Eu imaginava que o Portal Eufemea não era apenas mais um; que minha missão nesse projeto tinha uma razão maior. Todos os dias tenho mais clareza disso. Ser e ajudar mulheres é algo que me move todos os dias. Nesse sábado, dia 30, o penúltimo de janeiro de 2021, tive a certeza cravada em mim.
Na busca por uma personagem que falasse sobre gordofobia, falei com uma seguidora que me indicou alguém que por coincidência eu já conhecia. Não deu certo e, na pressa do jornalismo, da informação, decidi mandar mensagem para uma amiga que não vejo há algum tempo.
Mensagem enviada, eis que a resposta me leva às lágrimas. A amiga me diz: “Nivi, eu sou gordofóbica! Mas pode usar meu relato!”.
O chão sumiu e fiquei a pensar até que ponto aquela jovem linda, inteligente, destemida e firme é gordofóbica. Conversamos muito, trocamos confidências e afagos e eu não tenho dúvida que a sociedade do padrão, doentia e cruel com as diferenças, leva pessoas a se imaginarem menores do que as outras, pelo simples fato de não estarem no tal padrão.
É cruel imaginar que a sociedade contribuiu para o adoecimento da mente daqueles que não se enquadram no padrão exigido. Corpo, cabelo, cor, idade, altura, não ter deficiência física e mental…tudo é determinante para você se enquadrar ou não na dita sociedade do padrão.
Confesso que chorei enquanto falava com minha amiga, mas me fez entender que minha missão enquanto cofundadora do Eufemea é gigante e ela exige de mim coragem, força, determinação e acima de tudo a certeza de que somos todos iguais. Nossa cor de pele, raça, credo, estereótipo, sexo, identidade de gênero… não nos definem. Nem a nós, mulheres, nem aos homens. Mas nós mulheres, pela condição de opressão de uma sociedade patriarcal, precisamos ter ainda mais clareza disso.
O que nos define é nossa honestidade, caráter, dignidade, empatia. Que possamos viver livres de dores causadas por padrões!
Conversei muito com minha amiga, uma jovem mãe linda, profissional incrível, e mostrei a ela que ela não está só. Essa luta é de todas nós. Cada mulher que faz um relato como esse, faz um pedido de socorro e somente nós mulheres podemos entender!
De acordo com uma pesquisa divulgada em dezembro de 2019 pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), no ano de 2018 o Brasil registrou a realização de mais de 1 milhão de cirurgias plásticas, além de 969 mil procedimentos estéticos não cirúrgicos. Esses números fizeram com que o nosso país se tornasse o campeão entre os países que mais realizam procedimentos estéticos no mundo.
Para falar sobre o assunto, que repercutiu com a morte da influenciadora digital Liliane Amorim, de 26 anos, por complicações de uma lipoaspiração, no Ceará, o Eufemea conversou com a psicóloga Sarah Karenina sobre como o padrão de beleza afeta a vida das mulheres e as impede de se autoaceitar.
“Os padrões de beleza vão afetar nas percepções que temos de nós mesmas e de outras pessoas, principalmente as mulheres mais jovens e adolescentes. Por elas ainda estarem amadurecendo, podem ser gerados sentimentos de angústia, ansiedade e tristeza, chegando a minar prazeres e bem-estar de situações sociais, como ir à praia, por exemplo”.
Sarah Karenina, psicóloga
O padrão de beleza é uma herança histórica e ainda é sustentado através das mídias, da moda, desde os espartilhos que tinham como objetivo reduzir a cintura e manter o tronco ereto, controlando as formas naturais do corpo e conferindo a ele mais elegância. Mas ainda assim, o espartilho era acusado de causar dezenas de doenças como curvatura da espinha, deformidade das costelas, deslocamento dos órgãos internos, doenças respiratórias e circulatórias, abortos, traumas.
“Com o constante crescimento de digital influencers, a beleza acaba sendo colocada como um produto, nos comparamos com fotos que foram editadas e tiradas minuciosamente vendo o melhor ângulo a melhor iluminação. O que acaba não sendo saudável para nós”, afirma Sarah.
Sobre a constante busca pelo corpo perfeito, a psicóloga diz: “O padrão de beleza imposto é perfeito e a perfeição nunca vai ser alcançada. É muito triste e muito sofrimento pensarmos e tentar nos encaixar em um padrão perfeito e impossível. Vira uma corrida sem fim”.
Mulheres que já estão dentro desse padrão ainda se submetem a procedimentos estéticos e acabam colocando sua vida em risco. Como foi o caso da influenciadora Liliane Amorim.
“Precisamos entender que os padrões foram construídos ao longo da história e que eles não fazem mais sentido. Não faz mais sentido lutarmos contra os efeitos naturais da nossa idade. Não faz sentido nos comparar quando somos pessoas diferentes, únicas. Cada pessoa tem sua particularidade. Não precisamos e não seremos iguais”, orienta a psicóloga sobre como iniciar o processo de autoaceitação.
