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Valéria Correia defende espaços políticos para a mulher e uma Maceió democrática e inclusiva

“Ser mulher e ocupar espaços na política é desafiador para mim e para outras mulheres que se colocam neste espaço e se comprometem com mudanças na estrutura de poder, eminentemente masculina, machista e preconceituosa. Especialmente, no atual contexto em que a apologia ao estupro e à misoginia vêm de quem ocupa o cargo máximo do poder político no país, atacando deputadas, jornalistas e outras mulheres que se destacam na sociedade”, a afirmação é da candidata à prefeitura de Maceió pelo PSOL, Valéria Correia, ex-reitora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). 

Valéria, que tem como vice o líder comunitário Igor da Silva, é a segunda na série de reportagens do Eufemea com as candidatas nas capitais do Nordeste. Ela lembra que “o PSOL e o mundo inteiro ainda clamam por justiça ao assassinato de Marielle Franco, mulher negra, da periferia, que defendia os direitos humanos. Caso que se caracteriza por um feminicídio político. E a pergunta ainda ecoa: “Quem mandou matar Marielle?”. 

E chama atenção para os números, que comprovam a desigualdade da representatividade na política. “Das 5.570 prefeituras no país, apenas 11,9% são governadas por mulheres. Dos 102 municípios alagoanos, 20 não possuem sequer vereadoras. A taxa de feminicídio em Alagoas é a maior do país, e, segundo o Mapa da Violência, o número de casos em 2019 foi 120% maior que o registrado no ano anterior. O nosso programa para a prefeitura de Maceió apresenta várias propostas em torno dos direitos das mulheres e do enfrentamento à violência contra a mulher”. 

Em sua definição sobre quem é Valéria Correia, ela pontua que sempre lutou contra as desigualdades.

“Sou uma mulher que, desde muito cedo, se indignou com as desigualdades sociais, e sempre sonhou e lutou por uma sociedade mais justa. Assumi postos de liderança ao longo da vida, inicialmente nos movimentos das pastorais da Arquidiocese de Maceió, depois como assistente social da Secretaria de Estado da Educação  e da Saúde e, desde 1994, na Ufal, nos trabalhos de extensão e pesquisa, até ser eleita reitora em 2015, cumprindo um mandato de janeiro de 2016 a janeiro de 2020, enfrentando os ataques do governo federal às Universidades públicas, cerceando e o seu autonomia e ao seu financiamento”, ela diz. 

Nesse período adverso, ressalta Valéria, “resistimos e conseguimos, em um esforço coletivo, inserir a Ufal em rankings internacionais, melhorando os índices acadêmicos, e concluindo mais de 25 obras, entre elas o mais moderno complexo esportivo do Nordeste, a Unidade Docente Assistencial Prof. Gilberto de Macedo, a Escola Técnica de Artes e dois restaurantes universitários. Os cinco restaurantes universitários passaram a adquirir os produtos da agricultura familiar, movimentando a economia local e levando alimentação saudável para a comunidade universitária”. 

Ajudar a ampliar a participação da mulher na política ela destaca que é um dos principais temas do PSOL. “Orgulha-me muito de estar em um partido com tantas lideranças na política como Sâmia Bomfim, Luciana Genro, Luiza Erundina, Talíria Petrone, Fernanda Melchionna, Renata Souza, Áurea Carolina e tantas outras”. 

“Em uma cidade como Maceió, o primeiro passo para ampliar a participação da mulher na política é garantir que ela possua condições de garantir a renda e a qualidade de vida de sua família. O que significa que precisamos urgentemente melhorar os serviços públicos daqui. Não podemos mais aceitar que uma cidade com mais de um milhão de habitantes possua menos de três mil crianças em creches municipais como aponta o Censo Escolar realizado pelo INEP em 2019”. 

Para Valéria, “se uma chefe de família não pode deixar sua criança em uma creche pública de qualidade, se não possui saneamento básico em seu bairro, se está endividada, como no caso das mais de 200 mil famílias maceioenses que se encontram nessa situação, como ela pode pensar em participar ativamente da política?”, questiona.  

Na avaliação da candidata, “os benefícios da participação da mulher na política para a democracia e a sociedade em geral já estão mais do que comprovados. Eu não tenho dúvidas que trazer não apenas as mulheres, mas todos aqueles e todas aquelas que historicamente foram afastados das decisões é o único caminho a ser seguido para atingir os nossos objetivos, ou seja, uma Maceió mais justa, popular, inclusiva e democrática”. 

No plano de governo, composto 58 páginas, Valéria afirma que o objetivo maior é realizar ações que visem à melhoria de índices sociais e econômicos de Maceió. 

“Mesmo assim, enquanto mulher e assistente social, decidi, junto com minha equipe, que vem me ajudando na elaboração de propostas para a população maceioense, a inclusão de um ponto específico que discute política e sua intersecção com gênero, raça e sexualidade”. 

Segundo ela, o plano inclui diversos tipos de propostas como, por exemplo, “fortalecer o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher; criar a Secretaria de Política para Mulheres em Maceió com dotação orçamentária para desenvolver políticas públicas para mulheres; implementar o programa Empodere-se, que visa combater o machismo, o racismo e a homofobia em ambiente escolar; melhorar as condições de vidas das mulheres, fortalecê-las e empoderá-las para participarem ativamente da política local, permitindo assim que sua família avance junto com elas é questão de princípio para nós”.  

Como concorrer com os grandes grupos políticos e ter chance de vitória? 

Acredito, antes de tudo, que três elementos são fundamentais: um programa popular; uma militância aguerrida e a esperança que dias melhores virão. 

Sabemos que a disputa não é fácil, os grandes grupos políticos aqui mencionados controlam a grande mídia e possuem recursos que os permitem realizar uma campanha de marketing profissional. Eles são lobos em pele de cordeiros, fingem se importar com a população, mas apenas defendem seus próprios interesses.

Por outro lado, a minha candidatura reúne amplos setores da militância, seja do PSOL, o meu partido, do PCB  e de vários movimentos sociais como os movimentos do campo, da luta por moradia, de juventude, feminista, antirracista e sindical. Nossa militância fará a diferença nesse processo. Respeitando o momento de pandemia, apresentaremos todas as propostas contidas nas 58 páginas do nosso plano de governo.

Tenho a certeza que a população maceioense defende um serviço público de qualidade, quer moradia digna, quer ter saneamento básico em seu bairro e quer transparência e participação na gestão de Maceió. E é justamente por isso que sei que nossa candidatura fará a diferença nesse processo eleitoral. Nossa política e nossa militância nos levarão à vitória. 

Participação popular na gestão é uma das cobranças que muito se faz. Como você pretende levar o povo a participar da gestão e evitar o chamado mandato de gabinete? 

 A experiência que tive enquanto reitora da Ufal me fez perceber que só com a participação dos trabalhadores e dos usuários é possível atingir grandes resultados. Esse modelo de gestão popular que implementei na Ufal foi determinante para que nossa universidade federal entrasse no ranking das melhores universidades do mundo. 

Meu governo será de diálogo constante com a população. Quero fortalecer os conselhos municipais e garantir que os representantes da sociedade civil organizada que lá estiverem  possam fiscalizar o andamento e execução das políticas relacionadas à sua área. Quero também priorizar a execução das políticas que sejam decididas a partir de reuniões abertas à sociedade e venham a se tornar parte do orçamento da prefeitura através do Orçamento Participativo. Meu governo será para o povo, pelo povo e com o povo de Maceió. 

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Parada Segura: falta de divulgação da lei causa embate entre passageiras e rodoviários

Fotos: Maciel Rufino

É a partir das 20h que a Lei da Parada Segura começa a valer. Passageiras que utilizam os coletivos do Sistema Integrado de Mobilidade de Maceió (SIMM) podem descer dos ônibus fora do ponto e no local que elas se sintam mais seguras. Entretanto, apesar da lei ter entrado em vigor em 2017, motoristas e passageiras cobram a mesma medida: a de mais divulgação sobre a lei.

A lei é de autoria da atual deputada federal Tereza Nelma (PSDB), que na época era vereadora de Maceió. Quando a legislação foi aprovada, campanhas foram feitas pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e pela própria então equipe da vereadora. 

Cartazes foram colocados nos pontos de ônibus e nos terminais; panfletagens foram feitas e a lei foi divulgada na mídia local. Mas para os motoristas e passageiras, essas ações não foram o suficiente e deveriam ter sido intensificadas.  

SMTT divulgando informações sobre a Parada Segura. Foto: Secom Maceió

Três anos depois de entrar em vigor, algumas mulheres desconhecem a lei e os motoristas afirmam que as que conhecem não sabem como ela funciona na prática.  

Lei? Como assim?

A estudante de jornalismo Sarah Santos Carnaúba Fonseca, de 19 anos, conheceu a lei por causa de um adesivo que estava no coletivo. Ela trabalhava – aos 17 anos – fazendo bico como professora à noite. “Minha casa ficava bem próximo ao ponto, mas meu bairro é bastante perigoso, principalmente para as mulheres”, disse. 

Sarah mora no bairro do Vergel do Lago e afirma que alguns motoristas são compreensivos, mas outros reviravam os olhos quando ela pedia para descer num local mais próximo à casa dela. Um fato que marcou a estudante ocorreu quando ela pediu a uma motorista mulher que parasse mais próximo à casa dela, mas ela se negou. 

