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Tratamento precoce dá a falsa sensação de proteção e causa consequências, alerta médica

Mesmo com evidências científicas de que o tratamento precoce (conjunto de remédios como hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina) não funciona contra a covid, muitas pessoas defendem esse tipo de tratamento para tratar a doença. Mas afinal, o tratamento precoce existe? O Eufemea conversou com a infectologista Verônica Rocha, 35 anos. Ela trabalha como coordenadora do controle de infecção hospitalar do Instituto Couto Maia, em Salvador.

A infectologista reforçou que não existe tratamento precoce que possa ser feito em casa para prevenir a infecção ou as formas graves da covid-19.

Para ela, alguns trabalhos científicos de qualidade ruim, mal feitos, contribuíram para essa grande confusão que observamos em relação a esse tema.

A infectologista também fez um alerta para o uso de corticoide. “É importante ressaltar que o corticoide reduz o risco de morte pela covid-19 quando administrado no momento correto que é quando o paciente tem indicação de oxigênio”, enfatizou.

A médica disse que o uso do corticoide antes desse momento não teve benefício comprovado pelos estudos e pode prejudicar a resposta do sistema imunológico se tomado de forma muito precoce.

Riscos do tratamento precoce

A infectologista disse ao Eufemea que o tratamento precoce tem consequências a curto e longo prazo, e que pode gerar uma falsa sensação de proteção.

“A curto prazo pode gerar uma falsa sensação de proteção, confunde a compreensão da doença gerando gastos desnecessários de recursos da saúde em um momento tão crítico e aumenta o risco de reações medicamentosas”, disse.

A médica disse que tem visto sinais de intoxicação pela vitamina D, arritmias, hepatites medicamentosas, sendo algumas bastante graves levando a necessidade de transplante hepático.

“A longo prazo o uso inapropriado de azitromicina, ivermectina e hidroxicloroquina pode gerar aumento da resistência bacteriana, de verminoses e da malária a esses medicamentos”, acrescentou.

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Inspiradoras Interna Notícias

Alagoana empreende na pandemia e abre negócio online para vender bordado vagonite

Ela é alagoana, de 49 anos, funcionária pública estadual, coordenadora da rede privada de escolas e durante a pandemia decidiu abrir o seu próprio negócio online, o @vagodith,  usando as mídias sociais para divulgar o seu trabalho único e artesanal. O Eufemea conversou com Iris Cavalcante que traz uma história de empreendedorismo.

Iris Cavalcante aprendeu a bordar com 30 anos com uma amiga, que na ocasião a deu o pano e as linhas. No momento ela se apaixonou pela técnica conhecida como vagonite. Durante a pandemia, ela voltou a bordar para passar o tempo, já que estava em isolamento social. 

“Comprei o material e comecei a fazer panos de pratos para as minhas amigas, pensando que quando pudéssemos nos encontrar iria presenteá -las”, conta.

Mas ela recebeu a visita de uma amiga de sua irmã (que já faleceu), que veio ao Brasil da Suécia para conhecer sua sobrinha, e de imediato se apaixonou pelos panos de pratos e comprou todos.

Ela explicou que na hora nem sabia quanto cobrar, pois o seu intuito sempre foi presentar. Mas foi a partir dali, que ela soube que poderia fazer um trabalho para relaxar e ainda embelezar o lar das pessoas. 

Foto: Cortesia ao Eufemea

Iris explica que no início o seu maior problema era o tempo, pois devido a sua rotina corrida dentro e fora de casa, o tempo era o que mais lhe faltava. Mas agora, com uma rotina que começa às 05 da manhã e se encerra às 22h da noite, ela afirma que gosta do que faz. 

“Para ter um negócio é necessário disciplina e organização, além de dedicação para mantê-lo”, afirma.

A sua marca leva o nome de VagoDith, e quando questionada sobre a escolha do nome ela explica que, é uma homenagem a sua avó.

Ela finaliza compartilhando qual o lema da sua marca: “VagoDith, a arte faz a vida linda!”

Conselho para quem deseja empreender

Iris tem um conselho para as mulheres que desejam ter o seu negócio:

“Precisamos focar no que realmente gostamos de fazer e exercer. Dedicação e compromisso são fundamentais para o sucesso em todas as áreas de nossas vidas”, afirma.

Histórico

O vagonite é um bordado de origem sueca, que chegou ao Brasil depois da 2ª Guerra Mundial, trazido pelos imigrantes da região sul do país. Uma característica marcante desse ponto é que ele não passa para o avesso do tecido, ficando apenas de um lado. Os desenhos são em sua maioria simétricos e geométricos.

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Eu, Fêmea Inspiradoras Notícias

“Deste aniversário, vou dizer apenas que sobrevivi”

Com parabéns, bolo e chamada de vídeo, jornalista comemora aniversário em isolamento social

Em 2020, Mariana comemorou o aniversário dela com bolo virtual, parabéns por videochamada e isolamento social. Ela achava que o isolamento duraria pouco e que aquele aniversário ficaria marcado pro resto da vida dela. E ficou. Só que em 2021, Mariana se deparou com uma situação totalmente diferente do que ela tinha imaginado. O texto é de Mariana Lima, 35 anos, jornalista.

Se meu aniversário ano passado foi durante o 3º dia da “quarentena”, ainda achando que o isolamento ia durar só 40 dias, esse ano foi embaixo de toque de recolher e quase calamidade nos hospitais de Alagoas – e calamidade no resto do país.