Ela ainda acrescentou: “Se você está percebendo que está sofrendo, que não está conseguindo desapegar dessa ideia do padrão e isso gera um prejuízo na sua vida, é importante procurar o profissional da psicologia.”
É de Alagoas a primeira trans negra vacinada no Brasil contra a Covid-19. Monalisa Rocha, 45 anos, trabalha na linha de frente, no setor de serviços gerais na unidade de saúde que atende os pacientes com coronavírus, no município alagoano de Santa Luzia do Norte, e no mês em que se celebra a visibilidade trans recebeu a primeira dose do imunizante, o que vem sendo lembrado como um passo importante na luta pela inclusão e respeito à dignidade que deverá ser seguido por outros estados.
“Trabalho há um ano e meio nessa unidade e para mim foi um sentimento muito bom. Me senti lisonjeada, feliz, esperançosa. Foi uma bateria de sentimentos, nem sei explicar… foi uma sensação incrível, maravilhoso”, diz Mona, como também é conhecida, ao falar sobre o que representou a vacina para ela e também em ser a primeira trans negra imunizada.
Ela conta que temia muito contrair coronavírus porque na unidade que trabalha chegam muitas pessoas contaminadas. “Nossa, quem não teme pegar esse vírus!?”, indaga Mona.
“O meu maior medo não era nem tanto pegar. Era pegar e transmitir para minha mãe e para as pessoas que eu amo. Essa era a minha maior preocupação”.
“Orgulho grande”
Monalisa diz ainda que foi informada que seria vacinada pela secretária de Saúde da cidade e o diretor da unidade onde trabalha.
Monalisa trabalha no setor de serviços gerais na unidade de saúde
“Para mim foi um orgulho muito grande. Você não imagina a sensação, a felicidade que eu senti quando fui comunicada que seria a primeira trans negra a ser vacinada. Foi uma sensação de alívio, de esperança. Eu não esperava, mas Deus é tão maravilhoso na vida da gente que eu só tenho a agradecer. Espero que venha logo pra todo mundo e que todo mundo fique feliz como eu estou”, diz.
Apesar do preconceito que enfrenta, ela considera natural ser transgênero e confessa se sentir feliz em trabalhar na unidade de saúde onde atua. “Todo mundo me respeita, da maneira que tem quer. Nunca faltaram com respeito. Não tenho o que reclamar. Amo trabalhar lá, a equipe da saúde, enfim, não tenho problema nenhum com isso”.
“Respeito é a palavra”
Secretária de Saúde de Santa Luzia do Norte e assessora técnica da área de planejamento da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau/AL), a enfermeira Josefa Cláudia Gomes Figueiredo revela que quando pensaram na Monalisa não sabiam que ela seria a primeira no Brasil. Mas que seria uma representatividade importante para o município já que esse mês é o mês da representatividade trans.
“A escolha se deu pela representatividade que ela tem para toda equipe que trabalha com ela. Foi uma decisão coletiva. Monalisa além de ser uma mulher, trans, negra, também apresenta algumas comorbidades de saúde o que também nos levou a priorizar a escolha”.
A secretária lembra ainda que “durante toda a pandemia Monalisa nunca pensou em abandonar o serviço, mostrou-se estar sempre disposta ao trabalho e na linha de frente junto com os outros profissionais, foi sempre parceira e lutadora”.
Secretária de Saúde de Santa Luzia do Norte Josefa Cláudia Gomes lembra que durante toda pandemia Monalisa sempre esteve na linha de frente
Ela diz que no quadro de funcionários tem apenas a Monalisa como trans e fala sobre o significado da palavra respeito.
“A vacinação da pessoa trans demonstra para nós que, independente da opção de vida de cada um o importante é o respeito entre a equipe é que a assistência ao paciente seja a melhor possível. Então respeito é a palavra. Precisamos respeitar as adversidades”.
Manaus vive um caos na saúde. Sem oxigênio, hospitais lotados e pacientes sendo transferidos para outros estados, os profissionais da linha de frente no combate à covid-19 enfrentam inúmeras dificuldades dentro dos hospitais e vivem uma verdadeira luta contra o tempo para salvar a vida dos pacientes. O Eufemea conversou com a fisioterapeuta, Ana Carla Rocha, de 34 anos que trabalha no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus. Nessa segunda onda da doença, Ana disse que perdeu vários pacientes jovens.
Segundo a fisioterapeuta, apesar da cidade ter muitos leitos de UTIs e muitos hospitais públicos grandes e de referência, isso não tem sido o suficiente diante do número de pessoas contaminadas. “Elas evoluem de forma moderada a grave da doença e necessitam de internação hospitalar”, contou.
Ana viu a rotina dela mudar do dia pra noite. Conciliar o tempo com família, trabalha e consigo mesmo tem sido difícil. “A minha rotina tem sido bastante corrida, mas eu realmente espero que tudo isso passe. Logo tudo vai ficar bem”.
