula, é uma das 13 propostas selecionadas pelo Fundo Emergencial do ONU-Habitat para atividades de reforço contra a Covid-19, lançado em março de 2020.  

“Esse Fundo buscava financiar projetos que abordassem questões como: apoio a governos locais para preparação e resposta à crise; água, saneamento e higiene; mobilização comunitária; e mobilidade mais segura. Foram submetidas 56 propostas ao Fundo, 13 foram selecionadas na África, Ásia e América Latina. Dessas 13, três são da América Latina, sendo uma do Brasil (Alagoas), México e Bolívia. O Projeto Emergencial está sendo implementado pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) em parceria com o Governo de Alagoas”, diz Paula. 

Ela conta também que o Visão das Grotas “contempla quatro fases intituladas: (1) “Eita, que vírus é esse?” para identificar os conhecimentos gerais da Covid-19 e as percepções sobre a pandemia; (2) “A pandemia na minha quebrada” para identificar os impactos urbanos, sociais e econômicos nas “grotas” durante o período; (3) “Minha grota é massa!” para identificar as potencialidades urbanas e as vocações sociais e econômicas dos moradores e moradoras das grotas; e (4) “Um futuro urbano melhor” para estabelecer conexões entre jovens de Maceió, Rio de Janeiro e África Lusófona para que possam juntos(as) compartilhar perspectivas para um futuro urbano melhor pós-pandemia”. 

 DOCUMENTÁRIO 

A produção realizada após as oficinas de comunicação popular, como explica Paula Zacarias, “resultará em um documentário sobre os impactos e percepções da Covid-19, as potencialidades urbanas e as vocações sociais e econômicas dos moradores e moradoras das “grotas”. 

 “O grupo de nove de jovens, com idade de 16 a 28 anos, é composto por seis moradoras das grotas do Rafael, Santa Helena, Piabas, Morro do Ary, Vale do Reginaldo e Boa Esperança; e 3 moradores das grotas do Arroz, José Laranjeiras e Beco da Morte”. 

Segundo Paula, as jovens foram selecionadas pela equipe local do ONU-Habitat com auxílio da equipe de apoio contratada, “que já possuía uma rede de contatos ou atuação nas grotas, o que permitiu identificar mais rapidamente jovens de acordo com alguns critérios pré-definidos, como preferencialmente ter idade maior que 18 anos, possuir computador ou celular e acesso à internet, uma vez que todos os contatos estão sendo realizados de forma online”. 

“O papel do grupo é registrar com a linguagem que utilizam – deles e para eles mesmos – fotos e vídeos sobre os impactos e percepções da Covid-19, as potencialidades urbanas e as vocações sociais e econômicas dos moradores e moradoras das “grotas”. 

RESPONSABILIDADE COLETIVA 

Letícia Sant’Ana é formada em Comunicação Social (Jornalismo) e percussionista, integrante do Coletivo AfroCaeté, da banda Tamboricas (primeira roda de samba 100% feminina de Alagoas) e, mais recentemente, colaboradora no Visão das Grotas. É uma das três tutoras do projeto e tem como função apoiar e orientar os jovens nas produções de fotos e vídeos solicitadas em cada fase de execução do projeto. 

Letícia Sant’Ana é uma das tutoras e diz que é uma oportunidade de “trazer o olhar da periferia para retratar a própria periferia, mas também de aprender com eles”

“Está sendo um processo de troca e isso é muito rico. Poder trabalhar num projeto em que você não só está auxiliando jovens, alguns desenvolvendo pela primeira vez trabalhos com audiovisual e sendo protagonistas, trazendo o olhar da periferia pra retratar a própria periferia, mas também de aprender com eles e expandir a percepção de mundo para além da nossa realidade”, diz Letícia.

“Conhecer as potencialidades dos jovens moradores das Grotas de Maceió e das suas comunidades e apoiar essas iniciativas é uma responsabilidade coletiva”.  