De certa forma, o 24 de março em 2020 parecia uma folia, um dia de folga no home office fazendo um monte de chamada de vídeo, achando que “aquele” aniversário ia ser um pra contar no futuro, aí em um ano você vê tudo não só desmoronar, mas piorar.

O 1º de março é sempre o ponto de partida no meu espírito de aniversário, mas este ano eu só conseguia me preocupar com o aumento dos casos de Covid-19 depois do carnaval e os prognósticos piores ainda para o resto do mês.

Na sexta-feira anterior ao aniversário (no caso, no dia 19/03), me dei conta que o meu “grande dia” seria marcado por 300 mil mortos por Covid-19 no Brasil. Eu já tinha melhorado um pouco o espírito desde o começo do mês, mas isso me puxou pra baixo de novo.

Como eu poderia comemorar diante de tanta tragédia? E, mesmo assim, eu tenho motivos para comemorar, porque nenhuma dessas 300 mil pessoas são parentes meus ou alguém do meu convívio direto. Todos meus conhecidos que pegaram o corona se recuperaram.

Eu cheguei até aqui sem Covid, saudável fisicamente (o psicológico foi e voltou algumas vezes), com minha avó vacinada e painho recebendo a vacina dele nos próximos dias. Me alimentei de pequenas esperanças ao longo do ano e procurava pequenas vitórias para celebrar, como os amigos da saúde ou outras pessoas que admiro sendo vacinadas, um avanço no pilates, conversas com meus primos pequenos e com as amigas, minhas bolhas nas redes sociais – com grande destaque a algumas artistas independentes nos quadrinhos -, algumas poucas coisas no cenário nacional e internacional. Porém foi um ano cansativo e dolorido, em vários sentidos.

Mortos, doentes, equipes de saúde cansadas, empresários e trabalhadores preocupados em como colocar comida em casa. Preocupação com pai idoso e diabético, com mãe que teve que deixar o home office e voltar ao trabalho presencial, se eu limpei tudo direitinho ao chegar da rua, se meus primos e sobrinhos estão conseguindo aprender direito e não vão ficar para trás com o ensino online… E, pra mim, a pior parte: as pessoas nada a ver que diziam que eu tava com “histeria sobre essa doença” e sofrendo à toa por gente que eu nem conhecia. Aí a tristeza dava espaço à raiva e precisei respirar profundamente para evitar brigas.

Eu não queria ser tão lúgubre, porém quem não está se sentindo um pouco assim depois de um ano de pandemia? Não só a morte das pessoas, mas as incertezas, as mudanças em todos os nossos planos. Um ano sem ensaio de maracatu aos sábados, sem passeios, viagens, shows, visitas à família e amigos. E, o mais importante: um ano sem a mera possibilidade de fazer planos. Não temos mais horizonte certo a curto ou médio prazo e tudo a longo prazo carrega muitas variáveis. A principal delas sendo “mas isso só depois da vacina”.

Então cheguei aqui, 35 anos. De todas as formas que eu não cheguei aos 35 com as coisas que eu achava que teria com essa idade, completar 1 ano de pandemia mundial e desgovernada no Brasil DEFINITIVAMENTE não estava na lista.

No meu aniversário não teve Zoom, nada de chamada coletiva para os parabéns, já não temos mais paciência para isso. Foi um dia de expediente normal (adeus folga de aniversário!) na minha mesa de sempre, porém com bolo, pão de queijo e café (com distanciamento) com as colegas de trabalho. Meu auto-presente foi um corte de cabelo, mas até a ida no salão precisou se adaptar à Fase Vermelha em Maceió: foi no dia anterior, terça, durante o horário de almoço, já que os salões estão fechando às 18h, hora que saio do trabalho.

Ganhei presentes em forma de comida e minha amiga Joelma apareceu, no fim da noite, na minha portaria para dar os parabéns e conversar à distância, assim como no ano passado.

A comemoração, contudo, não foi totalmente solitária em casa. 2020 também me rendeu Nairóbi e Hermione, duas gatinhas de rua que adotei filhotes ainda no começo da pandemia e que salvam minha vida diariamente desde então.

Foto: Cortesia ao Eufemea

Tenho duas criaturinhas à minha espera quando chego em casa, largando pelo em todo canto e me acordando entre 4 e 5 da manhã para conferir o pote de ração delas, por mais que eu tenha abastecido antes de dormir. Foi um ano solitário, mas de amor felino sincero. Recomendo demais companhias assim, desde que seja uma adoção responsável!

Foto: Cortesia ao Eufemea

Deste aniversário, vou dizer apenas que sobrevivi. Não sei o que esperar do ano que vem, só espero repetir que cheguei com saúde e que não perdi ninguém.

De resto, me apoio nos pequenos prazeres ainda possíveis para fortalecer a mente e o corpo e seguir atravessando essa tempestade. E TAMBÉM NA TERAPIA! Já fazia e esse ano ela se mostrou ainda mais importante. Recomendo muito, existem alguns projetos na internet e clínicas-escola fazendo acompanhamento gratuito à distância.

Por fim, 2020/2021 mostrou que meu lema de vida, tirado diretamente da série “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, de Douglas Adams, nunca foi tão atual: NÃO ENTRE EM PÂNICO! Assim mesmo, escrito em letras garrafais e amigáveis.