A fisioterapeuta disse que o hospital que ela trabalha continua lotado e explicou como tem sido esse cenário. “Na UTI covid não extrapolamos a lotação. A superlotação acontece nas salas rosas porque os pacientes chegam de maneira grave e a gente tem que colocá-lo em algum lugar; aí chega paciente que passa mal na enfermaria ou aqueles que estavam evoluindo bem. Então eles acabam indo para as salas de emergência e isso gera superlotação”, explicou Ana acrescentando que ela trabalha na UTI.
Ela disse que os outros colegas que trabalham nas salas rosas sofrem mais e que precisam fazer escolhas. “Eles ficam com os aparelhos de ventilação não invasivo portátil e precisam rodar esses aparelhos em vários pacientes ao mesmo tempo”.
Dos pacientes que mais marcaram a vida da fisioterapeuta, ela lembra de um de maneira especial. “Muitos pacientes já chegam ao hospital muito graves, às vezes, mesmo com todo o esforço da equipe, não temos sucesso. Esse paciente foi muito perseverante, não desistiu de lutar, estava muito mal, mas nunca deixava de sorrir, estava sempre brincando. Seguia a risca todas as nossas orientações e fazia tudo o que pedíamos para que ele melhorasse”, enfatizou.
A fisioterapeuta também contou que foram 30 dias difíceis de internação. “Dias em que melhorava, dias em que achávamos que não iríamos conseguir. Mas no final, deu tudo certo, e a tão esperada “alta pra casa” veio. Importante ressaltar: a equipe de Fisioterapia que temos no HPS 28 de Agosto. Se não tivéssemos uma equipe tão boa e que vestisse a camisa, não teríamos conseguido”.
A covid mata
E ela deixa uma mensagem para quem não acredita no vírus. “A covid-19 é uma doença grave e que mata. Não esperem perder um ente querido para acreditar nela. Cuide de quem você ama. Sei que não é fácil ficar sem abraçar e ficar longe de quem amamos, mas tudo isso logo logo vai passar”.
A força que vem do pai
E de onde vem essa força da profissional? De acordo com ela, do pai — que faleceu após pegar covid em junho de 2020 –. “Ele tem me dado forças para continuar. Sem ele, eu não seria a fisioterapeuta que sou hoje”.
Danças com caráter mais sensual, o twerk e o pole dance ainda são vistas com preconceito por uma parte da sociedade brasileira. Porém, tanto quem ensina quanto quem pratica busca desconstruir esse estigma e mostrar que o que falta mesmo é informação. O Eufemea conversou com as irmãs Gabriella Buarque, 24 anos, professora de pole dance e arquiteta e Nanna Buarque, 22 anos, que ensina twerk, e traz o olhar de quem entende que a dança faz bem não apenas ao corpo, mas à mente.
“Talvez por ser uma atividade que envolve muito ganho de força e movimentos acrobáticos, algumas modalidades de pole dance são mais “bem aceitas” que outras danças. Acredito que a melhor forma de desconstruir preconceitos é informando. A modalidade ainda é incomum no nosso país, especialmente aqui em Alagoas, então para desconstruir esse preconceito é preciso primeiro apresentar a modalidade e “normalizá-la”, à medida que mais pessoas passam a praticar”, diz Gabriella.
Ela conta que a atividade física sempre fez parte de sua vida. “Pratiquei ginástica rítmica e karatê por muitos anos, o que facilitou minha jornada no pole. Iniciei minha capacitação como instrutora de pole dance há dois anos, participei de diversos cursos de formação e workshops. Passei a ministrar aulas profissionalmente há 7 meses, com a flexibilização da quarentena”, revela.
Alunas da pole dance modalidade de dança e esporte que usa como instrumento uma barra vertical. Fotos: Arquivo pessoal
Empoderamento e benefícios
Apesar de ter como foco principal as mulheres, o empoderamento e fortalecimento do elo entre elas, as turmas são abertas para todos que desejem praticar as modalidades e estejam dispostos a aprender e se permitir, como informa Gabriella.
“O público que mais nos procura atualmente são mulheres entre 20 e 30 anos. Para menores de idade, solicitamos autorização dos responsáveis”.
O pole dance é uma modalidade de dança e esporte que usa como instrumento uma barra vertical, como conta Gabriella.
“Existem muitas teorias acerca de seu surgimento, relacionadas a esportes milenares e atividades circenses. Mas, o pole dance como vemos hoje, surge na década de 50 em boates de stripper. Dentro do pole dance existem diversas modalidades, seja com uma linguagem mais sensual, contemporâneo ou voltado para movimentos mais ginásticos”.
Gabriella Buarque, professora de pole dance
Os benefícios, ela informa, “além do exercício físico que trabalha força, flexibilidade, mobilidade e consciência corporal, a dança é um forte instrumento para trabalhar a autoestima, a autoconfiança e uma ótima oportunidade de socializar. Nossas alunas veem as aulas como uma válvula de escape da rotina de trabalhos e estudos, e muitas buscam uma atividade física que seja mais lúdica e fora do convencional”, diz Gabriela.