“Ela me disse que não era minha empregada e que o prefeito não pensa na dignidade dos trabalhadores, em ter que atender a necessidade de cada mulher que tinha no ônibus”, contou. 

Sarah ficou indignada com o que aconteceu, mas disse que não deixou de usar a lei que é direito dela. Só que ela enfatiza que a falta de divulgação faz com que várias mulheres não conheçam os seus direitos e que, as poucas campanhas que foram feitas, não surtiram o efeito esperado. 

“Nas outras vezes que precisei pegar a linha desta motorista, tinha percebido que o adesivo sobre essa lei tinha sido arrancado, e então parei pra prestar atenção e em muitos ônibus em circulação este adesivo também foi descolado. Tirar um direito de uma minoria é absurdo, mas eu acredito que isso aconteça por não entenderem realmente o porquê dessa lei ser necessária”, explicou. 

Ela acredita que a lei deveria ser divulgada em mais canais e que tenham um acesso maio, como comercial nas TVs e nas rádios, outdoors e internet. “Principalmente rádio e outdoor, porque muitos passageiros costumam ouvir rádio durante a viagem e, outdoor é uma mídia pública. Quase impossível você estar em um ônibus e não prestar atenção em pelo menos um outdoor”. 

Foto: Eufêmea

Ela reforça que muitas passageiras desconhecem o direito assegurado, mas que busca incentivar que mais mulheres se informem sobre a Parada Segura. 

“E eu percebi que foi a partir da minha postura de exercer esse direito que outras mulheres passaram a exercer também. Já aconteceu de uma mulher, que estava do meu lado, achar um absurdo o motorista parar um pouco mais próximo da casa de uma passageira, e então eu expliquei que era uma lei e que ela também poderia usar. Ela entendeu, agradeceu e passou a usar também”, comentou. 

Motorista diz que lei é boa, mas falta divulgação

E não é só Sarah que pensa dessa forma. Os motoristas também. A motorista da empresa Cidade de Maceió, Zilma Batista, de 38 anos, conta que não trabalha no horário da noite, mas que ouve relatos de colegas de profissão que sempre dizem o mesmo: falta divulgação frequente sobre a lei.  

Foto: Maciel Rufino

“Ela não foi bem divulgada. É uma lei que precisa estar em todos os momentos: nas rádios, Tvs. É um direito que a mulher aderiu e é uma conquista das mulheres. Se você chegar hoje para uma mulher e perguntar sobre a Parada Segura, ela não vai saber te responder. É preciso que se tenha a informação para ambos: passageiros e condutores, todos sabendo seus direitos e deveres”, justificou. Ela ainda acrescenta que a lei é benéfica. 

A motorista trabalha no horário da manhã, mas garante que se trabalhasse à noite obedeceria o que manda a lei. “Eu me ponho no lugar da mulher”. Mas também reforça que é preciso olhar o lugar do motorista, já que ele não pode parar em qualquer lugar. 

“Não podemos parar em qualquer lugar devido à parada segura direção defensiva. Temos que saber onde parar para não causar um acidente de trânsito”, explicou. 

E reforça que muitas passageiras – por desconhecerem o que diz a lei – pedem para que os motoristas parem em locais que não são os corretos. 

“Nunca passei por isso, mas alguns colegas falam que algumas passageiras avisam em cima da hora que vão descer ou em locais não apropriados. Acredito que isso causa a dificuldade de ser atendida”, reforçou. 

Ela disse que não se para um ônibus de qualquer jeito e que é preciso ter um tempo para que o coletivo pare de maneira segura. “Acredito que a passageira avisando antes fica tudo certo e não fica aquele constrangimento. Conta muito também a forma de pedir e o diálogo”. 

(No vídeo abaixo, Zilma fala mais sobre o que acha da Parada Segura)

Passageira sugere campanha de apoio

No começo da lei, a estudante de jornalismo Lisa Gabriela contou que tinha muita dificuldade com os motoristas. Como mora no bairro da Mangabeiras, parte baixa de Maceió e utilizava o coletivo todos os dias na volta da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), foi pela insistência que Lisa conseguiu fazer com que os motoristas entendessem a importância da lei. 

Lisa Gabriela. Foto: Cortesia

“Acho que nas três primeiras vezes que eu tentei usar, duas eu não tive retorno porque o motorista fingiu que não me escutou. Mas aí não me abalei e continuei pedindo para descer perto da minha casa. Depois de um tempo parei de ter problema e acredito que os motoristas foram entendendo mais sobre ela”. 

Mas acredita que mesmo utilizando a lei e mostrando para as outras mulheres que a Parada Segura existe, ainda falta muito a se fazer. “Eu vejo muitas mulheres que não conhecem a lei ainda ou sentem vergonha de pedir ao motorista. Percebo que deu uma melhorada, mas não foi o suficiente. Talvez fosse interessante uma campanha de apoio para que mulheres se sintam confortáveis para pedir esse direito”, sugeriu. 

Como denunciar?

O Eufemea entrou em contato com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) que informou que desde que a lei passou a vigorar em Maceió, 38 denúncias referentes ao seu descumprimento foram realizadas pela população. O órgão orienta que em caso de descumprimento da Lei da Parada Segura, as maceioenses devem formalizar a denúncia através do Disque SMTT, no número 118. O canal de atendimento à população funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.

Propósito da lei não foi absorvido, diz autora

A deputada federal Tereza Nelma, autora da lei quando era vereadora, disse que “desde que a lei entrou em vigor não houve interesse da Prefeitura e das empresas de ônibus em dar visibilidade necessária, mesmo sem despesa ou prejuízo, já que não há qualquer desvio à rota percorrida pelo veículo”. 

Tereza acredita que o real propósito da lei não foi absorvido. “O propósito é prezar pela integridade física e mental das mulheres que precisam utilizar o transporte público durante a noite, retornando do trabalho, da faculdade ou de outros compromissos”. 

Apesar dos desafios, a deputada disse que acredita que os motoristas permanecem cumprindo a lei, até mesmo por sensibilidade aos riscos corridos pelas mulheres à noite, como assaltos e estupros.  

“Mas outros, pelo poder da impunidade, não cumprem”. E reforça que é necessária uma campanha mais ampla e contínua, tanto com as passageiras como com os motoristas.  

“E mais: que a fiscalização por parte da SMTT seja mais efetiva e rigorosa. A Parada Segura não é uma questão de comodidade, e sim de segurança. As mulheres ficam ainda mais vulneráveis nas ruas durante a noite, e o objetivo da lei é minimizar esses riscos”, enfatiza. 

O que diz o Sinturb?

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Maceió (Sinturb), Guilherme Borges, avalia a lei como positiva, mas acredita que ela deve ser mais trabalhada entre as passageiras e rodoviários. “Para que mais passageiras utilizem e mais rodoviários respeitem”, diz.

Guilherme reforçou que “muitas passageiras não entendem como a lei funciona e que o desembarque deve ser feito em qualquer ponto depois das 20h, porém, o motorista não deve desviar do itinerário”.

“O mesmo também acontece sobre o embarque, não é possível parar o veículo para o embarque, por questões de segurança. Mas é uma lei que precisa ser sempre divulgada, pelas empresas e também pelo órgão gestor”.

SMTT garante divulgação

Sobre as divulgações, a SMTT disse que intensificou a divulgação da Lei da Parada Segura com a colagem de cartazes da campanha dentro dos coletivos do Sistema Integrado de Mobilidade de Maceió (SIMM) e nos principais terminais de ônibus da capital. Além disso, fiscais do órgão também distribuíram materiais dentro dos coletivos informando sobre o serviço e o canais de denúncia disponíveis para a população.

A SMTT também assegura que a campanha foi ampliada e reforçada pelo órgão no site oficial e nas redes sociais da Prefeitura de Maceió. Entrevistas para as principais emissoras de TV e de Rádio de Alagoas também foram concedidas, além da divulgação de releases em diversos portais de notícias do estado.

A SMTT destaca, ainda, que todos os cobradores e motoristas das empresas de ônibus que fazem parte do SIMM foram orientados sobre o os horários de funcionamento da Lei da Parada Segura e sobre a importância do cumprimento.

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Lenilda Luna propõe ‘uma Maceió para o trabalhador’, com espaço político às mulheres

“Tem uma frase que diz: ‘Quando uma mulher se levanta, ela inspira outras a se levantarem’. Acredito que apresentar uma candidatura de duas mulheres trabalhadoras, moradoras da periferia, é uma forma de dizer às outras mulheres que o espaço político também é delas”. É com essa visão que Lenilda Luna, candidata à Prefeitura de Maceió pela Unidade Popular (UP), pretende atuar para ajudar a ampliar a participação da mulher na política. Ela está na disputa eleitoral pelo comando da capital e estreia a série de reportagens do Eufemea com candidatas a prefeitas das capitais do Nordeste. 

Filha de alagoanos do município de São Luís do Quitunde, ela conta que vem de uma família trabalhadora. “Sou parda, com descendência indígena. Sou trabalhadora, mãe, militante de movimentos sociais, sindicais e populares desde a adolescência. Sou radialista, pedagoga e jornalista. Sempre trabalhei muito, buscando fazer do meu espaço profissional também uma forma de militância por igualdade social, tanto na educação, quanto no jornalismo”. 

É com o perfil de quem conhece de perto a classe trabalhadora, como afirma, que ela apresenta como propostas “uma cidade para o povo trabalhador, com acesso aos serviços públicos nas periferias”, afirma. 