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Planejamento matrimonial evita problemas no futuro e traz segurança aos casais, alerta advogada

É comum que os casais planejem o casamento, mas eles esquecem de que o relacionamento pode acabar: seja por meio do divórcio ou morte. O assunto ainda é tabu, mas já imaginou um instrumento que oferecesse ao casal a possibilidade de evitar problemas no futuro? É assim que funciona o planejamento matrimonial. Sobre o assunto, o Eufemea entrevistou a advogada, professora de Direito de Família e Sucessões, Graduada e Mestre em Direito pela UFAL e Doutoranda pela Universidade do Minho – Portugal, Ana Carolina Trindade Cohen.

Mas afinal, o que é o planejamento matrimonial? Segundo a advogada, o planejamento matrimonial é um instrumento que dá ao casal a possibilidade de definir efeitos patrimoniais decorrentes do casamento, questões relativas ao divórcio, caso este venha a ocorrer; e até mesmo determinados aspectos pertinentes à convivência.

“O objetivo, como o próprio nome já evidencia, é de que o casal defina tais questões previamente, a fim de evitar problemas futuros”, explicou.

A advogada também explicou como o planejamento é realizado. De acordo com ela, o planejamento é feito por meio do pacto antenupcial, no qual os futuros cônjuges estabelecem as regras que vão vigorar durante e após a relação.

“Quem pretende viver em união estável também pode se valer deste instrumento, só que neste caso as regras serão definidas por meio de um contrato de união estável”, afirmou.

Ana Carolina também informou que em regra, o pacto antenupcial e o contrato de união estável não são obrigatórios, “mas se o casal pretende adotar um regime de bens que não seja o de comunhão parcial, ou queira adotar regras de mais de um regime, precisará firmá-los”.

Caso o divórcio aconteça, como esse planejamento pode ajudar?

No caso de divórcio ou de dissolução de união estável, um planejamento irá contribuir com relação à partilha dos bens do casal; ou, caso se adote o regime de separação de bens.

“É possível que não haja partilha, o que pode diminuir bastante as desavenças que infelizmente são comuns quando os relacionamentos chegam ao fim”, disse.

A advogada também reforçou que o planejamento também pode estipular previamente uma pensão alimentícia em caso de divórcio, pode dispor sobre indenizações, dívidas, e, nos casos em que os casais também são sócios de empresas, são estipuladas regras para que o fim da relação afetiva não implique no fim do negócio, com eventuais prejuízos financeiros.

“Saliento que o casal também pode fazer acordos pré-divórcio, superando a ideia de que este significa uma guerra entre os ex-cônjuges/companheiros, sobretudo quando o casal tem filhos em comum”.

Contrate uma uma advogada

A advogada é figura essencial nesse processo do planejamento. É essa profissional que irá munir o casal de informação, para que possa fazer suas escolhas de maneira adequada à sua realidade, segura e de acordo com o que a legislação estabelece.

Foto: Cortesia ao Eufemea

Além disso, a advogada irá redigir os termos do planejamento, a fim de que seja adequado à lei e à vontade das partes.

Quais são os benefícios do planejamento?

O planejamento oferece ao casal uma maior previsibilidade, e, portanto, maior segurança.

“Importante destacar que o planejamento também terá repercussão no âmbito sucessório, uma vez que, a depender do regime de bens que seja adotado pelo casal, em caso de morte de um dos parceiros, o outro pode ou não vir a ser herdeiro”, justificou a advogada.

Para a advogada, o planejamento matrimonial não é romântico, mas necessário.

“A grande maioria dos casais está acostumada a planejar o casamento, a cerimônia, a festa, mas precisamos partir do princípio de que todo relacionamento acaba, seja pelo divórcio ou pela morte de um dos parceiros”, comentou.

Ana Carolina ainda enxerga que para grande parte dos casais, é meio que um tabu tratar de questões patrimoniais antes do casamento, pois ninguém casa pensando em se separar.

“Outros casais imaginam que seria desnecessário fazer um planejamento, já que não possuem bens antes de casar. Esquecem, todavia, que podem vir a adquirir bens e contrair dívidas durante a relação; e muitas vezes desconhecem que a escolha do regime de bens do casamento também vai repercutir na herança”, disse.

Por fim, a advogada disse que a maioria dos casais acaba se surpreendendo com a abrangência do que pode ser abordado no planejamento, bem como com os benefícios que um planejamento bem realizado pode propiciar.

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Nova lei de deputada em AL permite que mulher vítima de violência peça socorro através de ‘X’ na mão

Foto: Ascom ALE

Um pedido de socorro silencioso. Nesse tempo de pandemia, os casos de violência contra mulher aumentaram. Se uma mulher está dentro de casa com o agressor, como ela pode denunciar? Uma campanha idealizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) chamada ‘Sinal Vermelho’ inspirou a deputada estadual Fátima Canuto a criar um projeto de lei que institui o X vermelho na palma da mão como pedido de socorro de mulheres em situação de violência doméstica e familiar. A lei nº 8.397 foi aprovada e passa a valer em Alagoas.

Segundo a deputada Fátima Canuto, o Estado é o primeiro do Nordeste a criar uma lei assim. Com o aumento de caso, a parlamentar pensou em um projeto que ajudasse no enfrentamento da violência. 

A lei ajuda a mulher a pedir socorro. E como se dará esse socorro? Conforme a parlamentar, a vítima pode dizer “sinal vermelho” a alguém ou sinalizar e efetivar o pedido de socorro, e ajuda expondo a mão com uma marca no centro, como forma de X.

“Esse X pode ser feito com caneta, batom ou outro material acessível, se possível na cor vermelha, a ser mostrada com a mão aberta, para a clara comunicação do pedido”, explicou Fátima.