As irmãs Nanna e Gabriella trabalham juntas: “toda visão de mundo só é desconstruída a partir de uma mudança processual”
Liberdade sobre o corpo
Nanna Buarque conta que cresceu dançando funk, daí a identificação com o twerk foi quase automática quando teve contato com o estilo. “Comecei a praticar essa dança por volta de 2014 e, em 2018, abri minha primeira turma formal para aulas de twerk”, diz.
Nanna Buarque reconhece que ainda há muito preconceito em relação à dança, pela própria origem do estilo
Ela reconhece que ainda há muito preconceito em relação à dança, pela própria origem do estilo, “surgido por volta dos anos 80 dentro da comunidade afro-estadunidense, no cenário da bounce music, que é principalmente caracterizado pelos fortes e criativos movimentos de bumbum, corporal de hip hop e até aplicação de algumas técnicas de break dance para aumentar o efeito das performances”, descreve.
“O twerk ainda é muito visto como uma dança vulgar, assim como o funk, e explicar isso é um tanto complexo. Começa pelo longo processo de opressão de diversas manifestações negras em nossa cultura que, durante muito tempo, foram tratadas como inferiores e “não cultas”, ficando marginalizadas em nossa sociedade”.
Nanna Buarque, professora de twerk
Um outro fator que ainda pesa, como ressalta Nanna, “é o conservadorismo cristão em relação a diversas expressões corporais, principalmente aquelas que trabalham, de alguma forma, a sensualidade. Por fim, falar sobre liberdade sexual feminina tornou-se comum, mas respeitar isso socialmente ainda é um tabu”.
“Então o twerk, sendo uma dança em que a mulher tem total controle e liberdade sobre seu corpo e sua sensualidade, por muitos ainda é uma prática difícil de engolir. Ainda assim, o número de adeptos e simpatizantes é cada vez mais crescente, e aos poucos estamos conseguindo desconstruir os tabus relacionados a esse cenário”.
Desconstruindo preconceito
Na opinião da professora, desconstruir o preconceito faz parte de um processo. “Toda visão de mundo só é desconstruída a partir de uma mudança processual. Durante muito tempo bati de frente e rebati diversos comentários preconceituosos, acreditando que a afronta era a melhor forma de quebrar esse paradigma. Hoje, no entanto, vejo que não é assim que funciona”.
O trabalho com as alunas é voltado para o fortalecimento do empoderamento feminino de forma geral
Para ela, “a pessoa que é preconceituosa o é porque não consegue reconhecer sua total responsabilidade sobre seus próprios pensamentos, de forma que tenta jogar sobre o outro (seu “objeto” de preconceito), a culpa por todo o seu lixo e sujeira mental. Então dar voz a essas pessoas nunca será a solução”, avalia.
Mesmo não sendo uma dança exclusivamente para mulheres, são elas quem mais procuram a escola. “Nosso trabalho é voltado para o fortalecimento do empoderamento feminino de forma geral, independente do aluno ser homem ou mulher. Buscamos resgatar o poder e magnetismo relacionados à nossa energia feminina, que há tanto tempo vem sendo suprimida”, diz Nanna, que é diretora e professora do Espaço de Dança Casa Ello, que coordena juntamente com a irmã Gabriela. “Também trabalho em parceria com o Espaço de Dança Italo Miguel que, inclusive, foi onde comecei a dar aulas de twerk em 2018”.
As alunas que procuram a dança têm objetivos individuais, mas que acabam convergindo entre si, como informa a professora.
“Umas querem um exercício físico semanal, outras buscam uma válvula de escape. Umas querem aprender a técnica daquele estilo de dança para poder dançar onde quiser, outras buscam encontrarem-se e sentirem-se mais confiantes consigo mesmas. No fim, todas acabam ganhando tudo isso e, de bônus, encontram uma linda comunidade de mulheres que está ali para fortalecer o caminho delas!”.
Senhora de si
E os benefícios são muitos. “A dança é uma terapia integral. Além de melhorar a mobilidade, fortalecimento muscular, alongamento e flexibilidade no geral, liberar dopamina e endorfina no organismo, auxiliar a fortalecer laços entre muitas mulheres que identificam-se em suas lutas, paixões e determinações”.
Gabriella diz que as turmas são abertas para todos que desejem praticar as modalidades e estejam dispostos a aprender e se permitir
“Dançar ainda te ajuda a sentir-se dona de seu próprio corpo, senhora de si. É passar a se olhar no espelho e sentir todo o magnetismo, alegria e amor que você consegue irradiar, redescobrir suas melhores qualidades, sentir-se autoconfiante e fortalecida em seu dia a dia e, claro, sentir na pele a liberdade de poder se jogar ao som de qualquer música, em qualquer lugar, com a certeza de que suas subjetividades é o que torna sua dança única e incomparável”, define Nanna.