“Uma cidade onde a prefeitura assuma a responsabilidade em garantir transporte coletivo de qualidade, coleta seletiva, aumentar a quantidade de ciclovias, atendendo ao esporte e aos trabalhadores que se deslocam de bicicletas. Enfim, uma cidade inclusiva, com um poder público que proteja seus cidadãos e cidadãs do peso do interesse econômico predatório, como aconteceu nos quatro bairros destruídos pela Braskem”.  

Para as mulheres, ela destaca que seu plano de governo traz como projetos e ações  “a ampliação da assistência social, especialmente às mães trabalhadoras, que precisam de mais creches, escolas nos bairros e programas municipais que incentivem a geração de renda”. 

Construir uma rede de proteção para mulheres vítimas de violência doméstica também está nas propostas de Lenilda, a Lua, como é conhecida. “Uma rede com acolhimento em abrigo, atendimento psicológico e jurídico, além da orientação necessária para reorganizar a vida, com recolocação no mercado de trabalho. O programa de moradia popular com prioridade para as mães que sustentam suas famílias”. 

Como concorrer com os grandes grupos políticos e ter chance de vitória?  

Não participamos da política por interesses pessoais, então vamos trabalhar como sempre fizemos: coletivamente. Nossa vitória será organizar o povo para lutar por uma sociedade mais justa. Nosso interesse é fortalecer a luta por moradia digna, contra a fome, a miséria e a violência que aumentam, principalmente nas periferias da cidade. Quem acreditar na organização do povo, vem com a gente, porque sabe que as poderosas e ricas candidaturas das mesmas famílias de sempre, não nos representam. 

Participação popular na gestão é uma das cobranças que muito se faz. Como você pretende levar o povo a participar da gestão e evitar o chamado mandato de gabinete? 

Eu tenho experiência em gestão democrática. Organizei e presidi a comissão eleitoral da primeira eleição direta para Diretores das escolas municipais de Maceió, em 1994, contribui com o processo de construção do Orçamento participativo da prefeitura de Itabuna, em 1993. As pessoas querem o poder municipal forte, porque é o mais próximo das comunidades, é onde os cidadãos e cidadãs podem ser ouvidos. Nós vamos governar junto com os movimentos sociais e populares de cada bairro da cidade. 

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Produtos cosméticos podem causar riscos à saúde; farmacêutica fala sobre reações e cuidados

Limpar, perfumar, alterar aparência e corrigir odores corporais a fim de protegê-los ou mantê-los em bom estado. Essas são as funções dos produtos cosméticos. Eles podem ser de produzidos com substâncias naturais ou sintéticas, e devem ter contato somente com a área estabelecida para uso, evitando assim exposição a áreas mais sensíveis. Entretanto, é preciso ter cuidado com os produtos que são comprados, pois eles podem apresentar riscos à saúde e efeitos adversos.

O Eufêmea conversou com a farmacêutica Flavia Scigliano Dabbur, Doutoranda em Desenvolvimento e Inovação tecnológica de Medicamentos – UFRN e Mestre em Fármacos e Medicamentos para saber quais são os riscos e o que deve ser levado em conta na hora da compra.

Segundo Flavia, um dos principais desafios para os farmacêuticos é saber qual a procedência (ou seja, quem fabricou os produtos). “Não sabemos quem fabricou e nem quais foram os produtos colocados neles ”, disse.

Flavia explicou que todos os produtos devem ser registrados na Anvisa, independente de serem importados ou fabricados no país. “Tudo tem que passar pelo aval da Anvisa. Toda parte regulatória, de documentação”, falou.

A farmacêutica disse à reportagem que os cosméticos podem causar reações, mas que os não se sabe quais foram os ingredientes utilizados têm mais chances. “A gente tem o risco de não saber os ingredientes por conta da rotulagem incorreta. Não sabemos se os ingredientes utilizados são perigosos ou não”.

Quando se fala em problema de irritabilidade tópica, de acordo com a especialista, o produto para alisamento de cabelo é o campeão. “A maioria que se utiliza é regulamentado, mas é necessário saber se o salão de beleza usa produto regulamentado. Ou seja: é importante checar se no salão de beleza o produto é regulamentado”.

E quais são as reações que esses produtos podem causar?

De acordo com a farmacêutica, as reações alérgicas a cosméticos podem variar de eritema leve com escala de coceira mínima até placas vesiculares, bolhosas e endurecidas que são intensamente pruriginosas.

Elas podem ser classificadas em: Dermatites de contato irritante (que é o tipo mais comum); Dermatite fotoalérgica (ocorre quando aplicado o produto e há exposição à luz do sol. Se apresenta como queimadura solar que pode ser seguida por hiperpigmentação e descamação); Ardência facial (pode ser manifestada como ardência ou queimadura alguns minutos após a aplicação de um cosmético que se intensifica por 5 a 10 minutos e depois desaparece após 15 minutos) e Vermelhidão (pode ser causada principalmente por sabonetes, está associada ao desequilíbrio no pH cutâneo. Os sabonetes em barra têm pH variando (8-10) e o pH cutâneo gira em torno de 5,5).

E o que fazer para que se compre os cosméticos adequados e seguros?

A especialista disse que os locais adequados são drogarias, lojas que já vendem cosméticos e supermercados. “È necessário que as pessoas comprem em estabelecimentos regulamentados e que tem aval para funcionamento. Aliás, eles são estabelecimentos que são registrados”.

Entretanto, ela ressaltou que algumas pessoas podem ter reações – mesmo comprando nesses locais seguros – e explicou que isso depende da sensibilidade de cada um. “Isso é algo muito pessoal, mas você comprando em outros locais que não são seguros, aumenta o risco de você ter problemas com cosméticos”, acrescentou.

Se você está se perguntando o que deve se levar em conta no momento da compra, a farmacêutica responde: a rotulagem. “Ela é a principal porque é onde a gente pode pegar as informações”.

De acordo com ela, existem regras e resoluções de rotulagem para produtos cosméticos. O que sempre deve constar: a composição, ou seja, os ingredientes que compõe a formulação com seus nomes químicos (que vêm descritos todos em inglês); se vier tudo em português já está errada a rotulagem. “Modo de uso, precauções, data de validade, número de lote e informações completas do fabricante também devem constar no rótulo”, finalizou.

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A história de quatro irmãs gêmeas unidas pelo amor e a profissão: “Nos ajudamos em tudo”

Elas são irmãs e gêmeas, mas têm algo mais em comum: a profissão. Taciana e Tatiana são agrônomas; Ana e Adriana são odontólogas. O único ponto que as separa é a distância pelas cidades onde moram e trabalham, mas ainda assim conversam todos os dias e se ajudam mutuamente. É no amor que as irmãs se fortalecem para manter o elo que as uniu desde que foram geradas. Ao Eufemea, elas falaram sobre a decisão de seguirem as mesmas carreiras profissionais, lembraram da infância e como se mantêm sempre unidas. 

Taciana de Lima Salvador e Tatiana têm 36 anos e são formadas em Agronomia pela Ufal (Universidade Federal de Alagoas). Elas contaram suas histórias.  

Taciana é casada, não tem filhos e tem outras duas irmãs mais velhas, além da irmã gêmea. Elas são as caçulas da família. Ela é agrônoma da Emater (Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas), e concluiu o ensino superior há 12 anos. 

“Sempre tivemos uma infância onde todos os domingos nossos passeios eram visitas ao meu avô, no sítio. Às vezes passávamos o fim de semana lá. Casa humilde, luz a lamparina”, lembrou. 

Taciana e Tatiana contam que não planejaram seguir a mesma profissão, mas seguem se ajudando na vida e no trabalho diário. Fotos: Arquivo pessoal

Ao falar sobre a escolha da profissão ela diz que sempre gostou do campo. “Me faz muito bem. Mas, meu primeiro vestibular foi para Nutrição, mesmo o coração pensando na Agronomia.  Só que não fui aprovada. Então, pedi uma luz a Deus, que se fosse da vontade Dele, se eu fosse ser feliz como agrônoma, me desse um sinal”. 

“Muitas pessoas próximas só falavam em Medicina, Enfermagem, Nutrição, área da saúde. Acho que isso que me causou a dúvida em decidir, mas o coração gostava da área rural”, conta Taciana. 

Ela diz que o sinal que esperava para decidir veio num momento na igreja católica que frequentavam. “Em um momento de oração, onde havia cadeiras em círculos, cada um escolhia um local pra sentar, aleatório, onde havia, em cada cadeira, um cartãozinho postal. Justamente o local que eu escolho, o cartão postal era uma foto de uma fazenda linda. Com alguns gados no pasto, árvores…. Pensei: esta é a resposta que Deus me enviou. Vou prestar vestibular para agronomia”. 

Taciana trabalha na Emater e diz que sempre gostou do campo. “Me faz muito bem”

Decisão de irmãs 

“Não imaginávamos em seguir a mesma profissão. Ela (Tatiana) tentou Educação Física por alguns anos, e, quando ela me viu feliz no curso em que escolhi, ela resolveu arriscar. Nossa formação foi na Ufal (graduação, mestrado e doutorado). Não cursamos juntas pois ela entrou 6 semestres depois que eu”. 