Conforme a parlamentar, o protocolo básico e mínimo do programa de que se trata a lei consiste que ao identificar o pedido de socorro, o atendente da farmácia, repartições públicas, instituições privadas, portarias, condomínios, bares, restaurantes, hotéis, entre outros, deve ligar imediatamente para os números 190, 180 ou utilizar o aplicativo Fique Bem, da Secretaria de Estado da Saúde.

Além disso, o Poder Executivo deve promover ações necessárias a fim de viabilizar protocolos de assistência e segurança às mulheres em situação de violência doméstica e familiar, a serem aplicadas a partir do momento em que se tenha efetuado o pedido de socorro.

Sinal Vermelho ajudou mulher

Nas redes sociais, o relato de uma jovem ganhou repercussão. A internauta Thaís Vianna, que mora em Brasília, escreveu no Twitter como ajudou uma mulher que estava com um X na mão.

“O início da minha manhã foi marcado por um grito silencioso de liberdade e até agora não consigo esquecer o olhar de gratidão dela por tê-la ajudado.  Só quem é mulher sabe o quanto é preciso viver/passar para finalmente ter coragem de gritar ao mundo quem se é”, disse.

Segundo Thaís, ela estava no trânsito quando uma moça mostrou um X vermelho na palma da mão para ela.

“Procurei uma viatura estacionada no acostamento e eles fizeram milhares de perguntas até chegar uma outra viatura com uma policial feminina que foi a primeira a me pedir as características do carro e ir atrás para resolver a situação”.

Thaís contou que a moça estava em home office com o esposo e que “foi agredida, xingada, torturada, ameaçada e machucada”.

“São feridas externas mas muitas são internas. Ela tem silicone e o marido com ciúmes de uma foto no instragam queimou a lateral do seu seio até o decote e disse “quero ver foto de decote agora”, contou.

De acordo com Thaís, a vítima estava indo ao trabalho entregar um atestado médico por conta de uma luxação no cotovelo que o seu marido causou. “Ela não aguentava mais. Fez um X de batom vermelho na palma da mão e saiu de casa com a esperança de que alguém pudesse ajudá-la. Ela me gritou. Através do vidro. Sem nunca ter me visto. As minhas pernas tremeram, meu coração disparou e eu não podia fazer nada além de ajudá-la. Eu via o medo no olhar dela”.

Após ter ajudado a vítima, Thais disse que “ela tinha se libertado e que voltaria para um lar de verdade”.

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Estilo de vida Interna Notícias

Relação abusiva ou tóxica? Psicóloga explica as diferenças e orienta como ajudar vítima

O relacionamento entre a atriz Carla Diaz e o BBB Arthur levantou algumas polêmicas na internet. Muitas pessoas criticaram Carla, outras, a defenderam e pediram que ela saísse dessa situação. No meio disso tudo, a própria atriz disse que vivia um relacionamento tóxico com Arthur. Já nas redes sociais, os internautas disseram que a relação era abusiva. Mas afinal, existe uma diferença entre o relacionamento abusivo e tóxico? E como uma pessoa pode se livrar de uma relação assim?

O Eufemea conversou com a psicóloga clínica Joane Pacheco (CRP15/1542), especialista em terapia cognitiva comportamental. Ela falou sobre quais são os sinais e características de um relacionamento abusivo, e como podemos ajudar alguém que está nessa situação.

O que é um relacionamento abusivo?

Joane explicou que um relacionamento abusivo é um tipo de relação que apresenta abusos, sejam eles físico ou emocional e esses abusos levaram muitos prejuízos à vida da vítima.

“Nesse relacionamento existe manipulação e controle, por meio de coisas banais e mais até mais complexas, como por exemplo, controle de roupas, o que deve postar em suas mídias sociais, vigilância sobre quem curte e comenta as fotos”, explicou a psicóloga.

Ela acrescenta, que a vitimização e o ciúme excessivo também são algumas características. 

“É importante ressaltar que para um relacionamento ser abusivo não necessariamente precisa ter agressão física, existe um abuso psicológico. Existe um senso comum de que para o relacionamento ser abusivo precisa de agressão, nem sempre. As vezes vem o abuso vem de uma forma bem sutil, mas ainda sim, é abuso”, afirmou.

Fases de um relacionamento abusivo

Segundo Joane, os pesquisadores explicam que o relacionamento abusivo se dá em três fases, elas são:

Fase 1 – Onde os xingamentos, gritos, humilhações e ofensas ficam mais evidentes. “Às vezes, a vítima se acostuma com esse tipo de comportamento e criam desculpas para justificar o agressor”.

A primeira fase já caracteriza uma violência psicológica, deixando a vítima muito desestabilizada e vulnerável, provocando a baixa autoestima.

Fase 2- É quando começam as agressões físicas, que deixam marcas visíveis, nessa etapa fica mais difícil de esconder. O relacionamento abusivo nessa fase, já chegou em um nível extremo.

Na fase 3: Quando a vítima começa a perceber e reconhecer o que está acontecendo, se dá conta realmente que está sofrendo abuso, e o abusador ver que não tem mais o controle sobre a vítima, ele começa a seduzir, pedir desculpas, dizer que perdeu a cabeça, a vítima fragilizada, muitas vezes carente, insegura, com baixa autoestima, termina perdoado e aí começa o ciclo vicioso e volta a fase 1.

Como ajudar uma amiga que está em um relacionamento abusivo?

A psicóloga explica que devemos orientar, questionar e informar a pessoa. Para que ela perceba que não está em um relacionamento saudável. Prestar atenção aos sinais.