Foi no dia 19 de dezembro que a advogada Jéssica Delmoni, de 29 anos, apresentou o primeiro sintoma da covid-19. Os sintomas foram considerados leves, mas a advogada descobriu um problema maior com o passar do tempo: por causa do anticoncepcional, Jéssica teve trombose nos braços e está fazendo tratamento. Agora, após essa situação, a advogada faz um alerta para outras mulheres.
A advogada disse que de todos os sintomas causados pelo vírus, ela teve febre, dor no corpo e dor de barriga. “Eu só tive três dias de sintomas”, contou.
Mas foi no quinto dia de covid que Jéssica notou algo estranho. O braço esquerdo dela começou a inchar e ela ficou com a mobilidade comprometida. “Como eu tinha ido ao hospital e tinha tomado soro, eu achei que tinha sido por isso”.
Jéssica fez fisioterapia, usou pomada e compressa. Após a covid, o braço direito de Jéssica começou a apresentar alguns sinais de que não estava bem. A advogada iniciou uma saga para chegar até um diagnóstico.
“Eu achei estranho e coincidência. Foi quando comecei uma saga de exames e consultas. Quando fiz a ultra do braço direito deu um trombo. Aí fui à médica e no dia da consulta, ela fez outra ultra no braço esquerdo e viu que o trombo havia expandido e estava no ombro”, reforçou.
Jéssica que se ela demorasse mais um pouco, o trombo poderia chegar ao pulmão. Segundo ela, na família dela não há histórico de trombose.
“Era algo que eu não esperava”. Porém, foi a partir dessa consulta que foi identificado que o problema da trombose havia sido causado pelo uso do anticoncepcional.
“A médica disse que tem recebido muitas jovens que usam anticoncepcional e que tiveram trombose. Eu uso faz pouco mais de 1 ano”, enfatizou.
Por causa da trombose, Jéssica está impedida de fazer exercício e esforço físico por 30 dias. “Eu vou precisar fazer o tratamento de 3 a 6 meses”. Hoje em dia, o braço direito dela está com a mobilidade comprometida.
A advogada disse que assim que descobriu o diagnóstico, ela enviou uma mensagem de alerta para as amigas. “Dei o alerta que ao menor sinal que o corpo der, procure um médico. Essa doença reage de forma diferente em cada corpo”.
Na semana passada fui à praia e fiquei incomodada com o meu corpo. Por isso, escolhi um biquíni de cintura alta que escondia o peso que ganhei durante a pandemia. E não estava apenas acima do peso, mas também estava muito inchada por causa da menstruação.
Nunca fui de me prender a padrões, mas me vi insegura porque não estou na melhor forma. E foi aí que me analisei e pensei: qual a melhor forma? Meu namorado insiste em dizer que estou linda, minhas amigas também, mas existe uma cobrança interna de que não estou do jeito que queria.
Só que qual o jeito que eu queria estar? Encontrei uma foto minha em 2017 e pensei: ‘Nossa, eu estava muito magra!’. Ou seja, hoje em dia vendo uma foto de 2017, eu reclamei que estava magra demais. E hoje, em 2021, estou reclamando porque estou acima do meu peso. A verdade é: nunca estamos satisfeitas.
O caso da influencer Liliane Amorim que morreu após realizar uma cirurgia de lipoaspiração me deixou impressionada. Liliane era linda, jovem e sorridente. Não a conhecia, mas olhando todas as fotos dela no Instagram percebi que ela tinha um corpo que “cabia nos padrões”.
“Como assim ela fez uma lipo?”, pensei. Não estou julgando, mas entendem o que quero dizer? Para mim, ela não precisava, mas o que a levou querer fazer essa cirurgia? A perfeição? Infelizmente, a morte dela nos deixa uma lição.
Não existe padrão de beleza, mas é impressionante a quantidade de ataques que nós, mulheres, sofremos. Seja porque estamos “gordas demais ou magras demais”. E nós nos cobramos o tempo inteiro. Precisamos ser perfeitas, esconder nossas celulites e estrias. Mas como assim? Isso não é um defeito. Faz parte de quem somos.
Deixo essa reflexão hoje: Que a gente possa se aceitar mais, se amar mais e entender que sim, nosso corpo vai mudar conforme a idade vai chegando. E está tudo bem. Somos perfeitas do jeito que somos. E o mais importante: não existe padrão de beleza que valha a nossa vida.
Young woman is sitting hunched at a table at home, the focus is on a man's fist in the foregound of the image
A dependência econômica e a falta de perspectiva de inserção no mercado de trabalho acabam levando muitas mulheres vítimas de violência doméstica a permanecerem com o agressor. Situação que faz com que não denunciam ou quando o fazem acabam desistindo. Para tentar reverter esse quadro, a promotora do Ministério Público de São Paulo, Gabriela Mansur idealizou o programa “Tem Saída”, uma política pública que visa a inclusão dessas mulheres no mercado de trabalho, rompendo o ciclo de violência.