Ela conta ainda que no trabalho que realiza com cultura popular, desenvolveu algumas oficinas de percussão em grotas de Maceió. “Em 2009, na Grota do Arroz, junto com a percussão do Maracatu Acorte de Alagoas e em 2019, na Grota do Poço Azul, com crianças do projeto Toque Coletivo. Ambas foram desenvolvidas pelo Coletivo AfroCaeté, grupo que faço parte. Fora das grotas, trabalhando também com música em áreas de vulnerabilidade social, atuei como professora de percussão no Instituto Mandaver, dando aulas para crianças e adolescentes do Vergel do Lago”. 

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Ela descobriu o amor pelo ensino dando aula em uma usina no interior de AL: “O caminho é a educação”

A trajetória de Simone Costa com o ensino começou em 1984, na usina  Capricho, localizada na cidade de Cajueiro, em Alagoas. Na época, ela estudava contabilidade e recebeu o convite de uma professora para tirar a licença maternidade de uma docente na usina. De lá pra cá, Simone descobriu a paixão pela sala de aula e não abandonou mais. Hoje, dia 15 de outubro, dia do professor, o Eufêmea traz a história de Simone que acredita que “fielmente que o caminho é a educação”.

O começo

Quando Simone foi chamada para tirar licença maternidade, ela tinha apenas 18 anos e ensinava todas as disciplinas. “Não era esse futuro que eu ambicionava. Mas após tirar a licença maternidade, fui questionada se queria continuar dando aula. O salário não era ruim, eu precisava trabalhar e aceitei”.

Na época, Simone disse que não fazia a menor ideia do que era ensinar. Mas garante que a usina foi sua grande escola. “Lá eu aprendi muito. Fazia vários cursos em Maceió e o método era o construtivismo. Eu comecei a ver aquele sistema e me apaixonei. A usina foi minha melhor escola e o local onde aprendi tudo”.

Com menos de um ano, Simone foi para a coordenação da escola. E lá, ela queria levar o entusiasmo que tinha dentro de si. “Eu queria que os professores tivessem aquela vontade de ensinar, o entusiasmo. Isso nunca faltou em mim”.

Após anos morando em Cajueiro, ela precisou ir morar na capital. Já em Maceió, ela começou a trabalhar em uma escola particular, mas queria ir além. Simone optou por fazer o concurso do Estado e da Prefeitura. Foi aprovada em ambos.

“Funcionário público não só pensa em dinheiro”

Ela enfatizou que muitas pessoas ainda enxergam o funcionário público só pensa em dinheiro, mas que isso não procede. “Quando entrei para ser funcionária pública, eu era muito motivada e levei minha bagagem para os trabalhos. Eu gostava demais do que fazia”.

Hoje, os 55 anos, Simone é coordenadora de uma escola chamada Maria Lúcia Lins de Freitas, situada no bairro do Graciliano Ramos, parte alta de Maceió. “Trabalho com excelentes profissionais que só sinto orgulho. Só pensamos no bem-estar do aluno”.

Foto: Cortesia. Simone e os professores.

Segundo ela, não existe nada por acaso. “Eu tinha que trabalhar com educação. Sempre fiz tudo com muito amor, carinho e dedicação”, disse.

Sobre ser professora, Simone disse que sente muito orgulho e que a vida dela foi resumida em ensinar, mas também motivar os professores. “Quando eu dava uma aula e motivava os alunos, chegava na sala dos professores e já contava. Gosto de ver meus professores motivados”.

De acordo com a coordenadora, só a educação pode salvar o mundo. Ela é o caminho. “Sem educação paralisamos. Pena que muitas pessoas não têm essa visão”, lamentou.

Por fim, Simone disse que muitas escolas necessitam de alguns materiais, mas que ela enxerga em cada professor, o comprometimento, a harmonia e a vontade de ensinar. “Não condiz nada com que as pessoas dizem que professor de escola pública não quer trabalhar. Vejo em cada profissional que trabalho essa vontade e amor pelo ensino. Eu trabalho com excelente profissionais”.