“Muitas vezes a mulher não se dá conta porque o abusador é muito sedutor, ele tem uma forma de fazer com que a vítima se sinta culpada”, justificou.

Segundo a psicóloga, buscar ajuda e um apoio psicológico é essencial para que a vítima chegue a conclusão de que precisa dar um basta na relação, valorizando o amor próprio e autoestima.

“Existem os canais de apoio, como A Central de Atendimento à Mulher. Ligue 180. Nesse canal a mulher vai ser atendida e acolhida, esse serviço vai registrar e encaminhar toda e qualquer denúncia de violência contra a mulher aos órgãos competentes.”

Relacionamento abusivo ou tóxico?

A psicóloga Joane esclarece se existem diferenças entre um relacionamento abusivo e um tóxico.

De acordo com a especialista, relacionamento tóxico é voltado ao abuso psicológico, em qualquer tipo de relação de trabalho, conjugal, parental, amizade. É um relacionamento que impede o desenvolvimento da pessoa, adoece.

Já o relacionamento abusivo é tóxico, pois possui o abuso psicológico, mas ele também pode ter a violência física. 

“No relacionamento tóxico a pessoa que faz mal ao outro geralmente não é bem resolvida e traz isso para suas relações, mas isso não é intencional”, explicou.

Já no relacionamento abusivo, o agressor sabe exatamente o que está fazendo, é tudo intencional.

Sequelas

Segundo a psicóloga, um relacionamento abusivo deixa muitas sequelas, principalmente emocionais, por isso que a vítima precisa de um acompanhamento. 

“Com a ajuda do profissional a pessoa vai passar por um processo de autoconhecimento e ressignificar o que ela viveu no relacionamento e não se permitir mais ser colocada nesta posição em um relacionamento futuro, a medida que ela reconhece o que passou e aprende a se autovalorizar”, disse.

Como ajudar a pessoa que não reconhece que não está em um relacionamento saudável? 

Joane conta que devemos levar informações, alertar para o que está acontecendo para que o indivíduo fique mais atento e se fortaleça.

“Na psicoterapia a mulher vai saber o que a está permitindo a estar nesse lugar, de ser a vítima e se fortalecer para então, identificar, reconhecer e superar o problema”, finalizou.

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Pandemia: está desesperada ou sem esperança? Eu te dedico essa mensagem

Ainda lembro do primeiro decreto em Alagoas. Foi em março do ano passado. Naquela época, acredito que assim como eu, várias pessoas estavam esperançosas para que a pandemia durasse pouco e que os casos diminuíssem com o passar dos meses. Hoje, um ano depois, parece que restou apenas desespero.

Ano passado, tudo era novidade: as lives eram legais e era divertido comprar cerveja, petiscos e ajudar os pequenos restaurantes que lançavam combos; era impossível não publicar uma foto usando máscara com a tag #fiqueemcasa; fizemos carreatas; aniversários online; E o que falar sobre a esperança? Eu tinha certeza absoluta que a pandemia viria para mudar um monte de gente. E não só eu, mas várias pessoas que acreditavam num propósito maior.

Um ano depois, parece que tudo voltou para março de 2020. Só que dessa vez há uma enorme diferença: sinto como se a esperança tivesse se perdido. Com tantas mortes, crises na política, falta de perspectiva, como acreditar num futuro melhor?

É duro. Nas redes sociais, algumas pessoas brigam com os argumentos mais idiotas possíveis. Umas dizem que a covid não passa de uma jogada do Governo para quebrar a economia. Dá preguiça. A discussão é inútil.

E aí, bate a certeza de que a pandemia não mudou praticamente ninguém. Talvez esse fosse o grande propósito e por isso estejamos vivendo ela ainda. As pessoas continuaram egoístas, individualistas e vivendo na sua bolha da hipocrisia.

E sabe a esperança que citei acima? Parece que ela se foi. Mas se tem uma coisa que aprendi durante alguns anos na terapia é que temos dias bons e ruins. E que a resiliência é algo que a vida nos ensina, só a vida.

Por mais que esteja tudo confuso e você esteja desesperado por causa dos seus motivos, por mais que você esteja sentindo que está perdendo tempo e que nada vai mudar, eu te envio uma citação da Ana Jácomo. Espero que ela te ajude:

Desejo que a sua vida inteira seja abençoada, cada pequenino trecho dela, em toda a sua extensão. Que cada bênção abrace também as pessoas que ama e seja tão vasta que leve abraço a outros tantos seres, sobretudo àqueles que mais sofrem, seja lá por que sofrem. Desejo que os nós que apertam o seu coração sejam gentilmente desatados e que os sentimentos que os formaram se transformem na abertura capaz de criar belos laços de afeto. Desejo que o seu melhor sorriso, esse aí tão lindo, aconteça incontáveis vezes pelo caminho. Que cada um deles crie mais espaço em você. Que cada um deles cure um pouco mais o que ainda lhe dói. Que cada um deles cante uma luz que, mesmo que ninguém perceba, amacie um bocadinho as durezas do mundo.

Vai ficar tudo bem.

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Médica diz que jovens estão evoluindo para forma grave da covid e que “intubações estão sendo mais frequentes”

A médica Fernanda Sales, atua no combate ao novo coronavírus em emergências de dois hospitais em Pernambuco. Trabalhando em média 72 horas de plantão por semana, ela também atende pacientes ambulatoriais. Por causa do crescimento de casos da covid-19, ela contou que sua rotina está corrida e que os plantões foram dobrados para suprir a falta de profissionais. Fernanda também reforçou que o perfil dos pacientes mudou e que a intubação está sendo mais frequente.