Em Alagoas, o programa foi lançado em 2019 pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL), por meio da Comissão Especial da Mulher, mas na pandemia acabou não avançando, como conta a advogada Caroline Domingues Leahy, presidente da comissão e integrante da coordenação do programa.
Em Alagoas, programa foi lançado em 2019 pela OAB, por meio da Comissão Especial da Mulher. Foto: Ascom OAB
“Durante a pandemia, infelizmente não avançamos muito em relação ao número de empresas parceiras. Mas já alinhamos novas parcerias e estamos nesse momento priorizando o programa para que possamos assinar novos termos”, ela informa.
Caroline Domingues Leahy
Caroline explica que as empresas cadastradas disponibilizam 5% de suas vagas para mulheres em situação de violência doméstica e vulnerabilidade, que tenham judicializado a denúncia. “Serão encaminhadas ao programa e em havendo necessidade, receberão a capacitação profissional para que possam, com qualificação, ocupar uma das vagas disponibilizadas por empresa previamente cadastrada ao Tem Saída. Ou seja , ganham todos!”, destaca.
Advogada Caroline Leahy, da coordenação do programação, diz que pandemia dificultou parcerias com empresas, mas que novos termos devem ser assinados
Ela lembra ainda que com a inauguração da Casa da Mulher Alagoana, o programa ganhou amplitude. “Fomos convidadas, através da Comissão Especial da Mulher da OAB/AL para levarmos o programa para sala da OAB naquela casa”, disse.
Dependência econômica X violência
Segundo a presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL, advogada Anne Caroline Fidelis, idealizadora em Alagoas do Tem Saída, estima-se que 30% das mulheres permanecem em relacionamentos abusivos em razão dessa dependência.
Anne Fidelis, presidente da Comissão Especial da Mulher da OAB: “Estima-se que 30% das mulheres permanecem em relacionamentos abusivos em razão dessa dependência
“Logo, estamos diante de uma importante iniciativa para quebra do ciclo da violência doméstica e familiar. As mulheres atendidas já ingressaram no sistema de justiça, sendo estas encaminhadas pelos juizados da violência doméstica ou fóruns competentes nas comarcas onde não houver juizados especializados.”.
Anne Caroline Fidelis
Anne lembra ainda que “o programa já existe, com muito êxito, no município de São Paulo, tendo sido uma iniciativa do MP através da promotora de Justiça Gabriela Manssur. A OAB-AL, através da Comissão Especial da Mulher e da Comissão de Direitos Humanos, conheceu a iniciativa in loco e realizou a adaptação e a articulação do projeto para Alagoas”, conta.
Desde criança, Lucia Bastos sempre foi apaixonada por trabalhos manuais, inspirada pelas mulheres da sua família. Começou a sua carreira ainda pequena, fazendo colares de miçangas, e em 2007 ela começa a criar brincos para uso próprio e para as amigas mais próximas. O que deu início a sua história. Lucia Bastos, é uma empresa de produção artesanal de joias contemporâneas, 100% manual. As peças são produzidas internamente por uma equipe qualificada e dedicada em cada etapa, com matérias-primas rigorosamente selecionadas, priorizando um design autêntico inconfundível.
Sobre a importância do feito à mão, Lucia disse: “Eu sou entusiasta quando se trata de exclusividade, acredito que um trabalho artesanal bem pensado e executado proporciona isso de forma brilhante.”
Propósitos
Feita 98% por mulheres, respeitamos a individualidade de cada uma, apoiando e valorizando o que é dela e o que a torna única. Transcendendo o conceito de algo passageiro para eterno, que vigora em todas as estações.
Lucia Bastos sempre foi apaixonada por trabalhos manuais, inspirada pelas mulheres da sua família. Fotos: Carlos Davi
Quando questionada a respeito de como consegue conciliar tantas tarefas (a Lucia além de empresária é mãe, esposa e dona de casa), ela diz:
“Não sou perfeita em tudo e vivo em paz com isso. Outro fator que contribui para que eu consiga conciliar tantos papéis é poder contar com a ajuda do meu marido e das pessoas que integram a minha equipe. Sou abençoada com pessoas incríveis ao meu redor. Sem eles seria impossível!”
Prezando pelo respeito, individualidade e beleza de cada uma, a marca possui diversos acessórios, existe uma joia LB para toda mulher.
Inspiração
“O processo criativo hoje para mim se tornou um método que reúno referências, vivências e as necessidades que vou identificando nas mulheres do público alvo da marca. E aí saem os desenhos, em seguida os protótipos que por sua vez se transformam em coleções que levam muita vida e brilho para a vida das mulheres.”
Incentivo
O entusiasmo de Lucia vem de muitos lugares: “Me traz muita alegria trabalhar com um segmento que proporciona felicidade e autoestima para quem usa. E me traz muita coragem para enfrentar os desafios quando lembro que através da minha liderança e da minha habilidade criativa, muitas pessoas contribuem com o sustento de suas famílias. Nos momentos em que não estou tão entusiasmada, penso muito nesses pontos e logo estou recuperada!”