Apesar da união e de seguirem a mesma profissão, Taciana revela que nunca trabalharam juntas. “Mas sempre nos ajudamos. Durante mestrado e doutorado, em semestres diferentes, mas sempre no mesmo ambiente, uma ajudava a outra nas pesquisas e experimentos. Pagamos algumas disciplinas juntas”.   

Motivo de orgulho 

Quanto a ser irmã gêmea, ela assegura que é só amor em tudo o que fazem. “Nós amamos ser gêmeas. As pessoas nos confundem demais. E isso não nos incomoda. Achamos engraçado e gostamos! Por sermos da mesma área, temos muitos amigos em comum. Ter uma irmã gêmea, que seguiu a mesma profissão, é um orgulho imenso pra mim. Me traz conforto saber que posso contar com ela, tirar uma dúvida, discutir sobre um determinado assunto, pedir opinião sobre tudo relacionado à área”.   

Taciana de Lima, agrônoma
“Me sinto muito segura com ela ao meu lado. Iniciar a graduação em Agronomia sem ela foi muito difícil pra mim no início (pois sempre estudamos juntas), mas hoje eu sei que foi necessário para nosso amadurecimento. Os planos de Deus são perfeitos! Nossa troca de informações sobre a profissão é diária. Sempre, sempre. Por ligação, WhatsApp, presenciais. Mas é sempre”. 

Uma no Agreste, outra no Sertão

Tatiana de Lima Salvador é formada há dez anos pela Ufal, é casada e tem um filho de um ano e dez meses. Atualmente é agrônoma do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e também falou da ligação com a irmã.  

Tatiana em trabalho no campo, falou com o Eufeme: “Sempre amei ser gêmea, sempre gostei de me vestir igual à minha irmã”

Do campo, onde estava trabalhando no momento em que falou com o Eufemea, ela afirmou: “Como somos muito ligadas, a profissão nos uniu e ao mesmo tempo a atuação na área fez a distância nos separar. Nos vemos muito pouco. Eu estou no Sertão, e ela, no Agreste”. 

“Na verdade, a escolha pela Agronomia foi consequência. Eu tentava vestibulares anteriores, três anos consecutivos, Educação Física, e através do teste vocacional me fez gostar dessa área. Não consegui passar, então a minha irmã Taciana, justamente nesse período, entrou no curso de Agronomia e sempre quando tinha aula prática, algum evento, me chamava pra ir com ela, porque como somos gêmeas nós sempre fomos muito ligadas. A gente escolheu áreas diferentes, a princípio, e mesmo eu tentando Educação Física, meu envolvimento na Agronomia foi por conta dela, pela ligação que temos. Passei a gostar muito da Agronomia”. 

Tatiana de Lima, agrônoma

“Caminhando juntas” 

Tati, como é chamada pela irmã, diz ainda que sempre trabalharam com assistência técnica  e prestando serviço para assentamentos rurais. “Depois voltei para fazer mestrado e quando terminei fui trabalhar com área de pesquisa, em laboratório em Recife. Voltei para a assistência técnica e depois passei no doutorado, concluí no início desse ano e comecei a trabalhar com assistência técnica gerencial pelo Senar”. 

Dos produtores que ela atende, 80% são mulheres. “Dou assistência técnica na área de olericultura. As mulheres do campo possuem uma força imensurável. São mulheres guerreiras, donas de casa, mães, mas que sabem dividir seu tempo para cuidar da horta, que é dedicação diária”, conta.  

As irmãs, são só gratidão ao professor que as orientou e acompanhou todo o processo acadêmico das duas. “Durante o período de universidade, na graduação, mestrado e doutorado, nosso professor orientador foi sempre o mesmo. O professor doutor Eurico Lemos sempre nos auxiliou nos trabalhos da vida acadêmica com êxito. Foi um amigo que a universidade nos presenteou. Nas atividades de campo, laboratório e nos eventos, sempre nos apoiou diante às escolhas. Nossa caminhada se tornou mais leve porque tivemos sempre um orientador amigo. Somos muito gratas a ele pela caminhada que nos proporcionou grandes conquistas”, afirma Tatiana.

Ao falar sobre seu amor pela irmã, ela diz: “Sempre amei ser gêmea, sempre gostei de me vestir igual à minha irmã. Até hoje, já cada uma na sua casa, com sua família, quando compro uma roupa eu lembro da minha irmã, compro igual, só muda a cor. A gente sempre tem essa ligação. Então, costuma atrair curiosidade. Sempre que eu passo, por onde eu vou, tenho o maior orgulho, prazer em dizer que tenho irmã gêmea, mostro foto dela.

“Tenho muito prazer em dizer que ela é da mesma área, que ela também é doutora em Agronomia, que a gente tem a mesma profissão, que a gente se ajuda. Tenho muito orgulho de ser gêmea e mais ainda por nós estarmos caminhando juntas. Para mim essa é uma satisfação muito grande”. 

Ela diz que sempre trocam informações, compartilham dúvidas e resultados. “A gente tá interligada, ela trabalha na Emater e eu no Senar, mas de qualquer forma a nossa ação dentro das propriedades é similar. O Senar tem essa parte gerencial, mas também de assistência técnica. Já a Emater é mais a assistência técnica voltada a outros projetos, mas se interligam. Então a gente troca muita informação. Ter uma irmã gêmea que segue a mesma profissão é você saber que vai ter para sempre uma companheira de trabalho, para tudo”. 

“Morar longe, é a parte mais difícil” 

As odontólogas Ana Barros Duarte Oliynik e Adriana Barros Duarte Baade têm 40 anos e moram em estados diferentes, mas nem a distância apaga a ligação que as mantém firmes e fortes no amor uma pela outra. 

Ana e Adriana moram em estados diferentes, mas nem a distância apaga a ligação que as mantém firmes e fortes no amor.

Adriana conta que mora em Pelotas (RS) há 6 anos e meio, é casada e não tem filhos, trabalha em três clínicas, na área de ortodontia. 

“Ter minha irmã na mesma profissão é ótimo, porque trocamos várias ideias. Ela faz a parte de estética e eu de ortodontia, então sempre trocamos experiências”. 

Segundo ela, não houve nenhuma influência da família na decisão de seguirem a mesma carreira. “Temos dentistas sim na família, porém não tínhamos muito contato com eles. Sempre tentamos algo na área da saúde, isso a gente sempre quis. Tentamos Medicina no início, porém achamos Odontologia algo mais interessante”. 

Adriana mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul, há seis anos

“Morar longe da minha irmã é a parte mais difícil porque somos muito próximas, temos muita coisa em comum, mas matamos a saudade sempre nos falando, todos os dias. Conversamos mais que uma hora quase todos os dias! Sempre trocamos ideias dos nossos casos, ela tira dúvidas quando aparecem e vice-versa”. 

Adriana Barros, odontóloga

Separação e vida própria 

Ana Barros tem 13 anos de formada pela Ufal, é casada, não tem filhos, tem outros dois irmãos mais velhos, um é arquiteto e outro advogado. Ela e a irmã Adriana ingressaram no mesmo curso com um ano de diferença uma para a outra. 

“Eu e a Adriana, acredito que ela também, nenhuma das duas tinha esse sonho de fazer Odontologia, não. Foi meio inesperado. A gente sempre teve vontade de fazer Medicina e aí uma vez a gente estudando no cursinho, tinha uma psicólogo para fazer teste vocacional, nós fizemos e ela falou sobre as outras profissões na área de saúde e a gente ficou meio balançada pela Odontologia e o meu irmão mais velho tinha sugerido: por que vocês não trocam para Odontologia. Vai que vocês gostam. Mas foi uma sugestão assim uma vez só, nada de insistência. Aí a gente, como já tinha feito dois ou três pra Medicina, viu a possibilidade de fazer Odontologia. Eu passei primeiro e a Adriana passou no outro ano”, conta. 

Ana Barros, odontóloga

Ela diz ainda que sempre foram muito unidas. “A gente sempre foi muito unida. Sempre estudou no colégio juntas, estudava na mesma sala, uma do lado da outra, sempre estudou muito, achava que ia fazer Medicina, mas nunca comentava sobre detalhes da profissão, como seria a gente formada. Acho que isso tudo veio depois que a gente passou na faculdade e aí a gente comentava mais sobre a profissão, a especialidade que cada uma queria”. 

A separação das irmãs, revela Ana, foi quando ela passou na Ufal e Adriana não passou. Até aí, ela diz, até na padaria iam juntas.  

“Só que eu acho que essa foi uma das melhores coisas que aconteceu na vida da gente. A separação foi dolorosa? Foi, bastante! A gente era acostumada muito a estar juntas, as mesmas amizades, tudo. E essa separação veio para cada uma ter o seu vínculo de amizade, ter a sua própria vida. Ser tratada como a Ana e a Adriana, e não as gêmeas, como o povo sempre comentava. Como se fossem uma só. Isso foi doloroso, mas foi fundamental”. 
Ana relata que apesar da distância da irmã elas se falam todos os dias: “Geralmente a  gente conversa sempre troca muitas informações sobre tudo”

Formadas, Ana conta ainda que não chegaram a dividir consultório. “Já trabalhamos na mesma clínica, mas não nos encontramos porque eram horários diferentes. Era a mesma rede, mas eu trabalhava na Ponta Verde e ela no Farol”. 

Para ela, ter a irmã na mesma profissão é muito importante. “É a pessoa com quem mais converso da minha área. A gente debate muito os casos, tudo. Somos de especialidades diferentes, mas as duas áreas caminham juntas. Ela sempre manda os casos dela e eu os meus. É bem tranquilo de conversar”. 