Ao Eufemea, ela conta as diferenças entre a primeira e segunda onda da covid-19. “A primeira ficou marcada pelo aumento de casos, mas a segunda mostra que o perfil de pacientes graves mudou”.

Segundo ela, hoje em dia, se vê mais jovens evoluindo para a forma grave, inclusive crianças.

“As intubações estão sendo mais frequentes e os pacientes estão demorando para conseguirem vagas na UTI. Está complicado”, afirmou.

Sobre a estrutura dos hospitais, Fernanda explica que, no Brasil, a infraestrutura dos hospitais já é precária, então com o aumento de casos isso vai ficando mais evidente.

Ainda conforme a médica, quando o número de pacientes com covid aumenta, a demanda por oxigênio, medicações e suporte também aumentam.

“Então, é muito árduo para uma cidade que gastava X tendo que triplicar esse valor e dar conta de tudo ao mesmo tempo. Por isso, pedimos à população que evite aglomerações para que o sistema de saúde não entre em colapso total”, enfatizou.

Vacinação não está sendo rápida

Segundo Fernanda, o Brasil não está vacinando tão rápido como deveria e isso tem contribuído para que a pandemia saia do controle. “Estamos andando em passos curtos, enquanto outros países estão vacinando muita gente e muito rápido. Isso foi prejudicial”.

A médica acredita que as pessoas com o tempo foram perdendo o medo do vírus. “Durante a  primeira semana da pandemia decretada, todos tinham medo e estavam seguindo as medidas orientadas pela OMS, depois desse período as pessoas relaxaram e muitas festas clandestinas aconteceram”. Ela afirma que estamos nessa situação hoje por falhas que foram cometidas.

Fernanda Sales finaliza com o uma pergunta para as pessoas que ainda insistem em não seguir as medidas:

“Gostaria de pedir para que as pessoas refletissem: e se for o seu avô ou avó precisando de um leito de UTI ou de enfermaria e este leito não estiver disponível? E se seus pais precisarem? Ou até mesmo você?”

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Menstruação solidária: Perita cria projeto para arrecadar absorventes para quem vive na extrema pobreza em Maceió

Foi após uma perícia ambiental particular na região do Vergel do Lago, em Maceió, que Kamila Neri de A.S.Cavalcante, 33 anos, se deparou com uma cena que ela não imaginaria: uma menina brincando e cheia de folhas de papel na calcinha porque estava menstruada, e não tinha absorvente. O caso chamou atenção da perita que resolveu criar algo para ajudar meninas e mulheres que vivem na extrema pobreza. Com isso, a Perita Judicial Kamila criou o projeto Menstruação Solidária.

Ao Eufemea, a idealizadora do projeto contou que foi fazer a perícia porque a população do bairro do Vergel triplicou nos últimos anos com a construção de conjuntos residenciais. 

“São centenas de casas em alvenaria, que surgiram para acabar com as favelas à margem da lagoa. Entretanto, pouco tempo depois, os novos casebres foram surgindo, descaracterizando a urbanização do Dique Estrada.

Entre os dois conjuntos foi construído um canal para escoamento das águas até a lagoa, acabando com o problema de enchentes que desabrigam os moradores do bairro”, explicou.

A perita disse que quando foi visitar in loco o escoamento das águas, verificou a situação das pessoas que viviam na pobreza. Foi neste momento que ela se deparou com a cena da menina.

“Fui e perguntei “Por que você está com isso na calcinha?”. Ela assustada e tímida respondeu que tinha descido. Eu questionei: desceu o que? E ela disse: o negócio que vira mulher”, contou.

Kamila disse que perguntou se ela não tinha absorvente e ela perguntou o que era aquilo. A perita explicou como usar e quando usar. “Tirei um da minha necessaire e dei a ela”.

A partir desta situação, Kamila iniciou pesquisas sobre o tema. “Daí surgiu minha ideia em criar o projeto”, afirmou.

A idealizadora pensou nas mulheres que vivem nas ruas, nas que vivem nas penitenciárias e se perguntou como ela conseguiria oferecer o ‘mínimo’ para elas. 

Inicialmente, Kamila lançou o projeto no Instagram para arrecadar doações e ela não imaginava a repercussão que isso daria. Hoje, ela está recebendo doações de pessoas de todo o país. “Quero montar vários e vários kits”.

Falta iniciativa do Poder Público

A perita também disse à reportagem que falta iniciativa do Poder Público, mas que buscou apoio de algumas pessoas, entre elas a vereadora Olívia Tenório. “Ela foi a única que abraçou e sensibilizou pela causa”.

Ela acredita que precisamos de leis, onde o Executivo cumpra com eficácia. “Isso é uma questão de Direitos Humanos”.

Quer doar e aí?

Kamila disse que falar sobre pobreza menstrual ainda é tabu, mas que ela busca esclarecer através de lives no Instagram dela. “O pai, a mãe e a escola não falam sobre o assunto. A menina/mulher vai na internet e descobre o tema e se descobre sozinha”.

Por fim, quem puder ajudar fazendo doações, deve entrar em contato com Kamila pelo @kamila.csi . A entrega para os materiais higiênicos vai até quinta-feira (26). Sabonetes, absorventes e itens de higiene pessoal podem ser doados.

“As doações serão iniciadas no local que me despertou o interesse de agir por aquelas que não têm condições, as mulheres em condições de extrema vulnerabilidade, mulheres em situação de rua”, finalizou.