“Encontre um equilíbrio entre os seus interesses, o benefício que sua marca entrega ao seu cliente e o bem-estar das pessoas que irão te ajudar em sua jornada”, orienta Lucia
“Posso falar que o mais importante é não pensar apenas no retorno financeiro. Escolha algo que aqueça o seu coração, pois em 80% do tempo você precisará fazer coisas que não gosta tanto em prol do seu sonho. E só amando muito o que fazemos é que a gente consegue superar todos desafios. E por último: encontre um equilíbrio entre os seus interesses, o benefício que sua marca entrega ao seu cliente e o bem-estar das pessoas que irão te ajudar em sua jornada. Quando algum desses pontos estiver em desequilíbrio, o seu negócio pode estar correndo risco” , conselho da Lucia para mulheres que desejam ter a sua própria marca.
Desde que a vacinação contra a covid-19 começou no país e mulheres negras foram escolhidas – em alguns estados – para serem as primeiras vacinadas, um ponto chamou atenção dos leitores que questionaram por qual motivo os sites de notícias reforçaram o termo negra. Alguns internautas chegaram a dizer que isso era racismo por parte dos jornalistas e que “todos somos iguais”.
Sobre o assunto, o Eufemea conversou com a professora e estudiosa do antirracismo, Taynara Silva que explicou que é importante enfatizar que aquela pessoa é negra, já que normalmente aquela pessoa não estaria naquele local.
“O normal é ela não ser a primeira da fila. Afinal, foi normalizado e naturalizado isso. Então é importante que se reforce que é uma mulher negra, ou que é uma mulher trans, por exemplo”, explicou.
Segundo a professora, por muitos anos, a pessoa preta não foi prioridade e nem foi vista como pessoa. “E sim como escravizado ou produto”, disse.
Por isso que a professora disse que quando se vê um preto tomando vacina prioritariamente no meio de uma pandemia é preciso que seja enfatizado que ela é uma mulher negra. “Em virtude do não lugar”.
Até que ponto é representatividade?
Entretanto, Taynara também falou sobre o termo Tokenismo que foi usado Martin Luther King e que fala sobre a questão do oportunismo.
“Alguns governantes, que não debatem e/ou se preocupam com a minoria, colocam pessoas pretas para serem as primeiras da fila. Isso parece ótimo, se não fosse pelo interesse de preencher o espaço superficial, ou seja, não há uma preocupação real, mas um plano que é bem articulado e que funciona. Para ser representativo, é necessário muito mais que isso”, destacou.
Taynara disse que os outros estados passam a repetir a ação de São Paulo por também perceber que é um plano que funciona.
“Mas a gente precisa cobrar que mais de uma mulher preta seja vacinada. Ninguém vai na favela vacinar as pessoas e ninguém está pensando na tia do sinal que é mais vulnerável. Não chega a ser representatividade e nem preocupação com a pessoa negra”.
Por outro lado, Taynara disse que é preciso que se debata esse assunto para entender o que é de fato o lugar daquela pessoa ou o ‘falso lugar’. “Ou seja, a falsa ideia de represenatividade”.
Ela é assistente social, negra, alagoana e atua na linha de frente no combate à covid-19. Há 22 anos, Marta Antônia de Lima, de 50 anos, se dedica ao Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje, dia 19 de janeiro de 2021, um dia histórico para ela. Afinal, Marta foi a primeira alagoana vacinada contra a covid.
Emocionada, Marta não escondeu a felicidade de participar daquele momento ímpar e agradeceu aos que trabalharam para que a vacina virasse realidade.
“Meu primeiro agradecimento é para os voluntários e pesquisadores que fizeram essa vacina acontecer”, falou.
A cerimônia aconteceu no Hospital Metropolitano, na Cidade Universitária, em Maceió. Marta é servidora do Hospital da Mulher e mesmo durante a situação mais crítica da pandemia, não abandonou o trabalho.
Foto: Daniel Paulino/Cortesia
Segundo ela, aquele momento histórico também era uma homenagem aos profissionais da saúde que deixaram tudo de lado para que pudessem salvar vidas.
“Fomos chamados para cuidar das pessoas. Fomos para a luta, para o enfrentamento. Trabalhamos com dedicação e é preciso que agora, mesmo após a vacina, as pessoas continuem tomando cuidado”, afirmou.
Marta disse que sentia-se honrada em participar deste momento e reforçou que acredita no SUS. “Sei que podemos fazer um sistema de maneira qualificada”.
Por fim, a assistente social fez um pedido para a população. “Se vacinem, se cuidem. Abracem a vacina. Ela é a possibilidade que a gente tem de controlar a pandemia e minimizar os casos mais graves, reduzir as internações e poupar vidas. A história tem mostrado que a vacina tem sido importante”.
E para quem ainda não acredita na ciência, ela disse: “Acreditem na ciência. Acreditem na vacina”.