E mesmo distante, há seis anos, logo após o casamento de Adriana, cujo marido é de Pelotas, Ana conta que a mudança foi apenas o contato físico. “A gente conversa quase todos os dias, por uma hora ou mais. Às vezes, quando eu não ligo, o marido dela diz: ‘Cadê a sua irmã, não ligou hoje não?’. Geralmente a  gente conversa sempre troca muitas informações sobre tudo. E aí o ruim é só essa distância. A internet deixa mais próximas as pessoas. Facilita”. 

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Estilo de vida Interna Notícias

“Dietas ‘milagrosas’ são perigosas e podem causar prejuízos à saúde”, alerta nutricionista

A busca pelo corpo perfeito e o fácil acesso a informações permite às pessoas buscarem conhecimento sobre alimentação saudável, dietas e opções para melhorar a qualidade de vida. Sem a ajuda de uma profissional, algumas pessoas seguem dietas chamadas de ‘milagrosas’ que são disponibilizadas na internet ou até mesmo compartilhada por famosos, mas que podem causar prejuízos à saúde. 

O Eufêmea conversou com a  nutricionista Emilly Araujo, pós-graduanda em Nutrição Esportiva e Estética para saber quais são os perigos de uma dieta feita por conta própria. 

Segundo Emily, a facilidade em como são disseminadas as informações, onde muitas dela não tem embasamento científico faz com que surjam dietas da moda. “E até mesmo alimentos com potencial emagrecedor que são tipos como milagrosos”, completou.

“Em busca de perda de peso de forma rápida, muitos se submetem a esses tipos de dietas, sem saber se estão atingindo pelo menos o mínimo das suas necessidades diárias, para um bom funcionamento do organismo. Aí é onde mora o perigo”, reforçou a nutricionista.

Emily explicou que as dietas são restritivas, onde são ofertadas calorias e nutrientes menores que o necessário. “Fazendo com que o organismo mobilize suas reservas em busca de energia, dessa forma a composição corporal é modificada negativamente, onde em vez de perder gordura corporal, é perdido massa muscular”.

E o perigo vai além: com essas dietas, as pessoas podem ter deficiências de  micronutrientes que também podem causar desde queda de cabelo, fadiga, dificuldade de concentração, pele seca, unhas fracas, até doenças mais sérias, como doenças cardiovasculares.

Dieta ou reeducação alimentar?

A nutricionista disse à reportagem que a reeducação alimentar é mais interessante e que deve ser feita com a orientação de um nutricionista. O processo da reeducação acontece de maneira gradual. “Isso acontece aos poucos, onde novos hábitos vão surgindo”.

“Você passa a ter uma boa relação com a comida, onde tem autonomia para fazer suas escolhas e não precisa fazer restrições. São feitas trocas inteligentes”, justificou.

Procure um profissional adequado

E neste momento em que muitas pessoas reclamaram do ganho de peso na pandemia, as famosas dietas milagrosas se transformaram em uma “saída” para algumas pessoas que querem perder peso rapidamente.

Entretanto, Emily aconselha que se procure um nutricionista. Afinal, cada organismo é único e tem suas particularidades e necessidades. 

“Sua alimentação deve ser individualizada. O que deu certo para uma pessoa, pode não funcionar com a outra. E os riscos são vários! Uma rede de apoio composta também de psicólogo e educador físico, também faz com que o processo de perda de peso se torne mais fácil e eficaz”, finalizou.

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Inspiradoras Interna Notícias

Segura a Curva das Mães cria rede de apoio a desempregadas na pandemia: “É preciso cuidar de quem cuida”

Foto: Thaiz Leão, uma das idealizadoras do movimento

Maria José da Silva Pinto Neta tem 25 anos, é casada e mãe de um bebê. A vendedora faz parte do grupo de mulheres atingidas pelo desemprego durante a pandemia, que alcança recordes históricos não apenas no Brasil, mas na América Latina. É o que atesta a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) ao projetar que o desemprego regional vai bater 13,5% no final de 2020, o que significa 44,1 milhões de pessoas desempregadas ou  quase 18 milhões a mais em relação a 2019. 

“Estou de aviso prévio. Sempre trabalhei como vendedora”, conta Maria José. O patrão, ela diz que alegou ao demiti-la que “não tem como pagar porque o comércio tá parado. Aceitei porque quero cuidar do meu filho. Meu esposo trabalha e eu estou cursando faculdade”, conta. 

A vendedora Maria José perdeu o emprego na pandemia; patrão alegou que não tem como pagar

A situação vivida por Maria José atinge milhares de mulheres, que se viram sem condições de sobrevivência e sem perspectiva de encontrar um trabalho. Foi para ajudar a essas mulheres que surgiu o movimento Segura a Curva das Mães, uma rede emergencial de apoio integral para mães, crianças e suas famílias que estão em situação de vulnerabilidade agravada pelo coronavírus (Covid-19). 

O Eufemea conversou com Thaiz Leão, designer de serviço social, diretora do Instituto Casa Mãe, e uma das idealizadoras da iniciativa. Ela conta que a ação “surgiu como resposta à crise iminente da Covid-19 já em março de 2020, pela autoiniciativa de duas mães e ativistas pelas maternidades e infância, eu e a Thais Ferreira, do Coletivo MASSA (RJ)”.  

“Nos últimos seis meses apoiamos diretamente mais de 2 mil mães de todo o Brasil, um total de 8 mil pessoas impactadas considerando elas e a média de pessoas que compõem suas famílias (4) distribuídas entre 270 cidades em 24 estados mais Distrito Federal”. 

Thaiz lembra que não é só o alimento a fazer parte da iniciativa. “Importante, quando falamos de apoio integral, estamos falando de: atendimento psicológico, pediátrico e em saúde, suporte jurídico, apoio financeiro emergencial, apoio pedagógico escolar e não-escolar), apoio ao luto, apoio à gestação, parto e pós-parto, rede de proteção e segurança contra a violência e o estabelecimento de vínculos e redes de apoio regionais entre as mães”. 

Para garantir o atendimento, são feitas parcerias. “Sempre no intuito de financiar e fomentar o apoio oferecido para as mães que atendemos”, revela Thaiz, ao contar que “por estratégia e agilidade, realizamos o repasse em dinheiro para as mães (R$ 150 por repasse). Elas realizam a gerência do recurso para alocar no item de maior prioridade em suas casas: alimentos, higiene, gás, medicamentos e até mesmo para completar o valor do aluguel e evitar despejo”, pontua. 

Leitura social 

Segundo ela, a meta é continuar assegurando apoio e rede “enquanto durar a pandemia e os efeitos dela e seguir mapeando e produzindo dados específicos sobre a condição de vida das mães e suas famílias em situação de vulnerabilidade por todo o Brasil a fim de entregar uma leitura social assertiva e fomentar o desenvolvimento de tecnologias sociais e políticas públicas que promovam o bem viver das mães e crianças”. 

No Instagram, as voluntárias do movimento chamam atenção para a necessidade de ajudar e acolher

Em que situação geralmente vocês costumam encontrar essas mulheres, questionou o Eufemea. “39% das mães que atendemos já viviam entre abril-maio a situação de ter até R$ 100 por pessoa em casa para investir em alimentação, higiene, moradia, etc. 70% delas hoje estão desempregadas. São mulheres que em sua maioria pagam aluguel, sem rede de apoio comunitária, e que a condição de precarização do trabalho e da vida se estende entre os familiares (por gerações)”.

Além disso, “28% delas afirmam que não dividem o cuidado das crianças com nenhum outro adulto na casa (não havendo ou havendo esse adulto). Nós as encontramos via chamadas, tanto eu quanto a Thais Ferreira já desenvolvemos esse trabalho pelas maternidades e infâncias há anos, já temos capilaridade nos territórios Brasil afora, o que nos ajuda a conseguir acionar e nos conectar com agilidade às mães”, relata Thaiz Leão.  

Os pedidos de ajuda, ela conta, são feitos por rede social. “Nós usamos o WhatsApp. Elas têm contato direto conosco e as voluntárias para acionar sobre qualquer emergência e utilizamos os grupos para informar sobre o desenvolvimento do projeto e ações. Os grupos também funcionam como redes de apoio independentes para que elas compartilhem sobre suas vidas, desafios ou mesmo sobre oportunidades que possam interessar as outras mães do mesmo estado/cidade. Nós optamos por utilizar o WhatsApp por ser a plataforma mais conhecida e acessível a todas”. 

Vaquinha eletrônica 

Atualmente, são mais de 50 voluntárias e voluntários atuando no movimento. “São profissionais das áreas de saúde, direito, pedagogia, assistência social, comunicação, captação de recursos, etc. São tanto pessoas que se aproximaram depois de ter conhecido o trabalho quanto pessoas que já atuavam no ativismo das maternidades e infâncias em seus territórios e que hoje são pontes para as ações de distribuição e atendimento físicas”. 

Elas também alertam para a situação vivida pelas mulheres e mães desempregadas na pandemia e pedem apoio para doações

Do governo, elas não recebem nenhum tipo de apoio. “Por hora, zero apoio governamental. Recebemos o apoio financeiro de pessoas físicas, empresas, institutos e fundações”. Daí porque criaram uma vaquinha eletrônica para assegurar os recursos que precisam para tocar o projeto.  