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Contaminada pela covid-19 e com febre de 39º, jornalista relata aflição durante tratamento: “Sou alérgica a todos os antitérmicos”

O Eufemea republica uma matéria do Universa que trouxe o relato da jornalista alagoana, Vanessa Alencar, 46 anos. A jornalista conta – em primeira pessoa – como venceu a covid-19, mesmo sendo alérgica a todos os antitérmicos.

Confira o relato abaixo:

Os sintomas inicialmente leves (tosse seca, dores na cabeça e no corpo, coriza e fadiga) começaram na noite do sábado de Carnaval (13 de fevereiro) e na terça seguinte o exame confirmou a covid-19.

Segui os protocolos de saúde para evitar a contaminação, não estou no grupo de risco e não tenho comorbidades. Ou seja, os prognósticos eram bons. Mas a doença, imprevisível e traiçoeira, simplesmente evoluiu, comprometendo pulmões, causando muita tosse e febre alta.

Mas há um detalhe na minha história que fez enorme diferença no tratamento dos sintomas: sou alérgica a todos os antitérmicos (sim, até ao inocente paracetamol) e aos mais simples remédios para dor.

“Sou alérgica a medicamentos e tive que superar Covid-19 com febre de 39º”.

Vanessa Alencar

Apenas corticoides conseguem baixar minha febre e, para dores fortes, conto somente com o Tramal e derivados. Os remédios orais para baixar a febre (corticoides) não estavam surtindo efeito na forma oral — até porque eles não são pra isso, não são antitérmicos.

Apesar da medicação possível, a evolução da covid-19 seguiu o baile, até que, na madrugada da sexta 25 de fevereiro, fui internada. O fato de ser alérgica a medicamentos foi crucial para a decisão dos médicos pela internação.

Mesmo hospitalizada e com corticoide na veia, ainda tive uns dois dias de febre alta (acima de 39º) e precisei de compressas geladas no corpo, porque simplesmente não tinha mais o que fazer para baixar a febre.

“No hospital, não tinha forças para nada e cheguei a usar fralda”.

Nesses quase dez dias no hospital estive numa espécie de “limbo”, convivendo com a angústia, o medo e extremamente próxima das dores dos outros. Coisas simples como respirar, ir ao banheiro, comer, se tornaram difíceis entre tanto cansaço, fios nos braços, acessos para medicação perdidos devido à fragilidade das veias e várias coletas de sangue durante o dia. Precisei usar fralda para evitar o esforço de sair da cama.

“No hospital, me impus um limite que não consegui cumprir todos os dias (ser jornalista não ajuda nessas horas): evitar os noticiários da TV. As lágrimas desciam com os fatos e relatos. Não eram estatísticas. Eram vidas, perdidas e transformadas pela covid-19. E eu estava ali, como personagem e espectadora”.

Chorei com os médicos que tinham que escolher, da tela de um computador, quem tentar salvar com apenas uma vaga para a UTI e inúmeras pessoas na “disputa”.

Chorei com o atraso criminoso na vacinação, com o descaso inacreditável; e chorei com a exaustão vista nos olhos, por trás das máscaras, dos profissionais de saúde que tão bem cuidaram de mim. Senti vontade de agradecê-los mil vezes e de pedir perdão outras mil vezes.

Entre um pico e outro de febre, sinto que vi um pouco sob o véu de Isis, quando os mundos visíveis e invisíveis se tocam, se encontram. Rostos deste e do outro plano desfilaram no meu sono agitado. Havia uma espécie de cortina com bico de renda cor da pele que balançava de leve com o vento. Olhava para ela. Era como se fosse o divisor desses dois mundos: frágil, leve, suave. Olhar para ela e acompanhar seu movimento me acalmava estranhamente.

“Senti também uma espécie de dissociação do meu corpo. Estava lá, mas era como se não tivesse. Era só massa. A energia parecia ter sido retirada provisoriamente e guardada em um cantinho, até poder ser devolvida à “caixa”.

Recebi alta no sábado 6 de março após quase dez dias internada. Dez dias nos quais não esquecerei — dentre tantas experiências — quem esteve literalmente ao meu lado: meu marido. Ele pausou a própria vida e se mudou comigo para o hospital, segurando minhas mãos, enxugando minhas lágrimas e repetindo: “Calma, tudo vai dar certo”.

Em casa, ainda sinto cansaço e a vista escurece com qualquer esforço maior. A médica disse que devo manter repouso para, aos poucos, bem aos poucos, ir voltando à rotina. A recuperação é mais lenta para alguns, mas vai acontecer. Um dia de cada vez.

Quando voltei, lembrei também que, cerca de uma noite antes dos primeiros sintomas da covid-19, sonhei com meu pai, falecido em 2014. Estávamos dentro de um carro de passeio, no fundo do mar e precisávamos atravessar…Eu não entendia as razões e questionava: “Pai, por que não vamos pela superfície?”.

Ele só respondia que não era possível, que para atravessar aquilo tinha que ser daquele jeito: “Bote a máscara e vamos lá!”, repetia. “Estou com medo. Muito medo. A água vai entrar…”. “Vamos atravessar isso junto”, ele respondia. Não me lembro da “travessia”. Só me lembro de colocar a máscara e fechar os olhos.

Nos braços, observo as marcas físicas da internação. Na alma, elas serão eternas e precisarei falar sobre elas outras tantas vezes. Na luta contra a covid-19, vislumbrei alguns mundos e transformei o meu. Preciso falar e ouvir sobre isso. Hoje é esta a minha missão.