Histórico da profissional
Formada em serviço social pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Marta Antônia ingressou, em 1998, por meio de concurso público, como assistente social na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Maceió. Em 2003, atuou na Maternidade Escola Santa Mônica (MESM), contribuindo no processo de Educação Permanente de servidores e residentes de enfermagem, ministrando módulos tanto sobre o SUS, quanto da Santa Mônica no contexto da saúde pública em Alagoas. A sua intervenção profissional na maternidade vem abrangendo a participação em ações estratégicas, a exemplo das implantações da Lei do Acompanhante (Lei n° 11.108/2005), do Cartório de Registro Civil na Maternidade e da revisão dos protocolos assistenciais, dentre outros.
Já em 2010, assumiu a Coordenação do Núcleo de Educação Permanente (NEP) da MESM e, além disso, passou a integrar a equipe da Assessoria Técnica de Planejamento da Superintendência de Atenção à Saúde da Sesau, na qual trabalhou com os instrumentos do PlanejaSUS e nos processos de implantação das Redes Temáticas.
Em setembro de 2019, assumiu a Supervisão Assistencial do Hospital da Mulher. Para ela, a unidade hospitalar, enquanto maternidade, foi um marco na saúde pública em Alagoas. “Um equipamento de saúde que eu almejava há muito tempo para que pudesse acolher as gestantes alagoanas de risco habitual”, disse.
Elas são mulheres em situação de vulnerabilidade social, estavam desempregadas e encontraram na empresa a oportunidade de geração de renda, sobrevivência e de prestação de serviços para outras mulheres. Fazem parte do Águias Femme Mãos à Obra, projeto surgido em 2019, a partir da iniciativa de Íris Soares, que sentiu a necessidade de fazer a diferença na vida das pessoas e hoje garante não apenas emprego, mas autoestima a mulheres.
A ideia deu certo e o que era apenas um projeto virou uma empresa, o 1° CNPJ projeto NISA Sebrae Alagoas social do Estado de Alagoas formalizado, que capacita e gerencia mão de obra para mulheres na área da construção civil e as conecta com outras mulheres que buscam os serviços.
“Promovemos um programa ao qual as mulheres são inseridas, recebem capacitação, treinamento, noções empreendedoras e educação financeira. Temos um ano de empresa, então veio a pandemia e tivemos que ressignificar. Vimos a necessidades de implantar o mesmo nas comunidades para compreender melhor o que podemos fazer juntos. Deu certo!”, conta Íris.
A ideia surgiu no período em que Íris atuou na Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev). “Iniciei minhas pesquisas e um grande sonho, estruturar um negócio sustentável ao qual fosse uma porta de oportunidade, daí fiz um escopo e me dirigi ao Sebrae Alagoas”, conta, ao dizer que no Sebrae onde foi em busca de orientação, recebeu o acompanhamento da analista da Unidade de Atendimento Empresarial e gestora do projeto de Negócio de Impacto Socioambiental Alagoas (Nisa), Ana Madalena.
A escolha de trabalhar com mulheres veio da percepção que teve na Seprev de que elas não procuravam por cursos profissionalizantes como os homens procuram. “Após impactarmos 500 vidas, percebi que na secretaria as mulheres não procuravam por cursos como os homens. Foram daí os questionamentos e aprofundamento referentes ao público. Fomos às casas de terapia para mulheres”, ela revela.
Nas comunidades terapêuticas, Íris diz que o que mais ouvia das mulheres era: “Não temos como trabalhar por cuidar dos filhos, por receber auxílios, por não ter estudo…”.
“Veio o insight da construção civil, por termos muitas mulheres que preferem seus serviços sendo executados por outras mulheres por questão de segurança. Outras nos procuram por péssimas experiências com prestadores de serviços”.
Atualmente, o grupo é composto por 13 mulheres: engenheira, estudante, técnica de segurança do trabalho, pintora, eletricista, gestora, serventes, ajudantes, pedreira em formação. “Por gerenciarmos esses serviços buscamos levar uma experiência incrível para cliente e prestador de serviço, assim conseguimos atender esse mercado que tem crescimento dia após dia. Nossa rede de mulheres conta com o apoio masculino, assim buscamos a igualdade de gênero, fortalecendo o time”, informa Íris Soares.
Hoje, elas vivem 100% do trabalho na empresa e projetam uma sede física para este ano de 2021. Foto: site
Ela diz que vivem hoje 100% da empresa. “Todas essas mulheres se encontravam desempregadas. Quem busca nossos serviços são mulheres (cliente), empresas, arquitetas e engenheira”.
Para este ano de 2021, a meta é “a inserção de mais mulheres na construção civil, transformando, compartilhando, inspirando e impactando esse é nosso propósito”.
O endereço da Águias Femme Mãos à Obra virtual, porém com a demanda das parcerias Íris revela que o grupo está projetando o espaço físico. “Eu e meu esposo Lucas Castro idealizamos o projeto mediante uma realidade que os dependentes químicos passam que é a falta de oportunidade. Muitos com habilidades e competências que ao cuidar podemos ter resultados extraordinários”.