“Nossos objetivos se renovam todos os dias, porque as necessidades se renovam todos os dias, de maneira geral conseguimos realizar muito. Da perspectiva do que entendemos como mínimo, ainda temos o desafio de arrecadar o R$ 1,3 milhão que falta para garantirmos a essas mães apoio até pelo menos dezembro de 2020”.  

As  doações podem ser feitas no link vakinha bit.ly/doecurvadasmaes; via depósito em conta direto: Instituto Casa Mãe, Banco Itaú | Agência 0786 | Conta corrente 26300-4, CNPJ, 32.542.253/0001-83. Enviar comprovante para emissão de recibo para financeiro@acasamae.org Abrace uma mãe da curva – Amadrinhe/Apadrinhe uma mãe com pelo menos R$ 150 por mês e garanta que ela e sua família recebam apoio financeiro emergencial durante a pandemia. Bit.ly/abraceasmaesdacurva e doações e parcerias institucionais – envie um email para thaiz@acasamae.org

Segundo Thaiz, para fortalecer essa rede de apoio às famílias em situação de vulnerabilidade falta “o entendimento do tamanho do problema e da necessidade (lógica) de aporte financeiro para garantir dignidade e direitos básicos em meio a essa situação que vivemos. Não podemos nos conformar com um “novo normal” ainda mais nocivo do que o de antes da pandemia. É preciso cuidar de quem cuida”. 

Que lição vocês tiram de um movimento tão significativo como esse e em meio a uma pandemia, indagou o Eufemea. “O que a gente tira é mais uma vez a certeza de que o exercício da maternidade é a ação social mais fundamental para garantia e manutenção da vida desde o início dos tempos. E que apesar do seu papel central à existência humana ela foi colocada em condição precária, subalterna, ora romantizada ora marginalizada – a depender da raça, classe, condição, orientação e/ou gênero da mãe que a exerce”, afirma Thaiz. 

“Esse contexto nos prova que as mães são a principal figura não institucional no Brasil e que elas trabalharam pela garantia dos direitos e da dignidade humana de todas as pessoas desde o começo de suas vidas. E que por isso apoiar mães e crianças de forma prioritária é intrínseco ao desejo pelo desenvolvimento sustentável e equânime de toda a sociedade”. 
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Inspiradoras Interna Notícias

Atriz fala dos desafios da profissão em AL e de como usa as redes sociais para divulgar trabalho na pandemia

Ela é atriz formada em artes cênicas pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e palhaça. Elaine Lima Santos, 28 anos, é alagoana, ama o que faz e é trabalhando como artista que ela se sustenta. Na pandemia, ela precisou se reinventar e utilizou a internet para isso. Longe dos palcos, ela usa as ferramentas que as redes sociais oferecem para manter viva a paixão pela profissão.

Segundo Elaine, um dos desafios de ser artista em Alagoas é conseguir reconhecimento pelo trabalho. “Porque hoje temos as redes sociais e a internet para disseminar as pessoas. E os artistas que estão criando por aí afora. Então tem esse situação de que todo mundo consegue fazer e chegar num patamar de se tornar um artista por intermédio da internet. De certa forma há um grande desafio de ter esse reconhecimento”, explicou.

Elaine disse que ser atriz em Alagoas é um desafio já que o estado está fora do eixo Rio/São Paulo, onde tem mais visibilidade. “Então essa questão em Alagoas ainda é recente quando comparada a outros estados populosos e isso faz com que seja um desafio”.

Mas também ela citou a falta de políticas públicas no Estado. “Então é um desafio criar formas de viver dessa profissão, de fazer trabalhos na área e tentando inserir a arte do teatro e da atuação no mercado alagoano”.

Só que nem os desafios apagam os sonhos de Elaine. E de sonhar, Elaine entende. Afinal, a artista se define como sonhadora. “Eu comecei no teatro, mas também sonho com outros lugares: o cinema, a tv, até a própria internet que tem feito com que mais pessoas tenham acesso. Eu me defino como uma sonhadora que está na vida para conquistar e ir em busca dos sonhos e das coisas que fazem meus olhos brilharem”.
Foto: Cortesia ao Eufêmea.

A atriz também deseja ter um retorno financeiro viável a partir do trabalho dela. “Ter a certeza de que as pessoas me reconhecem não só por fama, mas porque é meu trabalho e é assim que eu vivo. Quero ter um maior alcance para que mais oportunidades apareçam”.

Pandemia e o uso das redes sociais

Com a pandemia, Elaine procurou mostrar seu lado artístico nas redes sociais e funcionou. Em tempos difíceis, Elaine usa do talento e do bom humor para fazer as pessoas sorrirem.

“Ultimamente tenho trabalhado bastante minhas redes sociais. Então busco as músicas, o que tem se falado, memes para atuar nas redes sociais a partir do lugar que está todo mundo usando”, justificou.

Para ela, o retorno tem sido bem positivo. “Estou inserida numa vertente que as pessoas estão e me comunico com elas. É uma estratégia de comunicação no meio online e as pessoas começam a conhecer o meu trabalho”.

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Cotidiano Interna Notícias

Fora da “modinha musical”, mulheres se unem por empoderamento e igualdade no palco: “Não desista”

A música sempre foi paixão de Íris Ventura, Jucélia Gomez e Kelly França, que batalham desde cedo para se colocarem profissionalmente no mundo musical. O que elas não imaginavam é que teriam de enfrentar tantas barreiras para fazer valer o amor pela arte e dela se manterem.  Entraves como o simples fato de ser mulher, assédio, falta de apoio e mais ainda a desvalorização financeira, são barreiras que precisam transpor todos os dias num mercado de muitas dificuldades, principalmente quando a música que tocam foge dos padrões atuais, como relatam ao Eufêmea. 

Íris canta xote, não veio de família de artistas e diz que a dificuldade de se colocar no mercado é “não ser do grupo da “modinha”, principalmente. As pessoas não valorizam um trabalho bem elaborado e voz que não precise de filtro, e tenho dificuldades em entrar nesse mercado. Percebo pouca ou nenhuma procura. Ou caso sim, em sua grande maioria, propostas indecentes para poder conseguir espaço e ser conhecida”. 

Ser mulher e música não é empecilho, considera Íris, que aponta para a “falta de entendimento e oportunidade que não é dada”. 

“Existem cantoras excelentes em Alagoas, e que estão em suas casas, sem oportunidades, e quando surge alguma, querem pagar qualquer valor, desmerecendo nossos trabalhos. Se prestar bem atenção nas programações locais, uma média de 80% das apresentações são masculinas”.  

Íris diz que nunca ouviu diretamente um não no fechamento de algum contrato por ser mulher, mas indiretamente sim. “Ficavam de dar a devolutiva, mas nunca retornavam”. Quanto ao cachê, ela relata que existe diferença.  

“Com certeza. R$ 1.000,00 para homem e R$ 600,00 para mulher. Um exemplo claro que vivenciei. Eu não saio da minha residência por qualquer trocado, porque é uma profissão como qualquer outra, onde tem ensaios, gastos, estudos, e merecemos respeito. Respeito esse sendo financeiro ou pessoal, que pelo fato de estar no palco não quer dizer que estou à venda ou à disposição”, diz Íris, segundo a qual também já sofreu assédio sexual. “Já. Pedidos de saídas (pessoalmente, telefone ou redes sociais) e por não sair, não fechava contrato”. 

Íris Ventura
Íris Ventura canta xote: ““Estou com uma produção (que tem mulheres também engajadas e trabalhando esse empoderamento)”

Superar essas barreiras é desafio diário. “Estou com uma produção (que tem mulheres também engajadas e trabalhando esse empoderamento), onde nas redes sociais e nos projetos, que a mulher pode e sabe desempenhar esse trabalho tão gratificante nos palcos e com muito talento como os homens. Não quero e nem vou jamais desmerecer os homens, mas sim, buscar oportunidades que merecemos. 

Sem conseguir se manter da música, Íris revela que tem outra atividade, já que não tive a oportunidade que almejei”.  

Nesse período de pandemia, ela conta que a situação piorou. “Ficou bem difícil, apesar de ter outra atividade. Porque não penso só em mim, mas também na equipe que faz parte da minha banda. Pais e mães que precisam desse trabalho para manter o mínimo de dignidade familiar”, afirma, ao dizer que para a retomada vem fazendo lives para divulgar o trabalho, “já que ainda estamos em um momento tão delicado e difícil”. E os planos são de “trabalhar com música autoral, gravação de clipe e fortalecer a minha marca”. 

Às mulheres que amam a música, mas temem entrar nesse mercado, ela orienta.

“Não somos coitadas, frágeis e nem tampouco incapazes. Somos mulheres que lutam diariamente para conquistar o espaço que queremos e merecemos ocupar, de forma igualitária e justa. Dificuldades e barreiras sempre existirão, mas cabe a cada uma focar, acreditar e realizar. Não desistam, porque no final, o sucesso é garantido”. 

Superação 

Há 21 anos no mundo da música, Jucélia Gomez canta todos os ritmos. Ela conta que começou fazendo backs em estúdio, e que não veio de família de músicos.  