Foto: Cortesia
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Estilo de vida Interna Notícias

De Alagoas para o mundo: Rica de Marré lança a sua própria linha de maquiagens em parceria com a vult

Foto: Reprodução

A alagoana e influenciadora Gabriela Sales, a Rica de Marré, 31 anos, lançou sua própria linha de maquiagens vegana em parceria com a Vult. Nas redes sociais, Gabriela comemorou o lançamento e disse que não esperava que chegasse a esse momento da vida. Ela é a primeira blogueira que a vult fez uma linha completa.

Ainda nas redes sociais, Rica explicou que a linha foi inspirada em Paris e no charmoso bairro Le Maraes, que numa tradução livre, se chama “De Marré”, nome que deu origem ao blog dela.

Segundo a influencer, ela e a vult trabalharam juntas por um ano e meio para a criação da linha. “Tivemos alguns adiamentos, algumas mudanças de planos por causa do momento que estamos vivendo, mas eles me deram carta branca pra gente criar os produtos”, disse.

Rica também enfatizou que os nomes dos produtos levam os jargões dela. Os produtos ainda não estão disponíveis nas lojas, mas em breve, eles serão vendidos em todo país.

A coleção que leva o nome da influencer contra com três fragrâncias  (Rose in Paris, Glow in Paris e Chic in Paris), a paleta de sombras com 9 tons de acabamentos matte e acetinados, kit de iluminador, blush e contorno, e um delineador preto.

Nos stories do Instagram, Gabriela também contou que sempre foi fã da vult e que comprava os produtos para testar em casa. A influencer também fez um desabafo.

“Eu tenho uma publicação no meu blog em 2012/2013 que falava sobre os produtos da vult. Quando que eu imaginei que essa menina que começou do nada, sem nada, devendo a coxinha da faculdade, sem ganhar nada no blog, iria chegar onde eu cheguei e com a marca que eu sempre gostei?”

Gabriela Sales, alagoana e influencer
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Em plena pandemia, estudante viaja mais de 2 mil km para doar medula óssea: “Em nenhum momento pensei em desistir”

Ela viajou para outra cidade, no meio de uma pandemia, para ajudar quem ela não conhecia. A história que o Eufemea traz hoje é da jovem Giovanna Venarusso Crosara, de 24 anos, que mora no interior de São Paulo e viajou 2.199 km para realizar uma doação de medula óssea em Recife, Pernambuco.

À reportagem, Giovanna contou como se deu esse processo e explicou que se cadastrou como doadora em uma campanha em agosto de 2016. “Em outubro de 2020 entraram em contato comigo dizendo que existia uma possível compatibilidade”, disse.

Giovanna é estudante de psicologia. Foto: Cortesia

A estudante de psicologia mora em Lins, São Paulo e precisou ir até uma cidade próxima a dela para fazer o exame, e confirmar a compatibilidade. 

“Em dezembro do mesmo ano me ligaram confirmando que eu era 100% compatível com a pessoa”, explicou. Na mesma semana,  o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea entrou em contato para organizar os exames e a doação.

“A doação seria em Recife. Me propuseram fazer os exames dia 11/01 e doação dia 25/01, e eu aceitei na hora. Conversei com as pessoas que pensei que poderiam me acompanhar e consegui que minha mãe fosse nos exames, e uma amiga me acompanhou na doação”, disse a jovem.

Hospedagem, passagens aéreas, alimentação e transporte. Tudo isso é bancado pelo Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).

“No dia 10 de janeiro fomos para Recife e no dia seguinte fui com ela até o hospital. Fiz exames de sangue, eletro, raio-x e conversei com o médico que nos explicou tudo”, comentou.

O dia do procedimento

Giovanna foi internada no dia 24 de janeiro e fez uma bateria de exames, inclusive o teste para a covid-19. “Aí tomei uma injeção para estimular minha medula que me rendeu algumas dores, mas que passaram depois. Essa foi a única “preparação” que precisei fazer, além do jejum no dia anterior à doação, então não tive que mudar nenhum hábito durante o processo”.

Foto: Cortesia

No dia 25 de janeiro, a estudante fez o procedimento. “Depois disso, eu acordei na sala de recuperação, mas não vi nada durante o procedimento”, contou.

Quando perguntada por qual motivo ela se colocou à disposição de doar para alguém que ela não conhecia, Giovanna respondeu: “Por qual motivo eu não faria? Para mim, não faria sentido deixar de fazer”.

Segundo ela, alguém estava precisando da medula dela e a compatibilidade era de 100%. “Eu estava disposta a doar, em nenhum momento pensei em desistir, pra mim sempre foi uma certeza”.

Giovanna teve alta após 24h. Ela sentiu algumas dores, mas “nada insuportável”.

“Pra mim todo esse processo foi muito tranquilo, muito natural. Pra mim, não fiz nada de grandioso. Mas percebi que, depois de tantos relatos e mensagens que recebi, o impacto de uma ação como essa na vida de quem recebe e até mesmo dos familiares é muito forte”, afirmou.

Giovanna não conhece a pessoa que recebeu a medula, mas disse que busca incentivar as pessoas para que elas se cadastrem e doem. “Só posso conhecer a pessoa depois de 1 ano e meio, caso as duas partes aceitem. O que tenho pra dizer é que diante de tudo o que passei, quero conseguir incentivar mais pessoas a se cadastrarem como doadoras também”, afirmou.