“Hoje visam muito o que está na moda no momento, eu sou típica cantora de baile. Não há empecilho algum em ser mulher e musicista. O que há são alguns empresários que ainda insistem em pleno século 21”, ela afirma, ao dizer que a superação vem com o resultado do que leva ao seu público.
Jucélia Gomez: “Devemos buscar nossos sonhos, de forma honesta e transparente, sem querer derrubar o colega de profissão”

“Apresentando um trabalho de qualidade, dentro da minha proposta de banda. Sou sempre bem tratada. Não, não há diferença”, ela pontua em relação ao homens na música. 

Quando ao assédio, Jucélia afirma que sempre tem.  “Algumas festas aparece alguma pessoa alcoolizada, tira uma graça, paquera, homem e mulher também”, conta. 

“Devemos buscar nossos sonhos, de forma honesta e transparente, sem querer derrubar o colega de profissão. Infelizmente não são atitudes machistas que desencorajam as mulheres e sim a desonestidade de alguns “profissionais”. Tanto homens quanto mulheres”, afirma Jucélia, que sobrevive da música. 

Jucélia Gomez
Jucélia canta em bailes e conta que começou fazendo backs em estúdio

Sem apoio governamental, ela diz a situação é muito complicada. “Não temos ajuda dos nossos governantes, fomos os primeiros a parar e seremos os últimos a voltar. No momento não sabemos quando iremos retomar nossas atividades, datas sendo reagendadas e algumas canceladas. É aguardar o momento de voltar à ativa”. 

Desvalorização financeira 

Kelly França está há oito anos no mercado musical. Ela canta forró e toca triângulo. “Meu pai era cantor de vaquejada e meu tio canta sertanejo”, ela conta, ao dizer que “a dificuldade pra se colocar no mercado da música hoje é a ´questão financeira, porque em Alagoas o cantor, o músico, ele é muito desvalorizado, na verdade”. 

Kelly França: “Eu estou cantando em alguns lugares, os que estão pagando melhor, porque tem muitos lugares que têm nome e estão pagando um valor lá embaixo”

Ser mulher e ser cantora, diz Kelly, não foi empecilho. “Foi só no início, quando comecei a cantar em aniversário, casamento. Houve uma dificuldade porque no início tudo é difícil. Mas discriminação por ser mulher eu nunca sofri, não. Nunca tive problema com fechamento de contrato por ser mulher, nunca passei por nenhum constrangimento. E a questão do cachê por ser cantora e ter outro cantor sendo homem, também nunca teve essa diferença não. É porque, na verdade, em Alagoas tem mais cantor do que cantora”. 

Sobre assédio, ela diz que sofreu. “Quando estava cantando recebi aquelas olhadas diferentes, às vezes o pessoal manda bilhetinho, aí eu acho que é música, mas não é. Ou então quando vai tirar uma foto, coloca a mão na cintura, no ombro, onde não é para ser colocado”. 

Artesã, Kelly confessa que para quem tinha uma outra renda durante a pandemia “não foi tão ruim assim. “Mas para quem não tinha, para quem só vivia de música, foi péssimo. Tem muitas pessoas que eu conheci, músicos passando fome. Cantor sempre trabalha em outra profissão. Eu sou artesã, tem outro que é motorista, cabeleireiro, mas quem não tinha outra renda sofreu bastante”. 

“A retomada está sendo difícil, porque a maioria dos lugares está pagando barato, muito abaixo do que a gente cobrava, e está assim, se você não for outro vai, por um valor bem abaixo do  normal. Na verdade, eles estão explorando”. 
Kelly França está há oito anos no mercado musical, canta forró e diz que o cantor, o músico, é muito desvalorizado

Quanto aos planos para o retorno, ela diz que agora “é esperar mais um pouco. Eu estou cantando em alguns lugares, os que estão pagando melhor, porque tem muitos lugares que têm nome e estão pagando um valor lá embaixo. Então eu prefiro não ir. Continuar cantando em poucos lugares, ganhando um valor razoável e tentar me manter. É esperar mais um pouco até o ano que vem para fazer shows em prefeituras, casamentos, shows maiores, revela Kelly”. 

Kelly França

A mensagem para as mulheres que querem ser cantora que Kelly transmite é que “elas não desistam, vão em frente, porque não é fácil, tudo no início não é fácil,  mas tem que pensar positivo, que vai dar tudo certo e seguir em frente, nunca desistir”. 

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Pioneiro em Maceió, empresárias contam como criaram brunch moderno e autoral

O desejo em comum de trazer algo moderno para Maceió fez com que as empresárias alagoanas Manuela Barreiros, de 26 anos e Roberta de Queiroz, de 32, lançassem a Clementine Brunch, situada no bairro da Ponta Verde.

A Clementine funciona apenas de dia no mesmo local da Bon Vin (casa de vinhos e cervejas). Mas são duas empresas diferentes. “Estamos há um ano e meio no mercado”, disse Manuela Barreiros.

Manuela é jornalista, formada em gastronomia. Roberta é designer e proprietária da Bon Vin. Para que elas abrissem o local, as duas – junto com a ex-sócia Bárbara – uniram as experiências de vida e o amor pela gastronomia.

Manuela e Roberta se conheceram por causa de Bárbara de Queiroz (irmã de Roberta).

Foi após uma conversa que elas decidiram empreender. “Foi um encontro mágico. Nós encontramos uma na outra muita coisa importante para se ter um negócio juntas”.

Brunch Modernex

Moderno, inovador, com gosto de café e natural. É assim que o brunch pode ser definido.

A ideia para que elas abrissem o local contou a experiência de cada uma, além da percepção de que a cidade não tinha um brunch. “Determinamos um nome, Clementine, porque acreditamos que a laranja ficava um símbolo legal pro brunch e na França (local que morei), nós falamos, Clementine que era minha experiência gastronômica mais forte, na Austrália também e no Brasil. Achamos uma palavra que traduzisse as viagens que tínhamos feito”, explicou Roberta.

O cardápio traz um pouco da viagem de cada uma delas, além de ser moderno, é autoral. “Chamamos de brunch modernex e trazemos experiências gastronômicas diversas”, revelou Manuela.
Foto: Instagram Clementine

O começo de um negócio não é fácil e existem alguns desafios. Para Roberta, o primeiro desafio foi o funcionamento do local. “Nós só abríamos um dia por achar que não tinha mercado o suficiente para investir em equipe, insumos, em tudo, para abrir todos os dias”, justificou.

A empresária disse que a Clementine só funcionava aos domingos e por isso, foi desafiante, segundo ela, desenvolver e conquistar esse público para abrir todos os dias.

Mulheres de voz

Foi trabalhando, colocando a mão na massa, que as empresárias conseguiram se destacar no mercado. “Somos mulheres de voz”, afirmam. E reforçam que a força vem do ser feminino. “Isso nos dá uma força para que consigamos continuar no mercado sem deixar que as questões machistas nos afetem”.

Projetos para o futuro

Apesar do pouco tempo no mercado, os projetos devem sair do papel em breve. “Nós temos projetos e desejos que estão se engatinhando, outros já estão acontecendo”, disse Manuela.

Foto: Instagram Clementine

O objetivo delas é entrar na rota de restaurantes em Maceió e firmar um público. O restaurante é pioneiro em brunch e a culinária traz uma identidade própria.

Algo que já saiu do papel foi a linha Clementine Casa. “São produtos para casa. Vendemos aromatizador de ambiente, chá, avental”, comentou Manuela.

Se depender das empresárias, o local tem tudo para continuar crescendo. Afinal, amor e dedicação não vão faltar.

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No Setembro Amarelo, mulher relata ajuda espiritual contra depressão e médica orienta: “Ofereça a escuta”

A perda da mãe foi o estopim para o agravamento de uma depressão em Maria (nome fictício), que já enfrentava o processo após passar por um câncer. Sozinha, separada do ex-marido e com mudança de cidade, ela se viu diante de uma situação que a sufocava, que bateu a sua porta causando um enorme dano. Maria buscou ajuda no hospital onde fez o tratamento contra o câncer, iniciou terapia e tempos depois procurou refúgio também em um centro espírita, onde relata ter recebido acolhimento e apoio espiritual que a fizeram superar a doença.  

Ela conversou com o Eufemea, a quem pediu para não ser identificada, mas diz que hoje se sente livre do que chama de ‘pesadelo da depressão’. O Eufemea ouviu também Tainá Carvalho, médica residente em Psiquiatria pela Ufal (Universidade Federal de Alagoas), que fala sobre as doenças mentais, os tratamentos e orienta as famílias sobre como proceder.

“Eu vinha fazendo tudo para minha mãe, cuidando. Éramos eu, minha mãe e minhas filhas, que casaram e eu fiquei sozinha com ela. Minha mãe faleceu e foi muito doloroso. Eu já vinha  de uma depressão pós-câncer, mas que estava sendo tolerável, e depois que minha mãe faleceu juntaram as duas coisas”, conta Maria.  

À morte da mãe e ao câncer se juntaram outras perdas. “Eu fiquei também sozinha, tem a questão da idade, as amigas casadas, eu separada, afastada de todo mundo porque estava tomando conta de mamãe já há muito tempo, aí não deu outra: fiquei bem deprimida. Depois eu me mudei, saí da minha cidade e vim morar em Maceió. Chegando aqui, mais obstáculos porque não conhecia ninguém, tudo novo, diferente, tive que batalhar, começar tudo de novo, mais dificuldades e nada de controlar. Comecei então a fazer terapia porque estava ficando insuportável”, relata Maria. 

Chegou um momento, ela confessa, que falou: “Não, eu não quero chegar nas últimas consequências, eu quero viver. Então eu tive uma ajuda muito boa e fui para a terapia gratuita, graças a Deus. Como sou ex-paciente de câncer, tenho direito à terapia no hospital onde fiz o tratamento.  Tive a princípio terapeutas diferentes e eu não estava gostando, porque cada semana  era uma diferente e eu tinha que começar tudo de novo, apesar de que elas foram maravilhosas, todas elas, mas eu estava desgastada de contar tudo de novo. Até que fiquei com uma que é fixa do hospital, e aí continuei com o tratamento. Ela viu que a coisa era séria, foi tratando com carinho, até que chegou um ponto que não tinha mais para onde correr”, ela lembra. 

Ajuda espiritual

Orientada por um amigo, Maria diz que acabou procurando também um centro espírita, embora tenha relutado. “Sempre fugi dessa coisa de espiritismo, sempre fui meio cética. Passei muitos meses sem ir. Enfim, quando comecei a ficar muito ruim, que vi que não tinha para onde correr, cheguei numa casa espírita, falei com o pessoal, e fui muito bem acolhida. Não esqueço mais nunca como foram carinhosos comigo. Como os espíritas são acolhedores. Não me falaram de espiritismo, de religião, só conversaram comigo. Me falaram que eu deveria tomar seis passes durante seis semanas e eu tomei. No primeiro já senti uma melhora fantástica. E eu dizia: isso é psicológico, só pode ser”.

“Nunca mais eu deixei de ir. Hoje me considero uma aprendiz espírita. Leio bastante e faço evangelho no lar duas vezes por dia (risos), já faz mais de um ano que eu sou espírita. Outro dia fui no hospital, antes da pandemia eu estava para fazer uma pequena cirurgia, e um médico que eu não conhecia olhou pra mim e disse: qual o centro espírita que a senhora frequenta? Perguntei: como o senhor sabe. Ele disse: está aqui no seu prontuário que a senhora melhorou bastante de uma depressão graças a um tratamento espiritual.  E eu tinha até medo, não gostava nem da fisionomia de Alan Kardec. Hoje em dia sou leitora”.

“Às vezes eu ainda fico um pouco deprimida, aqui e ali como qualquer pessoa, mas aquele pesadelo que é uma depressão mesmo, Deus me livre!”. 

Maria faz questão de dizer que continua com o tratamento psicológico. “Continuo fazendo terapia. Dei uma parada agora por conta da pandemia, mas continuei nos dois, fazendo o tratamento espiritual e o clínico, que é muito importante. Um trabalho que me ajudou muito”, ela ressalta.

“É preciso individualizar cada situação”

A médica residente em Psiquiatria pela Ufal, Tainá Carvalho, revela que o transtorno mental “como assim denominamos um estado alterado da saúde, apresenta em geral uma etiologia multifatorial. Ou seja, podemos falar em fatores que desencadeiam, precipitam e que interagem entre si”. 

Seriam esses problemas decorrente da infância, de traumas passados ou podem ser atuais, questionou o Eufemea. “Bem, fatores estressores advindos da infância são importantes, assim como os atuais, podem influenciar. Porém é preciso individualizar o impacto da situação para cada sujeito”. 

A profissional orienta que “é necessário buscar um tratamento com o psiquiatra quando determinado sintoma ou transtorno está na medida do insuportável para cada sujeito, prejudicando suas atividades, seus relacionamentos, sua vida. O psicólogo pode perceber essa demanda e fazer o devido encaminhamento”. 

O tratamento recomendado, ressalta Tainá, “vai depender da questão de cada um, do sintoma. Porém, importante que as pessoas entendam que “ter um sintoma parecido com alguém” não significa que vai poder utilizar a mesma medicação. Muita gente busca o caminho da automedicação. O qual é perigoso. Há diferença não só sobre a idade, mas também sobre peso, presença ou não de comorbidades, sintomas assoaciados…”. 

Tainá Carvalho diz ainda que são as mulheres quem mais buscam ajuda contra os transtornos mentais.  

“O que se percebe, de fato, é que as mulheres buscam mais o atendimento. O que não significa dizer que necessariamente o homem sofra menos. Porém, percebemos essa diferença”. 

Pandemia e isolamento

Na pandemia, com o isolamento social, ela conta que a procura por ajuda aumentou. “Sim, aumentou a procura por profissional da saúde mental. O isolamento social trouxe à tona questões como lidar com a solidão, consigo mesmo, além do medo da morte. Em uma percepção própria, os casos se acentuaram, porém também houve quem  buscasse uma ressignificação positiva nessa mesma época”.  

“A depressão já vem sendo apontada como uma grande causa de incapacitação das pessoas em atividade, ou seja, o número de pessoal com Transtorno Depressivo Maior realmente é considerável”, ressalta Tainá, que abaixo esclarece.  

Eufemea – E num “pós-pandemia”, como superar esse problema tão grave para que não tenhamos uma sociedade mergulhada na dor da alma?  

Tainá– O processo do autoconhecimento é um caminho. Nem sempre é calmo e tranquilo, nele lidamos com a angústia, com a percepção de si. Então, se permitir a uma psicoterapia (mesmo na ausência de um transtorno), fazer atividade física, cultivar hábitos prazerosos, bem como compreender e respeitar o próprio processo é fundamental. 

Esses problemas têm cura, tipo depressão? O tratamento é necessariamente à base de medicamentos?  

Um indivíduo pode apresentar graus variados de depressão. No caso da depressão leve, a psicoterapia pode ser utilizada sem o acompanhamento psiquiátrico, a depender do caso. Já nas moderadas a grave, a medicação pode ser indicada. 

No mês de prevenção do suicídio, o Setembro Amarelo, como a família, amigos, pessoas próximas podem ajudar?   

Oferecendo a escuta. Evitando frases de estigma, descrédito. Por exemplo: comparar a situação do sujeito com a de outra pessoa não fará o mesmo se sentir melhor. O mais adequado é se colocar à disposição e mostrar os caminhos de ajuda. 

Muitos acreditam ainda que depressão, suicídio são falta de fé, de Deus. Essas expressões são corriqueiramente ouvidas. Isso seria um mito ou de fato a falta de fé faz adoecer?  

Levar ao sujeito com depressão a fala de que ele está de tal forma pela falta de fé fortalece sua culpa e pode acentuar o seu quadro. Ao contrário disso, pode-se pensar em utilizar à espiritualidade/religiosidade do indivíduo, caso ele expresse, ao seu favor. Por exemplo, oferecendo escuta. 

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Representação feminina em AL deve continuar baixa: “Entrave são os próprios partidos”, diz cientista política

2020 é ano de eleição. E apesar de vermos em Alagoas que algumas mulheres já se lançaram como pré-candidatas, a representatividade feminina deve continuar baixa este ano. Essa é a visão da cientista política, Luciana Santana que fez uma avaliação do cenário no Estado.

Atualmente, Alagoas conta com cinco deputadas estaduais na Assembleia Legislativa e cinco vereadoras na Câmara. Para as eleições deste ano, apenas duas mulheres vão participar da disputa para administrar a capital.

Na avaliação da cientista política, a participação das mulheres na política, especificamente atuando em cargos eletivos ainda que venha aumentando, aos poucos, ainda é muito baixa no Brasil.

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Segundo Luciana, faltam incentivos possam ampliar o sucesso eleitoral das mulheres. 

“Os desafios são muitos, temos uma sociedade ainda muito machista, na qual a divisão social do trabalho ainda está engatinhando, pouco espaço para as mulheres no âmbito dos partidos, pouca visibilidade para que tenhamos mais mulheres conhecidas e competitivas na disputa eleitoral”, reforçou.

Porém, ela disse que não possível desanimar, mas é necessário que se conquiste espaços que possibilitem êxitos. “As cotas de gênero (Lei 9.504 de 1997) foi um avanço, bem como a resolução n° 23.604 do TSE que determina a destinação de 30% do dinheiro do fundo partidário para mulheres, foram incentivos importantes”, destacou.

Luciana disse que ainda é cedo para afirmar se teremos uma mudança expressiva nas eleições. “Porque temos paralelamente uma nova regra que não permite coligação para eleições proporcionais que provavelmente vai reduzir o número de partidos nos legislativos, e não garante melhora na representação de mulheres”.

Quando se fala no cenário nacional, é possível ver um leve aumento de mulheres eleitas. Em 2014, foram escolhidas 190 mulheres para assumir os cargos em disputa, o que equivalia a 11,10% do total de 1.711 candidatos eleitos. Já no último pleito, as 290 eleitas correspondiam a 16,20% do universo de 1.790 escolhidos, um crescimento de 5,10% com relação à eleição anterior.

“Espera-se que esse cenário seja observado também na eleição deste ano. Mas para isso será necessário empenhos das candidatas, dos movimentos de mulheres e principalmente dos partidos”, reforçou a cientista política.

Em Alagoas, segundo Luciana, o número de mulheres disputando cargos majoritários é sempre muito menor do que homens. “Esse cenário precisa se alterar”, disse.

De acordo com a cientista política, uma das saídas para esse crescimento é ocupar espaços no legislativo também é um caminho importante para ampliar a representação de mulheres na política. 

“Como a campanha ainda não começou há tempo para que os partidos adotem estratégias que possibilitem ampliar a visibilidade de candidaturas femininas. As candidatas mulheres podem e devem pressionar seus partidos e suas lideranças partidárias”, finalizou.